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Project Cars Project Cars #51

Civic Supercharger: conheça o Project Cars de Willian Klaumann

Meu nome é Willian Klaumann, tenho 24 anos e moro em Apiúna, uma pequena cidade no interior de Santa Catarina. Trabalho com publicidade, por isso levo o meu projeto como um hobby de paixão. Sempre fui entusiasta da cultura JDM – Japanese Domestic Market. Mas neste primeiro post no FlatOut, eu gostaria mesmo é de compartilhar um pouco da história que me fez chegar a esse projeto.

 

Inspiração

Como um bom gearhead, minha história começou com os primeiros carrinhos da infância, revistas automotivas, games de carros (especificamente o Gran Turismo) e é claro, o filme Velozes e Furiosos, que criou em mim o desejo de ter um EJ1. Como não sou mecânico, aprendi sozinho quase tudo o que sei – e o resto foi com a rede de contatos ao meu redor, como amigos e família…

Com o passar dos anos tirei minha CNH, trabalhei em diferentes lugares e gastei dinheiro com acessórios para um carro que eu sequer tinha em mãos. Até cheguei a mudar os planos e começar a comprar algumas peças para um futuro ES1 (da geração seguinte). No fim, vendi quase tudo que comprei e fiquei a um triz de desistir dos planos, pois o sonho do primeiro carro ser um Civic foi trocado por um Fiat Uno 95. Mas isso não me fez mal, ao contrário, me levou a encontrar o que eu sempre procurei.

 

Arrematando!

A trabalho sempre passava por uma cidade vizinha, onde frequentemente topava com um Civic coupé 1995, o tal do EJ1. Naquela época eu só namorava o carro de longe, pois eu estava me proibindo de fazer qualquer tipo de investimento. Aquilo atormentava minha mente, até o dia em que decidi encarar o carro de frente, de uma vez por todas. Parado em uma oficina, logo fui procurar informações com o mecânico sobre o dono do carro.

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Dali em diante o mundo foi justo comigo, aquele era pra ser o meu carro! Por coincidência o dono do EJ1 já era um conhecido, o que facilitou a negociação. O dono pediu 11 mil pelo coupé. Fiquei um tempo pensando em como poderia fazer para pagá-lo e ofereci meu Uno como parte do negócio.

O tempo que demorei para dar alguma resposta fez com que o dono oferecesse uma proposta (muito) tentadora. Eu daria o meu Uno 1995 e mais R$ 3.000 na volta, ou seja, cerca de 8 mil pagos num EJ1 (versão EXS para melhorar as coisas). Aí você se pergunta: o dono estava tentando se desfazer de uma dor de cabeça? Na real, o coupé foi passado para as minhas mãos com dor no coração pelo último dono. Com outro carro ocupando sua única vaga de garagem disponível, o coupé ficava dia e noite exposto ao tempo, tomando sol e chuva. Ele preferiu vendê-lo barato do que deixá-lo naquelas condições.

O Civic foi arrematado – e o Uno foi o principal catalisador desta sorte. Muitas histórias são escritas por linhas tortas…

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Atualmente as rodas do coupé estão na cor preta, como na foto anterior a esta

 

O Carro

Confesso que fiquei bem empolgado e mal olhei para coisas a serem feitas num primeiro instante – e pode apostar que havia muito trabalho a ser feito. De cara o radiador teve de ser trocado, o óleo do motor não era substituído há mais de 10.000 quilômetros e havia vazamentos. Para piorar, o carro estava com um kit GNV, que foi removido rapidamente. Ainda havia folgas e barulhos por vários lugares, faltavam parafusos em alguns acabamentos, gambiarras na parte elétrica, disco de freio empenado, pneus em mal estado, pintura mal-feita e que apresentava algumas rachaduras e até pequenos pontos de ferrugem na lataria. Quando peguei o carro a dirigibilidade era horrível. O carro tinha passado por vários donos e olha, fica difícil de dizer qual deles foi o pior.

Mas tudo isso iria mudar com ele em minhas mãos. Parte significativa dos problemas já foi resolvido, colocando a mão na massa e contando com a ajuda dos mecânicos da SX Racing (agradecimentos especiais ao Guilherme Costa e Thiago Schindler).

O CAL Jackson é o projeto de um carro para uso diário, porém modificado para ser divertido em track days. Mas antes de tudo isso, o que vale é o sonho de ver o carro montado do jeito que eu sempre quis, independentemente de estar parado na garagem ou andando na rua.

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A maior modificação será na mecânica, com a instalação de um supercharger da Jackson Racing (por isso o nome CAL Jackson: CAL são as iniciais da placa) e substituição do câmbio automático para uma unidade manual. Depois, virão modificações na suspensão, freios e estrutura. Tudo será escolhido com um propósito – e é o que vocês irão conferir daqui pra frente!

 

Por Willian Klaumann, Project Cars #51

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