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Técnica

É assim que funciona o sistema de esterçamento das rodas traseiras do Porsche 911 GT3

Sistemas de esterçamento das rodas traseiras não são novidade. Vários fabricantes já vêm usando esses sistemas desde a década de 1980: a Honda usava um sistema totalmente mecânico em seu cupê Prelude, a Nissan desenvolveu o conhecido HICAS, que usava um sistema hidráulico para atuar sobre as rodas traseiras. Já a Peugeot usou um sistema passivo, baseado nas transferências de peso das acelerações e frenagens em seu 306. Mas nenhuma delas conseguiu resultados tão significativos com o a Porsche em seu novo 991.

A marca dos esportivos de Stuttgart adotou esse tipo de sistema para aperfeiçoar o comportamento dinâmico das versões Turbo e GT3 da atual geração do seu clássico 911, levando o desempenho do modelo a um novo patamar — obviamente auxiliado pela brutalidade do flat-six 3.8 de 481 cv, no caso do GT3, que chega a 315 km/h e acelera de zero a 100 km/h em apenas 3,5 segundos.

O sistema funciona de forma relativamente simples e, embora a Porsche tenha apenas divulgado uma animação em computação gráfica, os especialistas em suspensão da Elephant Racing colocaram um GT3 no elevador, tiraram as rodas e gravaram a suspensão em funcionamento.

O sistema, que usa informações de ângulo das rodas dianteiras, posição do volante, velocidade e até distribuição de torque, tem dois atuadores eletro-mecânicos no eixo traseiro — um em cada lado — que são instalados em posição oposta aos braços de controle. Esses atuadores conseguem variar o ângulo das rodas traseiras em até 1,5 grau, dependendo da velocidade.

Obviamente é um esterçamento bem menor que aquele das rodas dianteiras, mas é o suficiente para ajudar o carro a contornar as curvas com mais velocidade sem parecer um monstro bizarro, nem comprometer a estabilidade em linha reta. Em velocidades inferiores a 50 km/h, as rodas traseiras se movem na direção oposta à das rodas dianteiras, o que ajuda a reduzir o diâmetro de giro, pois as rodas traseiras percorrem uma trajetória semelhante à das rodas dianteiras.

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Para curvas em alta velocidade, a demanda é por estabilidade direcional e para eliminar sobre-esterços, em velocidades acima de 80 km/h o sistema esterça as rodas traseiras na mesma direção das dianteiras. Isso também ajuda na transferência de forças laterais, que ficam muito mais rápidas, e fazem o carro apontar com mais precisão e contornar as curvas com mais estabilidade.

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Se você ficou curioso para descobrir como tudo isso funciona na prática, Chris Harris, mostra daquele jeito que nós todos nós adoramos neste vídeo de seu programa semanal Chris Harris on Cars:

Ficou claro, agora?