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Project Cars Project Cars #195

Project Cars #195: a construção do meu Subaru Impreza GT RWD para drifting

Olá, pessoal do FlatOut! Meu nome é Caio Levy, tenho 27 anos e adentrei muito novo, com 14 anos, neste louco mundo de personalizações em carros. No começo eu personalizava tudo que eu pudesse alcançar: carrinhos, skate, bateria e mobiletes. Na época eu não tinha carro, então qualquer coisa servia, pois já era gratificante apenas pelo prazer de modificar ou criar algo com minhas próprias mãos. Até mesmo quando eu acabava estragando tudo — faz parte do processo.

Todo meu conhecimento de mecânica, elétrica, pintura e preparação foi adquirido por tentativa e erro, sem cursos caros ou mentores dedicados. Foi um caminho difícil, mas posso dizer que não me arrependo. Na verdade sinto orgulho pois agora sei que sou capaz de realizar todos meus sonhos. Até aquele que eu achava ser impossível, como montar um carro para drift.

Essa paixão por drift surgiu no momento que conheci o anime que revirou minha vida. Pode soar insano ou até mesmo infantil, mas quem já assistiu sabe exatamente do que estou falando: Initial D!

Corolla Trueno Ae86

Trata-se da história de um garoto chamado Fujiwara Takumi, que usava o carro do pai, Fujiwara Bunta, para ajudá-lo a manter sua loja de tofu, e para isso fazia entregas diárias a um hotel do outro lado da montanha, o monte chamado Akina, perto de onde moravam. O trajeto era feito por uma estrada estreita e sinuosa, cheia de curvas de todo o tipo, subindo e depois descendo a montanha; após a entrega, retornava e fazia o mesmo caminho. Ao fazer isso repetidas vezes e em todas as condições climáticas possíveis, Takumi dominou instintivamente a arte do drift, mesmo sem perceber que possuía o dom e era extremamente habilidoso no que fazia.

Initial D Santuario

O mais importante é o carro que ele usava para as entregas, que tinha uma “pequena e leve” tendência para o drift: um Toyota Corolla Sprinter Trueno GT-Apex, branco com listras pretas na lataria abaixo do friso lateral, e com o adesivo da loja de tofu colado na porta do motorista. É o famoso AE86, com motor aspirado e de tração traseira original, preparado pelo próprio pai, Bunta, um fascinado por drift que havia sido por muitos anos o melhor e mais rápido piloto nas corridas noturnas, secretas e ilegais, que aconteciam no Monte Akina.

Modelo 22B Initial D

 

Voltando agora à minha história, vamos falar logo do Project Cars #195, meu Subaru Impreza GT RWD, que foi totalmente inspirado no anime Intial D, não apenas com relação à estética mas também com relação à prática de drift, que levo como um hobby. Inicialmente estava à procura de um AE86, mas não foi possível fazer a importação por causa das grandes complicações devido ao ano, uma vez que a legislação brasileira diz que um carro usado deve ter mais de 30 anos para ser importado legalmente e oficializado como um veículo de colecionador. Na época o AE86 ainda era “menor de idade”.

Então parti para plano B: o Subaru Impreza, um veículo bem mais fácil de ser encontrado no país pois teve grande volume de importação pela própria marca. O Subaru Impreza também tem forte participação no anime: não é o carro principal mas é um dos únicos que seria capaz de derrotar o principal carro, o AE86. No anime o modelo usado é um Subaru Impreza 22B, uma versão coupé muito especial que já apareceu aqui no FlatOut, com mecânica perfeitamente afinada e número de fabricações bastante limitada: 424 unidades. Foi um supercarro de sua época, que dominou por muitos anos as provas de rally de velocidade nas mãos de um dos grandes astros que se destacou nesse esporte, o ilustre Colin McRae.

O veículo foi adquirido no final de 2012 e se localizava em Curitiba/PR. Logo no começo de 2013 dei andamento ao projeto. O carro estava pré-iniciado, pois fui informado que a carroceria era de um Subaru Impreza GL 1994 1.6 4×2 (motor EJ16 aspirado), porém com swap completo vindo de um Subaru Impreza GT 1997 2.0 turbo 4×4 (havia sofriso leve colisão frontal). Além de tudo isso, possuia a frente de um GT 2000. Ou seja, uma grande mistura, porém com grande potencial, e era claro que faltava muito carinho e atenção. Suspensão, motor, transmissão, interior, freios e etc: tudo foi tirado do GT e colocado no GL. Morria o GL, renascia o GT.

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O primeiro passo para construção do projeto foi a desmontagem completa da carroceria principal. Depois que o carro ficou só no monobloco retiramos a lâmina do teto sem retirar os reforços internos. O processo foi feito com uma serra comum giratória pois o maçarico poderia danificar os suportes estruturais do teto.

Assim que retiramos a lâmina do teto colocamos a nova lâmina já com o recorte do teto solar. Alinhamos e tiramos as medidas para ajustar precisamente a posição final, depois que estava tudo no seu devido lugar só foi pontear com solda em suas extremidades com cuidado para não aquecer demais o metal e não comprometer o alinhamento.

Stage 2 Paint

O teto foi totalmente soldado e calafetado e iniciamos a pintura geral da carroceria dentro e fora com um branco PU bem próximo ao tom original, porém mais claro e menos amarelado. Resumindo, o carro foi inteiramente desmontado e remontado, respeitando-se os padrões do fabricante.

Takeshi studios

 

No próximo post contarei a vocês como foi o início da preparação mecânica e o restante do projeto. Fiquem ligados! Até mais.

Por Caio Levy, Project Cars #195

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