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Car Culture

Alguém transformou um Ford Mustang Shelby GT500 2012 em um Shelby GT500 1967 e ficou… diferente

Para que trocar o motor de um carro antigo por um motor moderno, se você pode colocar tocar a carroceria de um carro moderno por uma carroceria antiga? Uma boa resposta para esta questão é: “bem, é mais fácil”. Acontece que, mesmo que um engine swap seja mais fácil, há quem prefira o caminho mais complicado. É por isso que, aqui no FlatOut, já vimos um Mercedes-Benz C63 AMG com a carroceria do Mercedes 190E; um Dodge Charger 2006 transformado em um Charger Daytona 1969, um Dodge Viper disfarçado de Chevrolet Camaro 1968 e uma Ford F-150 SVT Lightning se escondendo debaixo dos painéis de uma F-100 clássica.

Hoje, vamos adicionar mais um item à lista: trata-se de um Shelby GT500 2013 transformado em um Shelby GT500 1967, processo que levou cerca de cinco anos, de 2013 a 2016. Ainda que as proporções não tenham casado 100% (já vamos falar mais disso), não dá para dizer que foi mal feito.

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O nome do projeto é GT500 SuperSwap, e faz sentido: são dois GT500, um das antigas e um moderno, juntos em um super swap – afinal, trocar a carroceria de um carro moderno pela carroceria de um carro antigo não é bolinho, exigindo muitas adaptações que precisam ser feitas com capricho.

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O carro é obra de Dan Burback, entusiasta americano que queria algo simples: o visual de um muscle car clássico com o poderio de um muscle car moderno. Para isto, ele descolou um Shelby GT500 2012 com apenas 482 km rodados, arrancou toda a carroceria e, em seu lugar, colocou os painéis novos em folha do Shelby Mustang GT500 de 1967 – ele não deixa claro em seu site, mas não duvidamos que sejam painéis da Dynacorn, que fabrica carrocerias para diversos muscle cars das antigas sob licença, usando moldes originais, porém materiais e métodos modernos. Não, ele não destruiu um Shelby GT500 original de 1967 para fazer seu projeto. Podemos ficar sossegados.

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Dan afirma em seu site e na página do GT500 SuperSwap no Facebook que fez todo o trabalho sozinho, na garagem de casa, exceto pela pintura. Com uma câmera posicionada em um local estratégico, um vídeo ao estilo time lapse foi feito para documentar o projeto.

Considerando que o carro GT500 1967 tinha um V8 big block de sete litros (428 pol³) de 365 cv, enquanto o GT500 2013 vinha equipado com um V8 de 5,8 litros com comando duplo nos cabeçotes, supercharger e 671 cv, podemos dizer que Dan conseguiu atingir seu objetivo. Originalmente, o GT500 2013 é capaz de cumprir o quarto-de-milha em 11,6 segundos e acelerar de zero a 100 km/h em 3,5 segundos.

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O conjunto mecânico, que inclui uma caixa manual de seis marchas Tremec TR-6060, suspensão McPherson na dianteira e eixo rígido na traseira, não foi alterado. Algumas adaptações precisaram ser feitas nos painéis da carroceria, evidentemente, mas por sorte, o entre-eixos dos dois carros era bem semelhante – o clássico tinha 2,74 de entre-eixos, enquanto o modelo 2013 tem 2,72. A medida entre os eixos é uma das mais críticas na hora de adaptar a carroceria de um carro em outro, e normalmente exige alterações no monobloco, mas neste caso quase não havia diferença.

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As bitolas do GT500 moderno, porém, são sensivelmente mais largas: 157 cm na dianteira e 158 cm na traseira, enquanto o clássico tinha 147 cm de bitola em ambos os eixos. Por isso, Dan precisou alargar os para-lamas. E ele fez quase todo o trabalho em metal, incluindo o spoiler do tipo lip na traseira, deixando a fibra de vidro para o spoiler dianteiro e as saias laterais. Há, ainda alguns componentes impressos em 3D, como a grade dianteira e as setas dianteiras e traseiras.

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Por dentro, dá para perceber que o painel de instrumentos precisou perder alguns centímetros de largura para caber perfeitamente no interior mas, no mais, é tudo exatamente como era quando o GT500 tinha sua carroceria original.

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O nível da execução é indiscutível, mas ainda estamos meio em dúvida quanto ao resultado. De frente, o carro parece apenas um Shelby GT500 1967 com para-lamas alargados. Olhando de lado e, principalmente, na visão 3/4 de traseira, dá para ver que os para-lamas ficaram largos demais em relação ao GT500 original (ou mesmo ao famoso GT500 Eleanor, de “60 Segundos”), e que sobra uma área vazia muito grande sobre os arcos de roda traseiros, deixando a região com um aspecto inflado que, sob certos ângulos, parece mal-resolvido.

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O que você achou?

Sugestão do leitor George Oliveira