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Lançamentos Zero a 300

765 cv e 340 km/h: este é o novo Chevrolet Corvette ZR1 C7 2019

A Chevrolet decidiu apresentar ontem (12), depois de meses de teasers e de alguns “vazamentos”, o novo Corvette ZR1. Isto é uma grande coisa, porque estamos falando do Corvette produzido em série mais potente e mais rápido de todos os tempos. Na verdade, nenhum outro Chevrolet de rua na história teve tanta cavalaria: 765 cv. E nós vamos falar de todos os detalhes sobre ele agora!

Com o fim do Dodge Viper, o Corvette se tornou a principal resposta dos americanos aos superesportivos europeus – em especial, o Porsche 911, que sempre é o rival a ser batido. No caso do ZR1, o rival tem sobrenome: GT2 RS. O tempo de 6:47 no Inferno Verde coloca o Porsche 911 GT2 RS e seus 700 cv no topo da cadeia alimentar atualmente, e a Chevrolet não poupou esforços para transformar o Corvette em um rival capaz de defender a honra dos Estados Unidos no Velho Continente. Será que eles conseguiram?

O atual recorde do Corvette em Nürburgring é 7:13, conquistado pelo Corvette Z06 em abril deste ano. O Viper fez 7:01 em sua mais recente tentativa, e o Corvette ZR1 da geração passada fez 7:19 em 2012. Isto mostra duas coisas: os tempos em Nürburgring caíra bastante nos últimos anos, e o Corvette tem uma missão árdua pela frente. Será que ele vai conseguir cumpri-la?

No que depender da ficha técnica, um enorme passo já foi dado. O Corvette ZR1 vem equipado com o novo motor LT5 – e aqui, não poderia ser mais americano: um V8 de 6,2 litros com comando no bloco e supercharger. Este tem 52% mais deslocamento que o supercharger usado no motor LT4 do Corvette Z06. Além disso, o motor utiliza, pela primeira vez em um Chevrolet, um sistema de injeção dupla, composto por um arranjo principal de injeção direta e um arranjo suplementar de injeção multiponto tradicional. Bloco e cabeçotes são de alumínio, com diâmetro x curso de 103,25×92 mm. Com isto, os 765 cv aparecem às 6.300 rpm, enquanto o torque máximo de 98,85 mkgf vem às 4.400 rpm.

Vale observar que o motor tem o mesmo nome do V8 com comando duplo nos cabeçotes e engenharia Lotus usado no Corvette ZR1 C4, porém com um layout muito mais tradicional para o Corvette.

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A Chevrolet usou como ponto de partida o motor do Corvette Z06, com todos os seus 658 cv, mas tomou algumas medidas não apenas para melhorar a potência, mas também para reduzir as chances de superaquecimento. Assim, além de adotar um supercharger que gira menos (e, consequentemente, gera menos calor), o novo ZR1 ganhou quatro novos radiadores na dianteira que, somados aos intercoolers e outros radiadores já existentes, levam o número de elementos trocadores de calor a 13. Para se ter ideia, o Bugatti Chiron tem dez.

A força é moderada por uma caixa manual de sete marchas com sistema Active Rev Match (uma espécie de “punta-tacco automático”, que que sincroniza as rotações do motor nas reduções de marcha) e, pela primeira vez na história do ZR1, há a opção pelo câmbio automático – neste caso, de oito marchas. A relação final de diferencial é de 3,42:1 para a transmissão manual e 2,41:1 para a automática.

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A Chevrolet disse que a estimativa de potência é “conservadora” e não deu o tempo de 0-100 km/h do novo ZR1, mas já adiantou que sua velocidade máxima é “maior que 210 mph”, o que dá mais ou menos 340 km/h. É o Corvette (e o Chevrolet no geral) mais veloz de todos os tempos, sem discussão.

The fastest, most powerful production Corvette ever – the 755- The fastest, most powerful production Corvette ever – the 755-

A evolução fica mais evidente ao compará-lo com o ZR1 da geração passada, que foi o primeiro Corvette com motor supercharged de fábrica: o chamado “Blue Devil” tinha um V8 LS9, também com 6,2 litros de deslocamento, capaz de entregar 647 cv a 6.500 rpm e 83,5 mkgf de torque a 3.800 rpm. Pesando 1.530 kg, o ZR1 C6 tinha 2,36 kg/cv. O novo ZR1, apesar de utilizar fibra de carbono no capô, no teto e nos componentes aerodinâmicos é cerca de 80 kg mais pesado por conta dos fluidos e radiadores a mais, além do compressor maior, e chega aos 1.611 kg. No entanto, seus 755 cv resultam em uma relação peso-potência melhor, de 2,13 kg/cv. Aliás, o Porsche 911 GT2 RS, com seus 700 cv e 1.399 kg, tem pouco menos de 2 kg/cv.

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Por dentro, o Corvette ZR1 traz, bancos concha de competição revestidos em couro de série, e pode ser comprado com volante de fibra de carbono, couro Nappa com insertos de microfibra, data logger e sistema de som Bose. Não é um carro depenado de fábrica – poderia ser ainda mais leve e mais rápido.

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Agora, não poderia ser mais agressivo. A dianteira traz um para-choque totalmente novo, com enormes entradas de ar (para alimentar os radiadores extras), splitter de fibra de carbono e um volumoso capô no mesmo material que a Chevrolet chama de halo hood. A peça em forma de “U” só cobre parte do motor e conta com um extrator de calor de fibra de carbono. A cobertura do supercharger fica exposta e também é de fibra de carbono, se movendo com o motor em funcionamento. É uma nova interpretação, mais radical, da janela de acrílico do ZR1 anterior.

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A asa dianteira trabalha em conjunto a asa traseira para produzir downforce e reduzir o arrasto. Há dois tipos de asa: a Low Wing, que é mais baixa e foi projetada para reduzir o arrasto aerodinâmico da forma mais eficiente possível e ajudar o carro atingir sua velocidade máxima; e a High Wing, que é mais alta e gera mais downforce – fala-se em 430 kg, 70% mais downforce do que o Corvette Z06 com o pacote aerodinâmico opcional Z07. A High Wing é opcional, e ambas são fixadas direto à estrutura do carro (como acontece na versão de competição C7.R), sem reduzir espaço no porta-malas.

A suspensão do novo ZR1 usa braços triangulares assimétricos de alumínio e feixes de molas semi-elípticas montados na transversal, e traz de série o sistema Magnetic Selective Ride Control, que permite ajustar a carga dos amortecedores através de um fluido magnético dentro deles. Os freios usam discos ventilados de carbono-cerâmica nas quatro rodas, com pinças fixas de seis pistões na dianteira e quatro pistões na traseira. Os pneus são Michelin Pilot Super Sport de medidas 285/30/19 na dianteira e 335/25/20 (!) na traseira. Se optar pelo pacote ZTK, o carro tem a suspensão retrabalhada e ganha pneus Michelin Pilot Sport Cup 2.

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O Corvette ZR1 C7 começará a ser vendido no início de 2018 como modelo 2019, e as encomendas já começaram. Os primeiros clientes poderão encomendar seus carros com Sebring Orange Design Package, que além da pintura especial Sebring Orange perolizada, traz pinças de freio e detalhes na carroceria em laranja, costuras dos bancos e cintos de segurança laranja e acabamento em alumínio com efeito bronze. O preço ainda não foi revelado, mas a Chevrolet diz que não custará muito mais que o ZR1 da geração passada.

Mas a nossa maior questão: com a chegada do novo ZR1, como fica o futuro Corvette com motor central-traseiro? Seria o novo ZR1 uma versão de despedida ou o nome Corvette ficará dividido entre dois modelos diferentes? O ‘Vette de motor central-traseiro vai custar mais caro? Nos dê uma luz, Chevrolet.