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Automobilismo Zero a 300

Capacetes pintados: a complexa e interessante arte da identidade | feat. Artmix

“Quando você via aquele capacete amarelo se aproximando, você saía do caminho. Ninguém queria ser lembrado como o cara que atrapalhou a flying lap de Senna” declarou Martin Brundle à BBC, durante um dos vários tributos ao tricampeão que ocorreram 20 anos após o seu falecimento naquele trágico primeiro de maio. Em março de 2007, a Fórmula 1 voltou a ver outro capacete amarelo na McLaren com identidade visual semelhante o suficiente para deixar alguns entusiastas nostálgicos – ligação complementada pela pilotagem passional e arrojada do então-estreante Lewis Hamilton.

Quando pensamos em pilotos históricos, talvez com força até maior do que seus rostos, projetamos em nossas mentes a imagem de seus capacetes: Alain Prost, Nelson Piquet, Jackie Stewart, Graham Hill, Mika Hakkinen, Gilles Villeneuve, Ronnie Peterson. Muito mais que a identificação visual na pista, seus capacetes estão vinculados às personas de uma forma indissociável: o capacete azul marinho, quase negro, com as pás do Clube de Remo de Londres não “lembra” a família Hill – eles são a família Hill, junto com toda a sua história nas pistas.

A arte de pintar um capacete é bem mais complexa do que se parece num primeiro momento. Em primeiro lugar, há a dificuldade dimensional: as projeções sempre são feitas em 2D, seja numa tela ou num papel, mas trata-se de um objeto não apenas tridimensional, mas esférico. Se você não fugiu do colégio, sabe que a Groenlândia não é daquele tamanho todo do mápa-mundi. Outro desafio são os processos de desmontagem e mesmo da seleção de materiais de pintura e verniz, visto que o capacete é um equipamento de segurança extremamente delicado.

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O vídeo deste post foi o resultado feliz da correção de um problema. Por muitos anos eu estava usando um capacete impróprio, que ganhei de presente. Ele já veio pintado daquela forma, embora muitos achassem que fosse um trabalho customizado. Apesar de ser feito de compósito de carbono, sua certificação era CMR, infanto-juvenil, e por isso ele não tinha as dimensões apropriadas para a cabeça de um adulto – ele era mais curto no queixo. Era um erro continuá-lo usando, ainda mais no FlatOut Driving Academy, que tem um objetivo de instrução.

Nisso entrou este capacete aberto de rali (um modelo da Sparco), necessário para as filmagens com falas on-board (o ideal seria um capacete fechado) e a conversa com o Bruno Theil, proprietário e fundador da Artmix, um dos estúdios de pinturas de capacete mais famosos do Brasil. Felipe Massa, Ricardo Mauricio, Lucas Di Grassi, Cacá Bueno, Thiago Camilo, Bia Figueiredo, Popó Bueno, Ricardo Zonta, Vitor Meira, Xandinho Negrão, Roberval Andrade, Klever Kolberg, Guilherme Spinelli (o Guiga do rali) são apenas alguns dos nomes cujos capacetes foram criados por Theil e sua equipe.

Vocês verão todas as etapas de como chegamos a este belo capacete. Agora, mais do que uma ferramenta correta para o trabalho, carrego em minha cabeça a identidade do FlatOut. Uma responsabilidade que ficou ainda maior!

Artmix Studios

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Nota: a Artmix é a importadora oficial da Arai em suas linhas para turismo e para monopostos.

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