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Car Culture Project Cars Project Cars #165

Project Cars #165: o desafio da mudança de cor do meu Citroën C4 VTS e os detalhes do acabamento

Olá, pessoal! Neste segundo post, gostaria de agradecer aos comentários de todos e a título de curiosidade, a numeração de chassis de VTR que vemos no post anterior, onde falo do recall, inicia com os primeiros “VTR” importados, os de numeração 5Y503006 até 5Y503010 foram os carros que vieram com 180 cv, e no caso, o meu tem o chassi #3008.

Continuando com o processo de recuperação do VTS, agora trabalhando para recuperar o interior e exterior do carro. Verificamos que muitas peças estavam gastas pelo uso através dos anos e que algumas seriam danificadas na retirada, para preparação da pintura. Meu amigo, e proprietário da loja responsável por desmontar o VTS adiantou que seria um trabalho demorado para repor e encontrar certas peças, principalmente os grampos e etiquetas que seriam perdidas.

Por isso, de antemão acionei a concessionária, pedindo para providenciar principalmente as etiquetas de ano/modelo e as demais que seriam necessárias repor, fiquei então sabendo de algumas necessidades para a encomenda destas etiquetas, a Citroën envia gratuitamente desde que solicitado formalmente através de um CRVA, com carimbo e assinatura do responsável, como na minha cidade o CRVA muitas vezes não ajuda, não perdi tempo, providenciei através de Caxias do Sul onde prontamente fui atendido e já sai com a solicitação diretamente para concessionária.

Chegando na Citroën fui avisado pelo Leandro, chefe da oficina da Eiffel, que este pedido poderia levar semanas ou meses para vir. Pensei “desde que venha, está de bom tamanho”.

Voltando à oficina de pintura, depois de conversar e acertar prazos e valores enviei o carro para cidade de São Pedro da Serra – RS na Escher e Schmitz onde primeiramente o carro seria pintado da cor original  Gris Aluminium muitos sugeriram a cor branca, pois o VTR que tive adesivei de branco fosco (o que dava um baita trabalho para lavar) e gostei muito do resultado final.

Me convenci que mudar de cor seria interessante pela exclusividade, por ter pouquíssimos VTR Branco e nenhum VTS branco no Brasil, e é claro que pelo meu gosto pessoal. Mas eu não queria branco amarelado; tinha que ser branco de verdade, pois as vezes olhamos carros brancos que ao lado de outros carros brancos acabam com um aspecto amarelados, então acabei optando pelo branco mais branco disponível em um catálogo de cores de fabricantes — que por acaso foi o da Renault. Nem cheguei a considerar heresia usar a cor de um Renault. Além disso em caso de necessidade seria fácil combinar os tons.

Num primeiro momento queria o carro pronto em 90 dias, mas depois me convenci que dar prazos e forçar algumas situações não resolveria, e que o melhor seria deixar todos a vontade para que tudo fosse feito com tranquilidade. Com isso consegui um bom serviço, tendo como resultado final um carro espetacular em acabamento interno e externo.

Então, como queria um carro esteticamente original, dentro do possível, optei por comprar todas as novas peças na concessionária Citroën de Bento Gonçalves/RS.

Paralelamente aos trabalhos de chapeação/funilaria iniciei a elaboração de uma lista de compras, onde o primeiro ítem seria a aquisição de uma bateria nova pois a atual, ainda era aquela do primeiro post, e não estava lá estas coisas. A lista seguiu com:

– Extintor;
– Tapete original de C4 VTR;
– Lanternas de neblina traseiras;
– Borracha externa do vidro direito e esquerdo;
– Reservatório do limpa vidro (o antigo estava muito ruim);
– Alveolo segurança interna passageiro e motorista – é um acabamento que vai na coluna interna do carro;
– Suportes Gicleur esquerdo e direito (são os responsáveis por jogar água nos faróis);
– Cobertura pulverizador do limpador de farol, esquerdo e direito;
– Bomba elétrica do lavador dos faróis;
– Moldura do puxador interno da porta motorista e passageiro;
– Defletor de ar (peça plástica que vai debaixo do parachoque dianteiro e serve de suporte para os seis sensores de troca indevida de faixa;
– Punho de alavanca caixa de marchas;
– Acabamento externo da coluna esquerda e direita;
– Jogo de forração da coluna central;
– Jogo de forração lateral;
– Acabamento dos acionadores dos vidros elétricos interno direito e esquerdo;
– Churrasqueira – um problema crônico nos C4, praticamente todas acabam soltando;
– Proteção entrada inox (soleira das portas);
– Troca do couro dos bancos, o do motorista estava mal cuidado;
– Instalação do protetor de cárter;
– Jogo de presilhas,

A lista não era tão grande mas agregava um certo valor ao meu orçamento, tudo pela boa aparência, originalidade, funcionalidade e segurança.

Na preparação para a pintura uma surpresa: o carro realmente tinha sofrido uma batida ou mais de uma, pois encontramos pequenos amassados mal consertados logo acima da caixa de roda traseira direita (felizmente sem dano estrutural), e um sinal de batida na frente direita, também sem dano estrutural, o que teoricamente justifica a falta dos faróis direcionais originais. É possível que um deles tenha quebrado e com o custo altíssimo do farol direcional é justificável a compra de dois faróis comuns.

De qualquer forma o carro estava alinhado e as correções necessárias foram providenciadas. As fotos a seguir mostram praticamente todas as visitas a empresa de chapeação e pintura durante o processo de troca de cor.

Dia 1 – Entrega do carro:

Dia 1 (1)

Dia 23 – carro já desmontado esperando a lixa. A foto com círculo vermelho mostra local de possível batida:

Dia 50 – carro com primer:

Dia 61 – carro sendo preparado para pintura:

Dia 61 (2)

Dia 69 – carro pintado e aguardando tempo de secagem natural:

Dia 85 (sim, 85 dias!) – entrega do carro:

Dia 85 - Entrega do Carro

Chegando na Esteticar imediatamente iniciamos o processo de instalação da manta asfáltica ou manta auto adesiva em todo veículo. A manta auto adesiva utilizada foi da marca Vedacit, nas medidas 20cmx10m com aproximadamente 1mm de espessura. Existem outras marcas no mercado como a Lwart e Seladin utilizamos cerca de três rolos para revestir todo assoalho, laterais, portas, teto etc.

No decorrer da instalação da manta (levamos cerca de duas semanas), verifiquei, no momento da instalação do lado do carona, uma infiltração que possivelmente corria bem no canto por baixo de todo forro e se acumulava debaixo dos pés do passageiro. Retiramos o carro da oficina, fomos para lavagem da própria oficina e começamos a saga para achar o problema, que na realidade era ocasionado pela falha na vedação da peça que chamamos de “churrasqueira” juntamente com outra peça que estava deslocada da posição original.

A churrasqueira já estava disponível pois veio com o lote de compras que já tinha encomendado anteriormente. Com isso ganhamos mais tempo para resolver outros pequenos problemas, como encontrar a peça que fica entre a maçaneta e a lataria — um pequeno “pedaço” de borracha que faz a vedação e dá acabamento ao puxador, e que não é vendido separadamente. A solução encontrada foi a de visitar os “ferro velhos” da região, onde encontramos duas unidades praticamente novas vindas de um Pallas.

Montar um carro que foi desmontado a mais de três meses não é uma tarefa muito simples, mas o Rafa se mostrou com excelente memória pois a montagem seguiu tranquilamente nos dias subsequentes. Nestes dias toda forração que fora retirada antes da pintura foi devidamente higienizada, assim como todas as peças retiradas do carro para que na montagem estivessem todas na sua melhor forma possível, considerando a idade das mesmas. Semanas antes da chegada do VTS para a montagem, fui buscar em Porto Alegre os bancos com o novo revestimento de couro dentro do padrão utilizado pelas concessionárias Citroën.

Montagem (10)

Retiramos as rodas Resolfen para que fossem enviadas para pintura, e no lugar coloquei as rodas originais do Citroën DS3. Assim que as Resolfen voltarem serão devidamente reinstaladas, porém ainda não foram pintadas, pois ainda não defini a cor, se permanecerá original ou ganhará um tom mais escuro.

Na montagem, o erro dos sensores de troca involuntária de faixa voltou — tudo devido ao mau contato em um dos conectores que deverá ser substituído. Terminada a etapa de pintura e remontagem o carro seguiu para oficina MGA em Porto Alegre.

Esta oficina é a responsável pela montagem de um VTR Turbo e pelo acerto de outro VTR Turbo do interior do RS. A escolha pela oficina foi devido à amizade com os proprietários e a facilidade de comunicação, já que tinha a idéia de instalar os comandos CatCans adquiridos aqui mesmo no Brasil através de um contato no C4Clube, além de outras idéias que contarei no próximo post. Até lá!

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Por Cesar Leal, Project Cars #165

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