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Project Cars Project Cars #287

Project Cars #287: construindo um sleeper Lexus com motor turbo de Toyota Supra

Olá, equipe e leitores do Flatout! Gostaria de agradecer ao FlatOut a oportunidade de participar do Project Cars, será muito gratificante compartilhar este projeto, um Lexus GS300 com motor 2JZ preparado. Um verdadeiro sleeper com o motor do Supra.

Vamos começar com um pouco da história e os passos que pretendemos seguir para finalizar o Killer Barge. Como já contei um pouco no post de inscrição, meu nome é Osvaldo, sou Engenheiro Mecânico Automobilístico formado pela FEI,  e um dos proprietários da WDC Motors. Lá elaboramos e executamos alguns projetos bem inspiradores, e foi baseado na construção desses projetos, aliado as sugestões de clientes e amigos que diziam que a oficina precisaria ter um projeto próprio do tipo vitrine. Então plantamos a semente para iniciar algo.

A questão inicial se baseou em qual projeto seria o ideal. Em um primeiro momento veio à possibilidade de executar um projeto utilizando meu carro pessoal, um Subaru Impreza WRX SW 2006, porém o custo para o projeto com a compra de componentes comparado ao objetivo final em que almejávamos tornou inviável este projeto.

FOTO 1 (SW)

Como iniciei minha carreia no SENAI aos 14 anos, onde estudei e me formei no curso de Mecânica de Automóveis, e após trabalhar alguns anos como free lancer consegui uma vaga de mecânico em uma concessionária da Suzuki automóveis, sendo o meu primeiro contato com carros de origem nipônica. Não demorou muito para que a simplicidade e principalmente a funcionalidade e confiabilidade de carros nipônicos me conquistasse, hoje posso dizer que sou fã de carros japoneses.

Como pretendíamos partir para um projeto mais em conta, e principalmente sleeper, cogitei por muito tempo em adquirir um Suzuki Swift GTI do ano entre 1994 e 1995. Conheço esse carro e sua plataforma, um motor 1.3 16V extremamente girador, algo sem noção, um carro leve, entre eixos curtos, com muita agilidade, seria um projeto excelente dentro das diretrizes que traçamos.

A oferta deste tipo de carro no Brasil não é significativa, e aliada à qualidade e estado de conservação dos carros anunciados, tornaram a ideia desse projeto decepcionante. Vou confessar: fiquei muito triste em ver os carros quase que destruídos anunciados, e os que estavam em estado melhor, boa parte é recuperada de acidentes consideráveis.

Em 28 de dezembro de 2013 quase fechei um negócio com um Swift GTI 1994 branco, que segundo o anúncio era de única dona, a cor era a que eu estava procurando. Porém este projeto ainda não poderia ser financiado exclusivamente com recursos da oficina, então eu precisaria fazer o investimento de forma pessoal, e naquele momento eu não poderia arcar com estes custos. Tentei negociar a troca do Swift por um Tiida Sedan que a minha esposa utilizava, assim pegaria o carro e uma volta em dinheiro o que comportaria o projeto. Infelizmente, a proprietária não aceitava troca por precisar do dinheiro, então deixei o projeto na estufa até que eu amadurecesse o projeto, e que o momento financeiro comportasse o início do mesmo.

Passaram-se alguns meses, e em 12 de agosto de 2014 tentei contato com a proprietária do Swift. Fui informado de que ela havia desistido de vendê-lo, mas que eu poderia fazer uma proposta caso quisesse comprá-lo realmente. Pensei, conversei com um dos meus sócios – Cocão — ele se mostrou interessado no carro, mas meio desconfiado quanto à baixa cilindrada do motor, pois não conseguiríamos extrair a potência que almejamos para o projeto, além das várias limitações que teríamos.

De qualquer maneira o foco do projeto seria arrancada, alguns track days e sem muita ideia de top speed, e aquele carrinho atendia muito bem o propósito. Entrei em contato com a proprietária, disse que estaria interessado, mas que gostaria que ela respondesse com um valor em mente. Recebi apenas uma resposta: se eu fizesse uma contraproposta tentadora ela venderia o carro. Notei de imediato que a vendedora estava naquela condição de que não queria mais vender o carro realmente, mas pagando bem que mal tem? Diante da possibilidade de compra acima do budget, desisti de imediato do Swift.

Depois desta primeira frustação, resolvemos mudar o foco do projeto, assim ficaria mais fácil adequar à busca para um carro, e então incluímos em nossa lista de desejos a vontade de ter um projeto que atendesse também top speed, quando incluímos este desejo, um motor de baixa cilindrada deixou de ser o foco, e foi preciso procurar carros com cilindrada grande.

Então surgiu a necessidade de fazer um projeto em um carro seis cilindros, e neste quesito o custo do projeto subiria consideravelmente, desde a compra do carro para o projeto, até a compra dos componentes e peças, lembrando que o investimento seria novamente com recursos pessoais.

 

E onde entra o Lexus GS300 nessa História toda?

Bom, na minha carreia profissional, após a formação no SENAI e trabalhar como mecânico de autos em algumas oficinas e na concessionária da Suzuki, me ocorreu que o desejo de entender como um carro funcionava e como consertá-lo estava realizado. Porém algumas coisas me incomodavam muito, como exemplo, por que um suporte de coxim do motor de um carro tem o formato retangular? Por que outros têm um formato extremamente irregular e que muitas vezes dificultavam a manutenção nos carros? Por que a localização de certos componentes é tão ruim? Então decidi ingressar na universidade e cursar Engenharia Mecânica.

Porém eu havia colocado na cabeça que gostaria de cursar Engenharia Mecânica Automobilística pois era a minha área de atuação, e assim consegui cursar e me formar na FEI no curso desejado, após a conclusão do curso, trabalhei em algumas indústrias até que fui convidado a trabalhar na Fábrica da Toyota do Brasil como Engenheiro de pós-vendas. Aceitei a proposta e trabalhei por um ano e meio na planta da Toyota em São Bernardo do Campo. Neste período tive um vasto contato com toda a linha de produtos da Toyota, incluindo os produtos da Lexus, onde descobri que nos EUA e no Japão existia um modelo do Lexus que compartilhava a plataforma do Supra, tendo algumas pequenas alterações em suspensão, freios e claro de carroceria. Para se ter uma ideia, o Lexus GS300 é apenas 400 mm maior em comprimento e pesa 80 kg a mais do que o Supra.

Então, na mudança do projeto me ocorreu esta lembrança e também a de que alguns clientes da Lexus entravam em contato com a Toyota do Brasil em relação a carros de importação independente. Imediatamente fui buscar carros na internet, mas a decepção foi grande. Havia apenas quatro carros anunciados em todos os canais da internet, sendo que um deles estava sendo vendido como sucata, pois já haviam feito à baixa do Gravame no Detran. Resumindo: eu tinha apenas três carros possíveis de realizar um projeto no lendário 2JZ — e o custo de compra de dois desses carros estava muito fora do orçamento.

Naquele momento pensei que mais um projeto estaria fadado apenas a ficar em minha imaginação.

FOTO 2 (2JZ)

No fim, agendei uma visita ao GS300 mais barato da internet. O proprietário foi muito solícito e se comprometeu a levar o GS até o meu local de trabalho. Eu estava um pouco desconfiado deste primeiro carro, pois em minhas buscas, encontrei anúncio do mesmo vendedor desde 2012 e isto me deixou preocupado. Afinal,  o anúncio era muito antigo com um preço dentro da realidade, então, o que fazia com que aquele carro não fosse vendido?

Simples: no dia marcado avaliei o GS300 e eu não havia dito ao vendedor de que eu trabalhava em uma oficina de preparação. Estávamos almoçando quando o dono do Lexus me ligou informando que estava na frente do endereço combinado. Fechamos a oficina na hora do almoço, por isso o portão estava fechado. Quando retornamos e abrimos a oficina, notei que a expressão do dono do Lexus mudou, uma expressão de derrota assumiu sua face.

Iniciei a avaliação, de imediato notei que o carro havia sofrido uma colisão frontal considerável, pois a frente do carro estava deslocada para o lado do passageiro. Também notei que a parte traseira sofreu outra colisão muito forte. Para se ter uma dimensão da gravidade do acidente, o carro sofreu danos até a metade do assoalho do porta malas, onde fica a caixa do estepe. Pensem bem: o carro é grande e mesmo assim metade do porta-malas foi afundado na batida.

Dentro do porta malas havia infiltração de água, os reparos de funilaria foram muito mal executados, não existiam mais nenhum acabamento interno, a disqueteira original do carro havia sido removida e estava jogada dentro do porta malas. Levantei o carro para uma avaliação mecânica e vi que caixa de direção estava com vazamento, a suspensão dianteira apresentava folga na maioria dos componentes, o subframe dianteiro estava quebrado, a bandeja inferior da suspensão dianteira esquerda estava solta em razão da quebra do subframe e de um parafuso de fixação do mesmo. Resumindo: o carro estava condenado. Desisti imediatamente daquele GS.

Voltei à internet e o anúncio do segundo carro, um azul (o escolhido) havia sido removido. Imaginei que tivesse sido vendido.

Dias depois o anúncio voltou. Entrei em contato com o vendedor e ele deu nota 9 para o interior e 8 para o exterior. Me informou também que o carro apresentava alguns problemas mecânicos, como falha no alternador e a transmissão automática apresentava algumas falhas intermitentes. Ele já havia até comprado algumas peças eletrônicas da transmissão e feito a substituição, mas o problema persistia.

FOTO 6 (BARCA)

Agendei visita para o dia seguinte, fui com o meu sócio Cocão (que está muito entusiasmado com esse projeto). De fato o vendedor foi muito honesto no telefone, o interior realmente tem nota 9 por conta de um único acabamento de um botão que está se soltando e uma lâmpada da luz do painel que está queimada.

FOTO 3 (BARCA)

De resto, o carro é muito conservado, e nota 8 no exterior, pois os para-choques apresentam algumas marquinhas e ralados, resolvemos fazer um teste de rodagem dentro do condomínio, pois o carro estava com a luz da bateria acessa em decorrência da falha no alternador. Saímos com o carro pelas ruas do condômino e após cinco minutos rodando com o GS, ele morreu e não pegou mais.

FOTO 4 (BARCA)

Voltamos a pé para a casa do proprietário, peguei meu carro e voltamos para SP. Viagem longa entre o interior e a capital discutindo se aquele seria o carro ideal, o que poderia ser a causa da falha na transmissão, se ao invés de comprarmos um bom pretendente para o nosso projeto estaríamos comprando um pé de pica, como fala o pai de um amigo nosso.

FOTO 5 (BARCA)

Enfim, decidimos comprá-lo pelo estado geral do carro e assumindo uma possível troca da transmissão, inclusive considerando a possibilidade de aumentar o custo do projeto e partir para uma Getrag 6 velocidades. Segunda-feira no primeiro horário liguei para o dono do GS, após uma longa rodada de negociações fechamos negócio e por volta do meio dia saí da oficina com o guincho e fui ao interior buscar a Barca.

FOTO 7 (BARCA GUINCHO)

Após dois finais de semana dedicados a investigar os problemas da Barca, foram resolvidos. Hoje a Barca está rodando normalmente aguardando a chegada das peças para iniciarmos o desmonte.

FOTO 8 (BARCA NO ENCONTRO)

Agora vamos ao ponto que acredito ser o mais esperado por todos:

A preparação

Gosto muito de carros aspirados, mas um motor turbinado entregando torque de forma rápida e imediata não tem igual. Além disso, com um projeto bem desenhado e bem executado se consegue reduzir bem o spool da turbina e fazer com que a faixa de pressurização da turbina ocorra até o corte de giro, usando assim a máxima eficiência.

Logo, o projeto Killer Barge vai ser Turbo, utilizaremos a princípio single turbo e não biturbo como ocorre com o Supra ou com o Aristo (este é o GS300 da Lexus vendido pela Toyota nos EUA com versão aspirada e Turbo).

FOTO 9 (TOYOTA ARISTO - FOTO DA WEB)

O GS300 é equipado com o motor 2JZ-GE, a versão aspirada do motor do Supra (2JZ-GTE), porém após pesquisas intensas, descobrimos que os motores são exatamente os mesmos, com exceção ao comando de válvulas, pistões e bielas.

O motor será forjado, com componentes de boa qualidade a fim de obtermos um conjunto confiável e com potencial para aumentar potência após o projeto finalizado. Embora este não seja o objetivo primário, o foco é montar um hardware bem robusto para termos um coeficiente de segurança bom, evitando o abre e fecha de motor.

Compramos nos EUA a maioria das peças internas do motor, pois no Brasil não existem estes componentes. Nosso desejo era de montar o projeto com o maior número de componentes nacionais, mas infelizmente peças internas para o motor 2JZ estão disponíveis apenas fora do Brasil.

O que está a caminho do Brasil:

  • Jogo de pistões forjados JE
  • Jogo de Bielas Forjadas Manley
  • Bronzinas Xp King
  • Jogo de Juntas do Motor OEM Toyota
  • Bomba de Óleo High
  • Bomba d’água OEM Toyota
  • Correia Dentada Gates Racing
  • Tensionador da Correia Dentada OEM Toyota
  • Polias Reguláveis dos Comandos de Válvulas
  • Jogo de Velas de Ignição
  • Prisioneiros de Cabeçote ARP
  • Coilover Tein

Quanto à preparação do motor, que será Forjado, as únicas peças originais que se manterão na parte de baixo do 2JZ será o bloco e o virabrequim. O restante todo será modificado. Os cabeçotes serão retrabalhados na WDC, e após será realizado o ajuste em bancada de fluxo.

A suspensão será modificada também, utilizaremos as coilover da TEIN, e as buchas serão de PU, as coil serão importadas e as buchas serão feita no Brasil sob medida. Estamos avaliando ainda a possibilidade de construir na WDC itens estruturais para a suspensão, como a travessa tipo “H” para dianteira e barras de torção para a traseira, além da fabricação das tower bars dianteiras e traseiras. Estes itens são facilmente encontrados nos EUA, mas com o valor do dólar disparado, se torna impeditivo recorrer à importação de peças como primeira escolha.

Para a importação das peças estamos contando com a parceria e expertise do André Carvalho, que faz importação de peças e tem grande know-how neste assunto, inclusive passou na WDC informando que as bronzinas devem chegar em nossas mãos na semana 34, além de nos informar que algumas caixas já foram recebidas em sua central em Miami. Porém até a elaboração deste texto a equipe dele ainda não havia conferido as mercadorias então ele não soube nos dizer quais componentes estavam em suas mãos (obrigado, André!).

Coletor de escape, escapamento, coletor de admissão, pressurização serão todos feitos na própria WDC. Utilizaremos componentes comprados no Brasil para a confecção das linhas de combustível. Portanto bomba de combustível, bicos injetores, aeroquips e conexões serão dimensionados e tentaremos usar o máximo de itens nacionais. Suportes, flauta de combustível e catch tank também serão fabricados na WDC.

Quanto aos freios, utilizaremos Brembo de quatro pistões na dianteira e de dois pistões na traseira. Estes conjuntos já estão encomendados só precisamos ir retirar. A única alteração para que estes conjuntos possam ser instalados no GS ficarão por conta da adaptação das pinças e discos de freio para correta instalação no Lexus. Este trabalho também será realizado na WDC. Temos a pretensão de usar discos de 380 mm na dianteira. Aeroquip de freio também será feito no Brasil, não na oficina, mas sim em um de nossos fornecedores.

Quanto à injeção eletrônica, a mesma será comandada por uma Megasquirt, esta também já está comprada e já está em processo de montagem. O responsável pela montagem dos componentes eletrônicos da central Megasquirt é nosso grande amigo e parceiro Antonioni T. Domingues (que é o responsável pelo acerto dos carros preparados pela WDC). Ee conhece muito de eletrônica além de trabalhar como engenheiro de calibração de motores, e nos ajudará além da montagem da central e do acerto da injeção, na confecção do escapamento, coletores e catch tank.

Quanto à transmissão, manteremos a original automática de quatro velocidades. Sim: pesquisamos muito a respeito e esta transmissão é um item comunizado pela Toyota. Ela equipa diversos modelos da marca, incluindo algumas versões oito cilindros turbo-alimentado. Parece ser uma transmissão bem robusta, e vamos descobrir juntos o que esta transmissão pode aguentar de potência.

E o porquê de manter a transmissão automática e não partir para uma Getrag manual de seis velocidades que equipam os Supras? Em primeiro lugar conter o custo do projeto, sem dúvidas. Em segundo lugar, porque esta transmissão tem grande potencial de conseguir levar a Barca a velocidades acima de 300 Km/h no top speed. No Japão utilizam o GS300 ou o Aristo em preparações mantendo a transmissão automática para extrair velocidade final.

Lembram que comentei que o GS compartilha plataforma do Supra? Então, diferencial traseiro e semi-eixos traseiros são os mesmo utilizados no Supra, inclusive a transmissão automática que comentei acima também foi utilizada em algumas versões do Supra aspirado e turbo. Logo de transmissão estamos fechados sem necessidade de qualquer tipo de alteração (pelo menos até onde aguentar).

Apenas uma observação quanto à transmissão automática: estamos avaliando se colocaremos mais uma Megasquirt para comandar a caixa de transmissão, ou se o nosso mago da eletrônica, Antonioni, vai conseguir fazer uma interface que se comunica com o módulo OEM para comandar a transmissão. Este ponto está em estudo ainda, mas bem promissor.

Questão estética não será nosso foco, apenas as rodas precisarão ser alteradas em razão dos freios e também para conseguir transmitir potência e torque para o asfalto, pois as rodas 16 originais serviriam apenas para fazer fumaça de borracha. Este é um item complicado, acreditem. Queremos rodas com tala 10 na traseira, e é muito difícil achar rodas com essas configurações e no padrão de furos do fabricante, mas a busca continua.

FOTO 10 (RODA 1) FOTO 11 (RODA 2) FOTO 12 (RODA3)

Sei que devem estar se perguntando, mas cadê o objetivo final de potência? Calma: temos um número em mente, mas em um primeiro momento vamos partir para algo em torno de 600 cv no motor. Assim podemos sentir o comportamento do carro quanto à suspensão, freios, e principalmente a transmissão. Não se preocupem: podemos garantir que os componentes escolhidos para a montagem do motor, são componentes que suportam projetos de mais de 1.000 cv. Se vamos chegar lá? Como diria o meu sócio Cocão: quem sabe?

Nos próximos textos esperamos compartilhar o andamento do projeto já com fotos do desmonte, dimensionamento completo do motor e quem sabe até mesmo parte da montagem do 2JZ.  Contamos com o André, e claro, precisamos da ajuda do dólar — ele precisa baixar.

Abraços!

Por Osvaldo “Dinho” Copiano, Project Cars #287

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