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As categorias monomarca mais legais do automobilismo – parte 2

Há alguns dias, perguntamos aos leitores quais eram suas categorias monomarca favoritas, explicando que é bacana ver diversidade nas pistas, mas uma competição nivelada pelos carros também pode ser bem interessante. Nosso exemplo foi a Fórmula Uno, e depois vocês nos deram suas sugestões. A primeira parte da lista com as melhores pode ser conferida aqui. A segunda, você vai conhecer agora!

 

Lancer Cup

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Sugestão de: [HOONIGAN]

Temos uma relação especial com esta categoria: em 2014, nosso editor-chefe Juliano Barata teve a chance de disputar uma etapa da Lancer Cup, naquela que foi a primeira corrida de verdade da sua vida.

Os Lancer preparados para a competição eram idênticos, claro, todos com monobloco original, equipados com um motor 2.0 turbo de 340 cv, e dotados de um kit aerodinâmico com splitter frontal e spoiler traseiro – responsáveis por deixar o carro bem mais plantado ao chão em curvas de alta velocidade e frenagens mais longas. Os largos slicks de medidas 265/645 R18, a carroceria 240 kg mais leve que a do carro de rua e a rigidez extra concedida pela gaiola integral tornavam a experiência extremamente visceral.

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A Lancer Cup aconteceu entre 2013 e 2016, e passou por circuitos como Interlagos, Velo Città e pelo autódromo de Goiânia mas, infelizmente, por questão de custos, teve uma vida curta e não será realizada em 2017. É uma pena, pois era uma boa amostra de que categorias monomarca podem ser emocionantes. Por mais que existissem políticas bastante rígidas quanto a excessos por parte dos pilotos nas disputas de posições, as provas eram bastante competitivas e tornavam possível levar o carros perto do limite. Você pode ler o relato do Juliano aqui!

 

Porsche GT3 Cup Brasil

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Sugestão de: V12 for life

Inspirada nas Porsche GT3 Cup e Carrera Cup que acontecem em diversas partes do planeta, a Porsche GT3 Cup Brasil é realizada desde 2005, e tem história em circuitos com Interlagos, Curitiba e o extinto Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A Stuttgart Sportcar, responsável pelas importações da merca no Brasil, apoia a categoria oficialmente e garante que todos os carros sejam iguais.

O mais bacana é que dá para assistir a várias corridas na íntegra pelo YouTube

Como estamos falando de um carro de competição com motor e tração lá atrás, você já deve ter imaginado que o desafio é enorme. Ainda mais porque atualmente a Porsche GT3 Cup usa um boxer de quatro litros preparado para render 460 cv – exatos 70 cv a mais do que os 390 cv do motor de 3,6 litros usado nos primeiros GT3 Cup, ainda baseados na geração 996.

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A partir de 2010, a Porsche GT3 Cup Brasil passou a contar com etapas internacionais, em países como Portugal (Estoril e Algarve) e na Espanha (Barcelona). No Brasil, é constantemente realizada como abertura de outros eventos, como os 500 km de Interlagos ou o GP do Brasil de Fórmula 1.

 

Ford Transit Trophy

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Sugerido por: Mazembe 2×0

Não é só no Japão que os entusiastas correm com vans. Na Europa, mais especificamente em Portugal, o Ford Transit Trophy é uma das competições a motor mais legais do continente. Diferentemente da D-Van Grand Prix, no Japão, a Transit Trophy era uma uma categoria mais profissional, com veículos idênticos e provas realizadas em autódromos portugueses, como Portimão e Estoril, e em outros países, como Jerez, na Espanha.

As vans usavam motor Duratorq de 2,2 litros turbodiesel, capaz de entregar 173 cv e acoplado a uma caixa manual de cinco marchas. Pode não parecer muita potência, mas lembre-se que as Transit eram aliviadas e não traziam mais que a gaiola de proteção e os cintos e bancos de competição, além do piloto, no interior. E os vídeos que existem na internet não deixam dúvidas de que as corridas eram para lá de divertidas de assistir.

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É uma pena que, pelo visto, a Transit Trophy foi abandonada há alguns anos. A fanpage da categoria no Facebook ainda está no ar, bem como seu site, mas ambos não são mais atualizados desde 2013. Ficaram os registros fotográficos e em vídeo na Internet.

 

Sprint Race

Sugerido por: highdownforce

Em 2006, ao lado da Copa Clio, a Renault começou também a promover a Super Clio. Os carros também eram todos iguais e movidos por um quatro-cilindros, porém de dois litros e 220 cv em vez de 1,6 litro e 140 cv acoplado a uma caixa sequencial de seis marchas. Além disso, havia uma diferença fundamental: embora a carroceria fosse baseada na do Clio, a mesma era uma bolha de fibra sobre uma estrutura tubular parecida com a de um monoposto. O peso total dos carros era de 680 kg.

A suspensão trazia braços triangulares sobrepostos e pushrods nos quatro cantos. Os freios com discos de 30 cm eram abrigados por rodas de 18×10” calçadas com pneus slick Pirelli.

Assim como aconteceu com a Copa Clio, a Super Clio perdeu o apoio da Renault em 2009 por questões financeiras. Contudo, ainda hoje a categoria está na ativa, agora chamada de Sprint Race. Como a competição não é mais sancionada pela fábrica, os carros tiveram de mudar a identidade visual da dianteira mas, no mais, permanecem como eram em 2006. Só que hoje em dia eles usam motor V6 de 3,6 litros e 270 cv.

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A Sprint Race traz como atrativos o custo relativamente baixo de participação e o longo calendário, que inclui provas em São Paulo, Curitiba, Cascavel e Mogi Guaçu e Londrina.

 

TVR Tuscan Challenge

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Sugerido por: leoayala

A TVR, especialmente a partir de meados da década de 1990, adquiriu a fama de ser uma das fabricantes de esportivos mais radicais de todos os tempos. Seus carros eram leves, extremamente potentes, tinham estilo ousado e mesmo os modelos mais recentes, de meados dos anos 2000, não traziam itens considerados essenciais para a segurança de seus donos: controles de tração e estabilidade. Se você queria ter um Sagaris e seu seis-em-linha de quatro litros e 480 cv, com entre-eixos curto, câmbio manual e tração traseira, deveria ser capaz de domá-lo por si mesmo.

O mais bacana é que todos os esportivos que a TVR fez naquela época tinham influência direta das pistas. Isto porque, em 1989, a TVR inaugurou a categoria monomarca Tuscan Challenge. Criada para aproveitar protótipos de um esportivo que acabou não sendo lançado no mercado, o TVR ES, a Tuscan Challenge acabou servindo para conquistar clientes e ajudar a TVR a aperfeiçoar o comportamento dinâmico de seus próprios carros com a experiência nas pistas.

Os protótipos, batizados como Tuscan por este ser um nome conhecido entre os fãs da TVR, usaram motores V8 Rover de 380 cv no primeiro ano, e já eram capazes de atingir os 310 km/h nos circuitos mais velozes. No início da década de 1990, o motor passou a ser o V8 Speed Eight, desenvolvido pela própria TVR, com 4,5 litros de deslocamento e até 540 cv. Pesando apenas 850 kg, a relação peso-potência era de 1,8 kg/cv.

O desempenho dos carros e o alto nível tornaram a categoria um sucesso entre pilotos, chegando a mais de 30 carros no grid, e público, com transmissões regulares na televisão aos fins de semana. Caras como Colin McRae, Andy Wallace e Tiff Needell eram presença constante na pista, e o próprio Peter Wheeler, dono da TVR na época, participava. E estimulava seus engenheiros, mecânicos, técnicos e revendedores a fazer o mesmo. Foi pilotando carros de corrida que Wheeler decidiu que os futuros automóveis da TVR seriam rápidos e viscerais acima de tudo.

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Em 2005, com os problemas financeiros que acometeram a fabricante britânica, a TVR acabou por transferir a organização da categoria ao clube de proprietários oficial da marca. Com isto, a TVR Tuscan Challenge foi repaginada para incluir outros modelos da TVR.

 

DTM Pick-Up

Apesar do nome, a DTM Pick-Up não é uma versão para caminhonetes do Deutsche Tourenwagen Meisterschaft, e sim uma categoria de turismo que foi muito popular até o fim da década passada. Você pode não encontrar muitas imagens dela por aí, pois na época a internet ainda não era muito difundida e, com isto, o automobilismo não era coberto com a mesma riqueza de hoje em dia. Contudo, quem já dirigiu uma Courier de forma mais empolgada sabe que a picapinha esconde muito potencial para divertir ao volante, com suspensão bem acertada e, especialmente na versão com motor 1.6 RoCam, desempenho esperto.

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Foto: Blog das Mil Milhas

Disputada de 1997 a 2005, a DTM Pick-Up trazia picapes com o motor Zetec 1.4 16v nos primeiros anos e Rocam 1.6 a partir de 2000, ambos preparados pela Sérgio Competições para render algo entre 150 e 160 cv. As corridas abriam os eventos da Fórmula Truck. Depois, em 2006, passou a se chamar CTC Pick-Up e trocou o motor RoCam 1.6 pelo Volkswagen AP de 1,8 litro.

A DTM Pick-Up reunia, em média, 40 pilotos por temporada, divididos em subcategorias de acordo com a experiência ao volante (A para os mais experientes, B para os novatos), com títulos separados.