FlatOut!
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Project Cars Project Cars #301

Renault Clio RS: depois da preparação, hora de acelerar no track day

Olá a todos. Bem-vindos à quarta parte do Project Cars #301. Como já faz algum tempo que o último post foi publicado, vamos recapitular a terceira parte, na qual contei o acerto de suspensão, e em seguida continuar a história do Clio “RS”.

A troca das buchas e batentes elevou em 1,5 cm a dianteira do carro, salvando das raspadas diárias na rampa do estacionamento do meu prédio. O conjunto de buchas de PU (barra estabilizadora, bandeja e bieletas) deixaram o comportamento na mudança de direção mais “arisco”. O carro recebeu amortecedores encurtados e com mais carga, deixando a suspensão super firme. O resultado foi uma traseira bem colada no chão enquanto antes tinha o efeito pendulo. A transferência lateral de peso reduziu muito. O carro ficou como um kart duro no bump e no rebump. Agora as expectativas eram as melhores possíveis para o próximo trackday.

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No momento da legalização no Detran, o carro passa por uma inspeção. Se engana quem acha que é bem moleza passar nessa inspeção num carro de 15 anos. Eles olham de tudo: todas as luzes do carro, macaco, chave de roda, triangulo, estepe, portas, vidros, extintor… aferem a carga dos freios, alinhamento, potência e peso. Pra variar o freio traseira estava desbalanceado com o lado esquerdo 30% menos eficiente que o direito. Também a dianteira estava com folga na direção. Motivo pelo qual teve que ser remarcado uma nova vistoria depois de achado um vazamento no cilindro mestre (lembra do pedal baixo na primeira postagem!?) trocado lonas e dado um passe no cubo e trocado barra axial da direção.

Um regime ia bem!? Será isso problema da balança?

Pequenas melhorias

Pedais Sparco

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Para dar um pouco de incremento no visual comprei estes pedais que foram os mais próximos dos originais do Clio RS. A parte boa que o acelerador ficou mais largo e eu uso punta taco em toda curva agora com naturalidade.

 

Espaçadores (flanges)

Os espaçadores de rodas são flanges presas ao cubo, nas flanges há uma rosca que prende o parafuso da roda ou saem parafusos do tipo prisioneiros com porcas. O objetivo geral é prolongar a roda e aumentar a bitola do eixo dianteiro (ou traseiro também) deixando o carro mais estável. Além das outras alterações me apareceram um bom preço por estas 4 flanges de 25mm. Na minha ideia seria para montar slicks aro 13 na frente sem pegar nas pinças.

Mas nem tudo é vantagem, essas flanges em aço pesam 10 kg com parafusos (pesei na balança), e sabemos que massa não suspensa e rodante é crítica!

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Por isso que eu consegui reduzir o peso do conjunto pra 7 kg removendo as bordas no torno mecânico.

E pra piorar, a roda montou, mas as pinças continuaram pegando! Então os slicks vão pra trás.

 

Trackday

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Agora era a quase última oportunidade mais fácil de testar tudo em pista. Meu planejamento era: chegar de manhã e fazer todas as coisas no carro. Se sobrar tempo assistir um pouco o trackday e ir pra vistoria. No entanto minha esposa logo de manhã me jogo o balde de água fria: “Esqueceu da missa crisma do sobrinho!?” Hoje!? putz.. essas coisas acontecem justo nos dias de trackday. Ta ok, eu vou lá… saio antes do almoço e vou.. Vai dar tempo!

Saio correndo (é lógico que a missa demorou 3 horas). Logo na chegada eu me deparo com umas pessoas reunidas tirando foto dos carros parados, quando eu me dei conta que estava atrapalhando baixei o vidro:

– Posso parar aqui do lado?

– Claro, você é daquele Project Cars do Flatout, né!? Estacione aí, vai ficar legal a foto!

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O Briefing era em 15 minutos, corri pra colocar os espaçadores atrás e os slicks. Se apareceu o meu cofrinho na foto trocando as rodas nem sei. Na falta da chave allen (adaptador de roda) coloquei os parafusos originais. Coloquei a flange de um lado, e roda. Agora só faltava o outro lado, mas quando vi… um parafuso que prendia a flange tava faltando. Cacete, corri pra tirar os espaçadores atrás, pois não teria muito prejuízo, porém isso me deixou com mais pressa.

Na pressa de remover um parafuso atrás ele travou… força, força, força ploft quebrou. Droga, menos mal que quebrou dentro do espaçador, e o cubo estava bem. Só que agora eu tinha um parafuso a menos. Bom vou usar o parafuso do próprio espaçador pra não ficar com apenas 3 (espero que não de problemas na vistoria 1 parafuso diferente). No final todas essas adversidades (mais pressa) se transformaram num xadrez, de última hora tive que pensar em tudo que podia fazer.

Montei tudo, fiz a vistoria! tudo bem, corri pro Briefing. Quando cheguei lá tinha acabado de acontecer, o próximo só dali 50 minutos. Droga, corri pra nada… vou dar uma volta, tomar uma água, procurar um lugar pra deixar minhas rodas e se sobrar tempo tirar umas fotos.  Fiquei bem surpreso que fiz vários amigos por causa do Flatout.

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Depois da segunda chamada do Briefing corri pro carro, saí pra pista. Na primeira volta (ainda saindo dos boxes) senti o carro bem firme como tinha que ser. Assim que cruzei a linha foi pé na tábua, fiquei atrás de um Sandero RS e pensei, vou tentar passá-lo. Pegamos algum trânsito, mas não cheguei nele, mas também colei nele que tava por sua vez colado num Mini Cooper.

Quando cruzei a linha olhei no aplicativo do celular, 1:57 isso era bom, porque foi mais rápido que as últimas, mas ainda não era o ideal. Tava na hora de forçar um pouco mais e na última curva senti uma vibração e barulho alto vindo da roda dianteira esquerda. Pensei: Ou pneu furou, ou a roda ta caindo. Fui devagar cheguei nos boxes, e a roda tava caindo! Parafusos originais com espaçadores? Que vacilo!

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Corri atrás de uma chave allen pra trocar os parafusos e consegui. Tirei os parafusos originais que estavam cheios de limalha, e coloquei os parafusos longos que vieram. Apertei.. e voltei pra pista. Quando deu 140 km/h a vibração era temerária. Alguma coisa tinha acontecido quando a roda soltou e meu trackday tinha acabado (com uma única volta completa). Parei verifiquei se tava tudo bem preso mesmo. Conversei com umas pessoas e voltei pra pista pra dar uma voltinha, mas a vibração dava medo.


Injeção eletrônica

Como meu motor sempre precisava de um pouco mais de fôlego naquela longa reta, e mais monitoramento para a próxima postagem deixo esse pequeno teaser. Próximo up já com chicote pronto!

pandoo

Lembra da primeira postagem agora, meu motor é parcial do Flex porém minha injeção é OEM a gasolina. Se eu conseguir reprogramar minha injeção e refazer a parte de alimentação, meu motor já tem taxa de álcool.

 

Um pouco de história

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Esses caras no AIC foram entregues em outros carnavais pra Copa Clio Brasileira, todos K4M quatro-portas. Eles servem de referência para acerto, pois tinham cabeçote original e mesmo assim eram bem afinados. A receita falando de forma grosseira: uma central reprogramada e um cabeçote reenquadrado. Esse reenquadramento muda a curva de torque. A receita básica é adiantar exaustão em 2° e atrasar admissão em 4°. A central por sua vez tinha corte em 6.200 (300 rpm a menos que oem) justamente onde o torque começa a cair. È possível encontrar algumas ECU usadas em Copa Clio.

Como os comandos de performance estão sendo vendido por preços impagáveis (alta do dólar e dificuldades de importação) esse é o melhor que dá pra fazer no cabeçote. As bielas do K4M que são finas como pernas de sabiás anêmicos não aguentam nada de pressão, mas aguentam até uns 140 cavalos aspirado numa boa – caso contrário a receita dos Clios do campeonato de marcas é usar bielas de CHT.

Bom essa preparação é o plano que será executado na próxima postagem.

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Para fechar a postagem deixo foto da minha garagem (meu hobby e meu meio de transporte). O meio de transporte é aquele de 18 marchas.

Por Alexandre Muller, Project Cars #301

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