FlatOut!
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Sessão da manhã

A selvageria do Nissan GT-R de 1.000 cv (e tração traseira!) preparado para a Formula Drift

Normalmente os praticantes do dorifuto usam em seus projetos carros de tração traseira — de preferência potentes e razoavelmente leves, ainda que estes últimos não sejam obrigatórios. Por isso é raro ver um Nissan GT-R, com seu V6 biturbo, tração integral e mais de 1.700 kg andando de lado em derrapagens controladas. Mas raro não significa impossível: há quem faça exatamente isso e ainda crie verdadeiros monstros, como o Godzilla de 1.000 cv preparado por Daigo Saito para a Formula Drift.

Se você tem boa memória, deve lembrar do VW Passat com motor V8 Chevrolet que Tanner Foust usará na competição e já sacou que os carros da Formula D são extremos. Para quem é ligado nos campeonatos de drift mais importantes do mundo, o nome Daigo Saito não é estranho: desde 2004 ele compete na categoria mais alta do drift no Japão, a D1, na qual foi campeão em 2008, e desde 2012 também marca presença na Formula Drift americana.

Seus carros sempre foram modelos da Toyota, como o Chaser e o Mark II, equipados com o seis-em-linha biturbo de três litros (o famoso 2JZ) do Supra. Nos EUA, a escolha caía sobre os modelos da Lexus, como um SC430 de 1.200 cv e um IS250, também com motor 2JZ  e 1.000 cv. Dá para notar que o cara gosta de potência.

Mas essa foi a situação até o ano passado. Para competir em 2015, Saito decidiu usar algo diferente e muito mais radical: um Nissan GT-R modificado de forma extrema, com novos painéis na carroceria, mais de 1.000 cv no motor VR38DETT e, claro, tração traseira. O vídeo que trazemos hoje é um shakedown, uma bateria de drifts para verificar como está o acerto do carro. Mas como quase tudo relacionado à cultura automotiva do Japão, Daigo decidiu ir além: em vez de um mero onboard com uma GoPro, ele chamou os caras da Motovicity Distribution para fazer uma produção caprichada, com direito a belas tomadas de ação, detalhes do carro, fumaça de pneu e muito ronco de motor.

Não dissemos que o carro era selvagem? O GT-R passou por uma verdadeira transformação para se tornar competitivo no dorifuto. Para começar, alívio de peso: o monobloco foi mantido, mas boa parte dos painéis da carroceria foi substituída por peças de fibra de carbono. O interior recebeu gaiola de proteção e painel de fibra de carbono, além de todos os aparatos de competição — volante Prodrive, bancos e cintos de competição da Bride e painel digital/data logger Racepak.

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Toda a seção frontal foi substituída por uma estrutura tubular fabricada para acomodar o motor preparado, e também para aliviar peso, e coberta com uma reprodução da dianteira do GT-R feita em fibra de carbono pela Seibon. Assim, o radiador foi deslocado para a traseira, bem como a célula de combustível e a bateria.

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Fotos: Super Street Online; OMGDrift

Falando no motor preparado, o V6 de 3,8 litros recebeu componentes internos forjados — virabrequim Brian Crower e pistões JE —, dois turbocompressores HKS GT1000 7867, bomba de combustível Weldon, regulador de pressão Turbosmart FPR2000 e módulo de controle HKS F-CON V Pro. A transmissão de dupla embreagem com borboletas atrás do volante foi trocada por uma caixa sequencial Holinger de seis marchas com alavanca, que modera a força antes de enviá-la para as rodas traseiras por meio do diferencial do Skyline GT-R R34.

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Fotos: OMGDrift

A suspensão é ajustável, também da HKS, e foi toda feita sob medida, enquanto as rodas de 21 polegadas da Prodrive são possivelmente as maiores usadas na Fórmula Drift, calçadas com pneus de medidas 275/35 na dianteira e 295/35 na traseira. Por baixo delas está um conjunto de freios Wilwood.

O vídeo foi gravado no início do ano, antes de o GT-R receber o envelopamento definitivo que exibe nas fotos — e antes do início da temporada 2015 da Formula D, no dia 10 de abril. Atualmente, Saito é o 21º colocado no campeonato.

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Fotos: Super Street Online