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Renault Clio Cup: uma corrida só de hot hatches franceses preparados é mesmo animal

Já batemos nesta tecla algumas vezes, mas não custa repetir: por mais que a gente goste de carros de tração traseira e das coisas que só eles podem fazer, sabemos muito bem que eles não são a única forma de se divertir ao volante. Na verdade, por pior que seja um carro, a verdade é que a gente gosta de acelerar qualquer coisa.

Se esta “qualquer coisa” for um hot hatch francês aliviado, pronto para as pistas, melhor ainda! E é exatamente isto que a Renault Clio Cup, mais recente encarnação de um campeonato promovido pela Renault desde 1966, na França. Antes chamada apenas de French Cup, a competição já foi disputada com uma boa variedade de modelos, sempre da Renault: R8, R12, R5 e Clio — este último, desde 1991.

Neste tempo, o padrão de desempenho aumentou bastante — e os carros de corrida, mesmo os de tração dianteira, não são exceção. Se o primeiro Renault Clio Cup (sim, ele tem o mesmo nome que a competição), baseado no Clio 16S de primeira geração, tinha um motor 1.8 aspirado de 140 cv e pesava apenas 885 kg; o mais recente Clio Cup, apresentado em 2015, usa um motor 1.6 turbo de 220 cv e pesa 1.080 kg. Na relação peso/potência, o mais novo ganha: 4,9 kg/cv contra 6,3 kg cv.

Mas qual é a diferença de desempenho entre os dois? Para responder a esta pergunta, os caras da revista Evo fizeram um vídeo especial, inspirados nas track battles da publicação japonesa Best Motoring International (com direito a vinhetas toscas e tudo) no autódromo britânico de Rockingham Circuit. Se você não sabe do que se trata, confira as duas coletâneas que fizemos deles, neste link e neste aqui, também.

Além da mais antiga e da mais recente geração do Clio Cup, os caras ainda descolaram um intermediário — a segunda geração, que competiu entre 2000 e 2007. Seus números também ficam no meio: seu motor é um 2.0 naturalmente aspirado de 182 cv.

Para tornar as coisas mais divertidas, eles ainda colocaram na disputa o antecessor do Clio na competição: o Renault 5 GT Turbo de 1985, que tinha um motor 1.4 turbo de 120 cv e pesava míseros 785 kg.

No comando do R5 foi Jethro Bovingdon, editor da Evo. Nos outros três carros, três pilotos profissionais — Andy Wallace com o Clio mais antigo, Marino Franchitti com o filho do meio e Dickie Meaden com o mais novo e potente.

A verdade é que a disputa serviu mais para os caras curtirem alguns momentos acelerando carros de corrida do que como um comparativo técnico de verdade, feito medir o desempenho dos carros. A disputa foi uma corrida de quatro voltas com handicap na largada — os carros menos potentes arrancavam primeiro — e, aparentemente, o importante era tentar ser o mais rápido.

Não demorou para que, mesmo mais leve, o Renault 5 GT Turbo ficasse para trás (o fato de ser o único que não foi guiado por um piloto profissional também deve ter ajudado). Ficou claro que a real disputa seria entre os outros três — e, acredite, foi uma briga bastante equilibrada e, surpreendentemente, a disputa pelo segundo lugar ficou justamente entre o Clio mais antigo e o mais novo: quem disparou na frente foi o Clio da década de 2000, com peso e potência intermediários.

De qualquer forma, a disputa é só um detalhe. O maior barato é saber que há décadas existe uma corrida de hatchbacks compactos que não aposta em números extravagantes para entreter pilotos e espectadores, e sim em carros leves, básicos e bem acertados que se movem com agilidade na pista e arrancam gargalhadas a cada curva, enquanto levantam os pneus traseiros.

Quer dizer, nem sempre foram hatchbacks. O Renault 8 Gordini, primeiro carro usado na competição, era um sedã de motor traseiro — um quatro-cilindros de 1,1 litro e 90 cv; enquanto o Renault 12 é nada menos que a versão francesa do nosso querido Ford Corcel, porém com motor de 1,6 litro com carburador duplo e 125 cv, sendo capaz de chegar aos 185 km/h.

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O Renault 5, primeiro hatchback usado na categoria, só veio em 1974. E um aspecto interessante é que, àquela altura, a competição já havia saído da França e era disputada também em outros países, como a Bélgica e o Reino Unido.

E o bagulho era louco!

Atualmente, a Renault Clio Cup é disputada em 15 campeonatos nacionais — Bélgica, China, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Itália, México, Espanha, Holanda, Portugal, Suíça, Turquia, Reino Unido e até mesmo o Brasil, além de um campeonato internacional com participantes de vários destes países. Que continue assim por muitos anos!