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Project Cars Project Cars #390

Project Cars #390: a história da minha Kombi 1996 Retrofit

Olá, pessoal. Meu nome é Igor Denilli de Miranda, tenho 34 anos, sou funcionário público.  Nascido em Belo Horizonte, porém há mais de 20 anos no Rio de Janeiro, não sou muito diferente da maioria dos brasileiros, amante de carros.

Já final da década de 80, a assinatura da revista Quatro Rodas fazia parte da minha rotina mensal, e a coleção só crescia, para desespero da minha mãe que não tinha mais onde colocar. Na mesma época, no colo do meu pai, eu já começava a dirigir em curtos e isolados trajetos, que nenhum policial nos leia. Já de antemão, deixo aqui meu profundo agradecimento à minha mãe que me deu apoio moral em todo o processo, e ao meu pai que foi de vital importância já que ele mete a mão na massa sem dó.

Faço parte de um grupo automotivo no RJ (DNS Team), que teve seus áureos tempos há mais de uma década, naquela onda do primeiro filme “Velozes e Furiosos”. Hoje em dia, as amizades continuam, mas poucos tem tempo a ser dedicado ao amor pelos carros. Meu último veículo em que ainda modifiquei algo, foi o Kadett abaixo. Atualmente possuo um Nissan Versa para uso cotidiano.

Foto 1

Depois dessa rápida pincelada da minha vida, vamos ao que interessa, a Gertrudes. O desejo de ter uma Kombi vem há bastante tempo, mas sempre foi deixado de lado devido à outras prioridades. Decidi finalmente realizar o sonho esse ano, porém quando comecei a ver os anúncios, assumo que quase desisti. O mercado inflacionado e as exportações em massa das amadas Corujinhas para a Europa e EUA acabou deixando o sonho mais longe. Fotos como a mostrada abaixo me deixavam espantado, e anúncios de Corujinhas por 15, 20, 30.000 euros dependendo do estado só aumentavam o desânimo. Chassis ambulantes de Kombis devoradas por ferrugem tinham o preço definido em mais de 10.000 reais.

Foto 2

O processo de comprar uma Kombi acredito ser mais complicado ainda, pois é um veículo para uso severo, seja para transporte de pessoas ou pra qualquer outra atividade de carga, que geralmente maltrata muito o carro. Aqui no RJ geralmente é usada para transporte de pessoas, e a proximidade com o mar também não ajuda a manter as Kombosas em ótimo estado. Corujinhas eram meu primeiro objetivo, mas gostava muito também das Clippers até 96, com teto baixo. Assim, tive que começar a procurar fora do estado, e foi quando encontrei o anúncio da Gertrudes na OLX. Ela estava no interior de Minas, na cidade de Lima Duarte.

Origem da Gertrudes

Ela é uma Kombi 96 Standard, 1600 com carburação dupla, com 42.000km originais. As fotos do anúncio eram animadoras, como podem notar abaixo. Lataria estava impecável, interior também. Os assoalhos, painéis laterais, frente, traseira, tudo dava a crer que era uma oportunidade imperdível. Os 4 pneus remold seriam rapidamente trocados, então não eram um problema. Era possível ver um leve amassado do lado esquerdo, acima da roda traseira, e pontos de ferrugem bem pequenos nos vidros do curvão traseiro, o que também não me preocupava. Tinha certeza que era ela!

A negociação com o ex dono foi rápida, pois ele tinha todo o histórico dela, e uma oportunidade como essa não dura muito. Ela tinha sido comprada em Barbacena, interior de Minas. Por lá ficou por bastante tempo parada, já que tinha sido comprada para transporte escolar contando com a vitória de um prefeito, que acabou perdendo e seu destino foi ficar fazendo curtos trajetos durante vários anos. O ex dono comprou para fazer transporte turístico entre Lima Duarte e Ibitipoca, porém queria pegar uma Land Rover para fazer o mesmo trajeto.

Chaves reservas, manuais, nota fiscal, tudo estava lá! Dia 23/04/1996 tinha sido o “nascimento” dela, como é possível ver na nota, em dias ela completaria 20 anos.

Não havia mais dúvidas. E assim, no dia 19 de abril de 2016, saímos do RJ pela manhã. Chegando lá, as fotos não mentiam. Ela estava muito inteira, muito original, mínimos detalhes a serem feitos. Kilos de poeira e terra vermelha tomavam conta de todos os cantinhos, mas isso era fácil de resolver com um banho. O motor realmente tinha a quilimetragem mostrada, sequinho, sem vazamentos, muito sereno e recém regulado, mostrava estar muito saudável. Parte elétrica funcionava por completo, faróis, freios, setas, luzes do painel, e até a regulagem de intensidade de iluminação do painel. Fechei negócio, fiz o pagamento e fomos embora de Lima Duarte. Eram só 200 e poucos kilômetros da cidade maravilhosa.

Acompanhado pelo carro do meu pai, e com minha mãe de co-piloto, pegamos a estrada, sem surpresas, e com a felicidade estampada na cara! Paramos duas ou três vezes, pois a tampa da mala abria por vontade própria, mas era só uma regulagem e nada mais.

Foto 24

A kilometragem original é possível ver na foto, assim como as “férias” da direção.

Foto 25

Andando entre 70 e 90km/h, chegamos em pouco mais de três horas ao Rio de Janeiro. E o desenrolar da história deixo pro próximo post…

Até lá!

Por Igor Denilli, Project Cars #390

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