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Top Xuning: os piores acessórios e modificações que alguém pode instalar em seu carro

Tuning, customização, personalização… são nomes diferentes para uma mesma prática: modificar seu carro para deixá-lo com a sua cara — ou com a cara de alguma vertente automotiva que você curta. Existem centenas de acessórios legais e uma infinidade de modificações que você pode aplicar ao seu carro e, claro, fica a seu critério escolher quais. Quem tem que curtir o visual do seu carro é você, não os outros.

Agora, sabemos que esta questão é subjetiva, mas existem algumas modificações de gosto pra lá de duvidoso: desnecessárias, inúteis ou feias mesmo — e, nos piores casos, até perigosas.

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Algumas delas já saíram de moda há tempos, mas de vez em quando você topa com elas por aí. Outras, felizmente, são tão ruins que você dificilmente vê nas ruas. E outras até são surpreendentemente populares porque, no fim das contas, gosto é gosto. O caso é que o xuning ainda vive, se transformando continuamente, e provavelmente

Mas chega de enrolação: vamos listar aqui algumas modificações que você até tenha curtido há uns dez anos e outras que vão te fazer pensar “cara, isso existe mesmo?” Pois é, existe.

 

Teto solar falso

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Já faz mais de 70 anos que o primeiro carro equipado com teto solar saiu da linha de montagem: o Mercedes-Benz 170V, que tinha um teto de lona fabricado pela Webasto, empresa mais famosa do segmento até hoje. Ao longo dos anos, foram surgindo tetos solares de aço, vidro e até policarbonato — e foram incorporados os comandos a manivela e, mais tarde, elétricos.

Há uns 20 ou 30 anos, o teto solar era o maior luxo que se poderia ter em um carro no Brasil. Hoje ele é bem mais comum, mas ainda não está presente nos carros mais acessíveis. Se o seu carro não tem teto solar, mas você quer que ele pareça ter um, seus problemas acabaram com o revolucionário teto solar falso — uma peça de acrílico instalada sobre o carro que simula um teto solar semi-aberto. E você não paga uma fortuna e nem precisa mexer com a rigidez estrutural do seu carro!

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Existe outra variação, ainda mais cara-de-pau: um adesivo retangular preto brilhante, que é colado no teto do carro. A peça plástica custa, em média, R$ 300. O adesivo custa R$ 30.

 

Esguichos (ou “brucutus”) iluminados

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Lavadores de para-brisa (os famosos “brucutus”) só servem para isso: lavar para-brisas. Eles não foram feitos para serem vistos, tanto que os fabricantes até dão um jeito de escondê-los em alguns modelos. Então por que você iria querer chamar a atenção justamente para eles com luzes neon? Pois é: mistério.

 

LED strips (fitas de LED)

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Ainda que tenham ficado associados aos modelos da Audi graças ao R8, o primeiro carro a adotar faróis com LED de fábrica foi o Lexus LS 600h. Ao contrário do que se costuma pensar, a intensidade dos LEDs comercialmente viáveis ainda não é suficiente para que eles substituam lâmpadas convencionais halógenas ou de xenon. Sendo assim, os diodos emissores de luz costumam ser usados para luzes diurnas ou lanternas dianteiras e traseiras, e não como iluminação principal. No carro certo, elas ficam bacanas. No carro errado, o conflito entre os LEDs e as linhas dos faróis pode ficar, no mínimo, esquisito.

E elas são baratas — dá para comprar uma fita de LED de 5,5 metros por menos de R$ 100. É muito LED, e alguns donos acabam as espalhando por todo o carro, não só os faróis.

 

Conta-giros

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Aqui cabe uma observação: conta-giros, por si só, não são xuning — são componentes essenciais em qualquer carro preparado, e são, no mínimo, bastante úteis em qualquer carro (especialmente naqueles com câmbio manual, para definir a hora perfeita de trocar as marchas). Estamos falando daqueles conta-giros enormes, muitas vezes com shift lights, que são instalados por puro apelo estético, quase acompanhados daqueles relógios instrumentos na coluna A. Algumas vezes as marcações vão até 11 mil RPM, enquanto o motor do carro gira a 6-7 mil rpm. Ah, e às vezes o carro até já tinha conta-giros de fábrica. Dá para entender?

 

Cintos de competição falsificados

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Há algumas semanas postamos aqui um guia sobre cintos de competição — de quatro, cinco ou seis pontos: o modo correto de instalá-los, os casos em que eles são necessários, indicações de uso e até quais seriam os melhores bancos para usá-los. Tudo porque cintos são, antes de tudo, um equipamento de segurança, que precisa ser testado e homologado antes de poder ser comercializado. Infelizmente, nada disso impede que se comprem cintos de competição falsificados, que imitam marcas famosas como a Takata, mas estão longe de oferecer a mesma segurança. Tudo em busca de um visual racer, mesmo que isto coloque vidas em risco.

 

Tapete “chão de ônibus”

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Chamar de “saudades do transporte público” é meio cruel e preconceituoso, mas uma coisa é fato: tapetes metalizados, com aquela padronagem típica do assoalho de ônibus urbanos, não é bonito há quase 15 anos — a moda começou em 2001, com o lançamento do primeiro filme da saga Velozes e Furiosos, e continua até hoje, ainda que com menor intensidade.

Pensando bem, isso nunca foi bonito, não é? Mas pelo menos a inspiração é nobre: os tapetes “chão de ônibus” podem ter sido inspirados também pelas chapas de alumínio instaladas no assoalho do piloto em alguns carros de corrida, que tinha a função de evitar que os pés escorregassem.

 

Asa traseira

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Vindas dos aviões, as asas traseiras passaram a ser usadas nos monopostos de Fórmula 1 na década de 60 com o objetivo de usar o ar para gerar downforce na parte traseira do carro e, consequentemente, aumentar sua estabilidade — além de, em muitos casos, contribuírem para reduzir o arrasto aerodinâmico e, desta forma, conseguir um carro mais rápido. Em pouco tempo, as asas passaram a ser usadas em carros de rua — e vieram em todos os tamanhos e formas, sempre desenvolvidas por engenheiros que realizavam testes em túneis de vento e circuitos.

É claro que isto também significa que não demorou para que as asas fossem adotadas como adereço estético, muitas vezes em tamanho exagerado e formatos que não melhoram em nada a aerodinâmica do carro — pelo contrário: uma asa instalada sem critérios pode causar desequilíbrio aerodinâmico e piorar a estabilidade do carro, ou até aumentar o arrasto, prejudicar o desempenho e aumentar o consumo de combustível.

 

Turbo “virtual”

Turbocompressores são uma boa maneira extrair mais potência de um motor sem recorrer ao aumento de deslocamento — um replacement for displacement, se preferir. Recentemente, eles também vem ajudando os fabricantes a manter (e melhorar) o padrão de desempenho de seus carros mesmo empregando motores menores e de maior eficiência energética. Quer fazer seu carro parecer turbinado sem ter que, de fato, instalar um turbo nele? Instale um simulador de turbo!

Existem os modelos mais simples, que são apitos de metal instalados na saída de escapamento, acionados pelos gases do escape, ou os mais sofisticados — eletrônicos, acionados por botões na manopla de câmbio. Estes permitem que você faça o carro “espirrar” a cada troca de marcha para um efeito mais convincente.

 

Capô com scoops  falsos e travas decorativas

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Como os aerofólios, as entradas de ar no capô — ou scoops — surgiram funcionais, e foram se tornando adereços estéticos com o tempo. De início, serviam para otimizar a refrigeração do motor, mas também para aumentar a admissão de ar frio e garantir um desempenho melhor, mas logo foram associadas aos carros esportivos e de corrida, e adotados pela galera do tuning. Muitas vezes são só apliques plásticos ou buracos feitos em qualquer lugar do capô — e que de vez em quando são adotadas até pelas próprias fabricantes.

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Já as travas redondas e cromadas serviam para eliminar o fecho nos carros de corrida, reduzindo o peso e aumentando a praticidade na hora de abrir o  capô. Contudo, depois do Mustang Shelby GT500 “Eleanor” de “60 Segundos” (Gone in 60 Seconds – 2000) e “Velozes e Furiosos” (The Fast and The Furious – 2001), elas se tornaram mais um enfeite — existem travas de plástico, com rebites falsos, presas com fita dupla face, que podem ser compradas por R$ 30. E nem servem para segurar o capô de verdade.

 

“Réplicas” de rodas famosas calçadas com pneus chineses

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Esta é uma combinação perigosa. Claro, sabemos que nem todo mundo tem condição de pagar uma pequena fortuna por um jogo de rodas originais ou de uma marca tradicional — como as rodas AMG ou BMW, ou as fabricadas pela BBS, pela Enkei e pela OZ. Sendo assim, muitos entusiastas que acabam procurando alternativas — as “réplicas”, que têm visual quase idêntico às rodas famosas, porém custam muito menos. Só que, como diz o chavão, o barato pode sair caro.

Rodas falsificadas não costumam passar pelos testes rigorosos aplicados pelas fabricantes das originais, e estão sujeitas a defeitos de fabricação e falhas de projeto, além de quase sempre usarem material de pior qualidade. E elas ainda podem prejudicar as fabricantes: a BBS, por exemplo, andou tendo prejuízo por causa de rodas falsificadas, e teme o risco de pedir falência pela terceira vez desde 2007.

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Outro problema são os pneus chineses — que sofrem do mesmo mal que as rodas: duram menos e não passam por todos os testes aplicados por uma fabricante de pneus tradicional. Sem falar que muitos dos donos que colocam rodas falsificadas e pneus chineses em seus carros acabam também escolhendo tamanhos exageradamente grandes, e precisam realizar modificações duvidosas para que elas caibam nas caixas: suspensão com molas cortadas e incisões nos para-lamas, por exemplo — comprometendo a geometria do sistema de suspensão e a rigidez estrutural do carro. Enfim, é uma má ideia.

Agora, como já dissemos, gosto é subjetivo, e o seu conceito de xuning pode ser diferente do nosso — talvez você seja mais tolerante, talvez menos. O caso é que queremos saber: o que é xuning  para você, e que outros exemplos você consegue lembrar?

(Não deixe de conferir a segunda parte da lista com as sugestões dos leitores neste link!)