FlatOut!
Image default
Car Culture Top

As melhores propagandas de carro já feitas no Brasil – parte 2

Há alguns dias, inspirados pela belíssima campanha de despedida da Kombi, perguntamos a nossos estimados leitores: qual é sua propaganda automotiva brasileira favorita? Depois de uma bela leva de sugestões e da primeira parte da lista com as respostas, chegamos à sequência. Que, claro, você confere agora!

 

Citroën Xsara (2001)

Sugerido por: Ghustavo Taufner Franco

Quando começou a ser importado para o Brasil, em 1998, o Citroën Xsara tinha motor de 1,8 litro 16v de 112 cv, e 2.0 16v de 167 cv – um dos quatro-cilindros naturalmente aspirados mais potentes de seu tempo, e o orgulho dos donos da versão esportiva VTS. Em 2001, o Xsara foi reestilizado, ganhando faróis em formato de gota (que, na nossa humilde opinião, não casavam tão bem com a dianteira) e, no lugar do motor 1.8 16v, um 1.6 16v mais moderno, porém com 2 cv a menos. Para mostrar que o carro não havia perdido fôlego, a Citroën lançou um comercial no qual um motorista era parado por excesso de velocidade e ficava bem satisfeito ao saber que o carro chegava aos 198 km/h. Um comercial como este jamais seria veiculado nos dias atuais, disto temos certeza.

 

Volkswagen Variant (1969) e Brasilia (1973)

Sugerido por: Yuri_RL e Austin Powers

Estas duas propagandas mostram que a VW não mandava bem apenas nos anúncios impressos. A primeira, de 1969, é protagonizada por Rogério Cardoso, famoso décadas mais tarde pelo papel de Rolando Lero na Escolinha do Professor Raimundo e “seo” Floriano na série “A Grande Família”, mostrando as qualidades da recém-lançada perua Variant, ainda com a dianteira alta, inspirada no modelo alemão. Cardoso exalta as qualidades da Variant e mostra que ela tem dois porta-malas, um atrás e o na frente. Mas cadê o motor?

O boxer quatro cilindros arrefecido a ar era plano, e ficava sob o porta-malas traseiro. Caso fosse preciso examiná-lo com o carro carregado de bagagem, seria um incômodo mas, fora isto, era uma melhoria e tanto em relação à capacidade de carga do Fusca.

Com a Brasilia, novamente a questão foi o espaço interno. Para mostrar que ela era um carro espaçoso o suficiente para cinco pessoas (com a promessa de uma grande área para os joelhos), a fabricante dizia que a Brasilia era feita de dentro para fora. E eles exaltavam o desenho elegante da carroceria, com “inspiração europeia” (dizem até que a Brasilia inspirou a matriz alemã na hora de desenhar a carroceria do primeiro VW Golf).

Além de muito bem boladas, as duas propagandas mostram que a Volkswagen ainda apostava alto na mecânica arrefecida a ar, mas já estava ciente das falhas do antigo projeto do Fusca, especialmente em relação às acomodações no interior.

 

Fiat Freemont (2011)

Sugerido por: Leonardo Osorio

Você certamente lembra das pomposas, megalomaníacas e egocêntricas propagandas que a Hyundai Caoa fazia para seus modelos há alguns anos – um locutor com voz de veludo (o famoso Ferreira Martins) comparava os automóveis coreanos a concorrentes europeus (às vezes, de categorias superiores) e dizia que eles eram os melhores… DO MUNDO. A Fiat brincou com o conceito na propaganda do Fiat Freemont (que na verdade era um Dodge Journey rebatizado, um dos primeiros frutos da fusão entre Fiat e Chrysler a desembarcar no Brasil), dizendo que certas fabricantes anunciavam seus modelos como se fossem canetas de grife, usando estradas que não existem por aqui, e que o Freemont era um carro muito mais apropriado à nossa realidade. De qualquer forma, a vida do Freemont durou pouco no Brasil, e o mesmo deixou o mercado em 2015.

Ironicamente, Dodge Journey continua à venda, o que diz muito sobre a percepção de marca que a Fiat tem no Brasil: uma fabricante de carros pequenos. Seus modelos maiores sempre tiveram problemas para vingar no nosso mercado.

 

Troller T4 (2009)

A Troller é um dos poucos casos de fabricantes alternativas que fizeram sucesso no Brasil depois que as importações foram reabertas, em 1990. A primeira geração do jipe T4, visivelmente inspirada no clássico Willys MB, fez relativo sucesso no nicho dos off-roaders topa-tudo. E, em 2009, um comercial realizado com timing praticamente perfeito ajudou a melhorar sua imagem ainda mais: durante uma enchente que ocorreu em dezembro daquele ano, um Troller T4 foi filmado atravessando uma rua alagada por um helicóptero da TV Record. A fabricante aproveitou para demonstrar a robustez de seu jipe. “O carro já sabemos: é um Troller. Agora queremos encontrar o motorista.” Porém, aparentemente ele não se pronunciou.

 

 

Nissan March (2011)

Sugerido por: praticamente todo mundo

Em 2010 e 2011 a Nissan se destacou com comerciais irreverentes e ousados, que cutucavam sem cerimônia suas rivais. Em 2011, no lançamento do Nissan March, primeiro modelo compacto oferecido pela fabricante japonesa no Brasil, a propaganda brincava com o hábito das rivais de realizar facelifts e chamar o resultado de um “carro novo”. Alguns encararam como uma provocação à Volkswagen e suas reestilizações promovidas no Gol, que eram consideradas novas gerações pela fabricante.

Em 2010, porém, as coisas eram mais diretas. Quem não lembra da insuportável musiquinha dos Pôneis Malditos, que fez parte da campanha da Nissan Frontier em 2010? Aquilo grudava na cabeça feito chiclete – não era bom, mas era memorável. Tanto que o filme foi sugerido em massa nos comentários…

Mais ousada ainda era a propaganda dos “Agroboys”, mostrando uma dupla sertaneja chamada “Railuque e Maloque” – dois caras engomadinhos, que diziam jamais ter encarado uma estrada de terra na vida e tomar “leite com pera” (uma referência muito bem-vinda a Gil Brother, do famoso humorístico “Hermes e Renato”), provocando sem pudor a Volkswagen Amarok e a Toyota Hilux ao colocar em cheque sua capacidade de encarar terrenos difíceis.

 

Volkswagen Passat (1983)

Sugerido por: Braulio Pinto

Na década de 1980, com os subsídios para carros movidos a álcool no Brasil, as fabricantes passaram a se preocupar em mostrar como os automóveis que queimavam o combustível vegetal eram tão econômicos quanto os que modelos a gasolina (embora não fossem, pela própria natureza do álcool). Um exemplo disto foi esta criativa campanha do VW Passat, que foi reestilizado em 1983. O filme mostra um Passat sendo “perseguido” por um Porsche 911, mas os dois estão estranhamente lentos. No final, revela-se que o Porsche estava sem combustível, e que o Passat (a álcool) na verdade estava rebocando o esportivo até o posto.

 

Fiat Tempra (1994)

Sugerido por: Alan Carvalho

Prova de que um conceito simples pode ser eficiente: nesta propaganda do Fiat Tempra Turbo, o sedã equipado com motor 2.0 turbo 8v de 165 cv é mais rápido do que a própria sombra, que persegue o automóvel em meio a efeitos visuais e sonoros típicos de desenhos animados como “Tom e Jerry” e Pica-Pau”.

Também temos mais um exemplo de que os tempos mudaram: hoje em dia, não se exalta mais a velocidade máxima dos automóveis em suas campanhas publicitárias.

 

Ford Fusion (2013)

Sugerido por: Marcos Amorim

Em uma das propagandas mais legais dos últimos tempos, a Ford reviveu a clássica rivalidade entre o brasileiro Nelson Piquet e o britânico Nigel Mansell na Fórmula 1 ao colocar ambos para acelerar o recém-lançado Fusion de segunda geração no Velopark. Mansell sempre foi uma das maiores vítimas das brincadeiras de Nelson Piquet fora das pistas e, dentro delas, os dois protagonizaram duelos épicos em 1986 e 1987, quando foram colegas de equipe na Williams – uma rivalidade que culminou com o acidente de Nelson Piquet em Imola, em 1987.

No filme, a dupla revive os momentos de disputa em um clima muito mais amigável e, depois, levam seus sedãs para a pista. Ponto para a Ford.