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CBA e organizadores de track days chegam a acordo para regulamentação dos eventos

No começo de outubro a CBA publicou um inédito regulamento para a realização de track days no Brasil. A medida foi polêmica por vários motivos, entre eles a exigência de uma carteira de piloto — o que na prática significa filiação a entidade esportiva — o banimento de pneus slick usados e a presença de fiscais e comissários da CBA.

Tudo isso irá aumentar significativamente os custos de realização dos eventos, que atualmente são acessíveis, porém longe de ser baratos — você tem entre R$ 200 e R$ 600 de inscrição, desgaste dos pneus e freios, combustível, despesas de transporte ou viagem etc. Na ocasião, os organizadores de track days questionaram a legalidade da imposição do regulamento, uma vez que os track days não são competições e por isso têm sua prática independente de clubes ou federações garantida pela Constituição, mas a Confederação foi irredutível: o regulamento deverá ser cumprido.

Logicamente os organizadores tentaram contornar a situação mantendo um diálogo amigável com a CBA e, enfim, conseguiram uma reunião com a entidade em sua sede no Rio de Janeiro há três dias (19/11). As notícias são relativamente animadoras, uma vez que a CBA aceitou todas as questões levantadas pelos organizadores de Track Days. Aparentemente, haverá um novo regulamento a ser publicado nas próximas semanas bem mais permissivo que o anterior.

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Segundo os participantes da reunião, a CBA fez a homologação por motivos jurídicos; o regulamento será uma forma de os envolvidos — participantes, organizadores, administradores de autódromos e a própria CBA – terem respaldo jurídico em caso de acidentes graves, por exemplo

A carteira de trackday não será abolida, mas o piloto/participante será cadastrado na CBA e receberá uma carteira válida para o ano vigente. Ela custará R$ 50 e cobrirá as despesas do material usado para a confecção. A carteira não será obrigatória no primeiro evento do participante, somente a partir do segundo. A decisão foi uma forma de atrair os novatos, que podem solicitar a carteira já neste primeiro evento.

Outro ponto levantado foi a questão dos pneus permitidos. Os pneus sulcados devem estar em bom estado — provavelmente acima do TWI (o indicador de desgaste da banda de rodagem) — e não podem ser remoldados. Já os slick poderão ser usados, mas devem estar em bom estado. Não sabemos exatamente quais serão os critérios de julgamento.

A vistoria será feita por um comissário técnico (ou comissão) do próprio organizador. Não será mais necessário formar uma secretaria de prova, apenas a contratação de um fiscal indicado pela CBA — a entidade não abriu mão desta função, o que é lógico quando os eventos são organizados sob sua responsabilidade — e poderá representar algum custo adicional aos track days.

Com a regulamentação os track days passam a ser uma categoria reconhecida nacionalmente, com direito a calendário e utilização de novos autódromos. Além disso, também poderão participar da elaboração das normas, terão amparo legal junto à CBA e mais credibilidade com investidores e patrocinadores, uma vez que a atividade tem o respaldo de uma Confederação.

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A CBA também liberou a organização de time attacks como eventos semelhantes aos track days — por seu caráter competitivo os time attacks precisam de regulamentação de Confederação/Federação, mas agora eles serão organizados sob as mesmas regras dos track days, com direito a premiação.

Segundo os participantes com quem falamos, o resultado pode ser considerado positivo, pois, apesar dos custos adicionais, os eventos agora são regulamentados e ganham respaldo jurídico, além da credibilidade com patrocinadores que temiam manchar sua imagem com eventos independentes.

As alterações ainda não foram publicadas, mas, como dissemos anteriormente, a CBA deve fazer isso nas próximas semanas. Na prática, os resultados desta regulamentação vão aparecer somente em 2015, uma vez que os últimos eventos do ano estão agendados até o dia 23 de dezembro.