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Car Culture

Qual deles é mais rápido: um supercarro ou um hot hatch?

À primeira vista parece uma briga injusta com resultado óbvio: o supercarro — nesse caso, o Audi R8 V10. Mas não estamos falando de um hot hatch qualquer, e sim de um Clio RS Cup, modelo de competição com motor 1.6 turbo de 220 cv. Será mesmo que é tudo tão previsível como parece?

Claro que a distância entre ambos ainda é imensa: o R8  tem uma usina de 550 cv — uma diferença de 330 cv — montada atrás dos ocupantes, transmissão S-Tronic de dupla embreagem, tração integral quattro e é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de quatro segundos. Como bônus, é um dos supercarros mais amigáveis para uso diário.

Já o Renault Clio é um hot hatch de corrida — um Clio RenaultSport 200 , ou RS, que em sua versão civil tem um 1.6 turbo de 200 cv e leva 6,9 segundos para atingir os 100 km/h, com máxima de 227 km/h. Preparado pela equipe Oreca, o motor recebeu um novo sistema de escape e teve o módulo de controle do motor reprogramado — agora, ele tem 220 cv e 27 mkgf de torque.

Mas e aí, o que acontece quando você coloca os dois para dar uma volta rápida em um circuito?

É lá que as características de ambos se revelam de verdade. Dickie Meaden testa o R8 primeiro, e nos conta que sua boa usabilidade nas ruas acaba por influenciar seu desempenho na pista. Não é um carro lento, longe disso, mas ele cita como exemplo a agressividade — presente em carros como o McLaren 650S e a Ferrari 458 Speciale, porém não tão perceptível no R8, que é quase dócil nas curvas. Mas o V10 brilha nas retas — e o tilintar da alavanca do câmbio manual em sua grelha é como música para os ouvidos de qualquer gearhead.

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Agora, o Clio RS Cup é um carro de corrida com gaiola de proteção, interior depenado, suspensão preparada, freios de competição e pneus slick. Apesar de ter 330 cv a menos, tudo nele é mais extremo — e isso inclui o câmbio sequencial de competição, acionado por paddle shifts que, segundo o jornalista, não é rápido: é imediato. Ah, e nada de assistências eletrônicas como controles de estabilidade e tração. Aqui, é tudo na raça.

Outra diferença importante: o peso. Enquanto o R8 pesa 1.625 kg — não é nenhuma supermodelo —, o Clio RS Cup pesa cerca de 1.000 kg incluindo piloto e todos os fluidos.

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Quando vemos a calma de Meaden no R8 e comparamos com suas frases exaltadas ditas por baixo do capacete no Clio, conseguimos perceber como a experiência de pilotar o hot hatch de corrida é muito mais intensa. Isto se traduz no tempo de volta: o Clio RS Cup não foi mais rápido do que o R8 V10 Plus, mas chegou assustadoramente perto. Enquanto o supercarro levou 1:04,7 para dar uma volta completa na pista de testes da Evo, o Clio RS fez o mesmo em 1:04,8 — sim, apenas um décimo de diferença.

O que isso prova? Mais uma vez, que potência não é a única coisa que torna um carro rápido: peso, pneus, câmbio e estrutura também têm papel tão importante quanto, e podem fazer uma diferença gigantesca. Nada que a gente não soubesse — mas que é legal de assistir um supercarro e um hot hatch disputando tempos de volta… ah, isso é.