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Como fazer drift? Chris Harris ensina de uma vez por todas

Não faltam explicações faladas e escritas para quem quer aprender a arte do drift — o que falta por aí é alguém que mostre como se faz. Há alguns anos, o jornalista britânico Chris Harris pegou seu BMW M5 e fez uma espécie de “manual de instruções” na prática. Seu mais recente episódio de Chris Harris on Cars, no canal /DRIVE, pode ser entendido como um remake daquele vídeo, porém muito melhor produzido e com um Harris mais experiente.

Sério, assista — e a primeira coisa que você vai fazer em seguira é pegar seu carro de tração traseira para dar um… passeio. E, se não tiver um carro de tração traseira, certamente vai correndo procurar alguns anúncios na internet.

Harris, que avalia alguns dos carros mais absurdamente rápidos do mundo, tem pleno domínio de suas habilidades ao volante — a ponto de tornar, aos nossos olhos, a técnica do drifting (ou derrapagens controladas) a coisa mais fácil do mundo.

Ele explica que o drift começa com uma saída de traseira — você a consegue virando o volante repentinamente e aplicando uma dose bem generosa de força no acelerador. Quando a traseira escapa você usa o drift para contornar a curva (ou a situação) derrapando de lado em vez de deixar o carro rodar. O carro sai de traseira — sobresterça — e você precisa tomá-lo de volta. Como? Contra-esterçando (opposite lock) — virando o volante para o lado oposto ao sentido que o carro está escapando.

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Explicando assim, parece um processo longo. Contudo, como se pode ver demonstrado no vídeo, tudo leva uma fração de segundo — e os erros mais comuns, segundo Harris, são não acelerar o suficiente (o carro nem sai de traseira) e ser lento ou suave demais na hora de esterçar e contra esterçar. O mínimo que se consegue com isto é sair de frente — e, na pior das hipóteses, você se acidenta.

Harris parte para explicar que o aprendizado do drift pode ser dividido em três etapas: a primeira é conseguir tirar o carro de sua rota. A segunda e o terceira são manter o carro deslizando e trazê-lo de volta para sua trajetória, respectivamente. O segredo para manter o drift é manter o pé no fundo — e muitos falham por não acreditar que isto seja necessário.

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A terceira etapa exige timing perfeito entre a redução na aceleração e o retorno do volante à posição original. Faça-os fora de sincronia ou um deles lento demais ou rápido demais, e você pode perder o controle do carro. Uma vez dominando estas três etapas, você aprendeu a fazer um drift.

Em determinado momento, Harris nos lembra por que um carro com câmbio manual — e um pedal de embreagem — é a melhor opção para praticar o drifting: ele possibilita o clutch kick (uma pisada rápida na embreagem), que sobe as rotações do motor mais rapidamente, e pode “desengrenar” o carro caso a aceleração passe do ponto.

Antes de tudo isto, Harris lembra bem, é preciso posicionar-se corretamente ao volante para facilitar todas as operações — aceleração, esterçamento. E tudo isto em um lugar seguro — um autódromo ou um pátio aberto e deserto. Nada de vias públicas!

Agora, no início e no fim do vídeo aparecem vários BMW M235i vermelhos, fazendo manobras. Trata-se de The Epic Driftmob — uma campanha da BMW, na qual a marca pergunta se é possível fazer uma coreografia de drift em uma rotatória. Pelo jeito, é:

A BMW pegou cinco pilotos — Riley Harper, Rhys Millen, Samuel Hübinette, Conrad Grunewald, Rich Rutherford — e deu a cada um deles um BMW M235i vermelho Melbourne. As máquinas com motor de seis cilindros, três litros, turbo twin-scroll e 326 cv se mostraram instrumentos perfeitos para uma dança de derrapagens controladas com alguns movimentos muito impressionantes. O vídeo foi feito na Cidade do Cabo, na África do Sul. Mas será que é real?

Aparentemente, boa parte do que vemos no filme é, sim — a BMW divulgou o making of do vídeo, e dá para ver que muita coisa foi executada de verdade pelos cinco pilotos em sincronia. Mais uma amostra das coisas incríveis que se pode fazer com a ténica que Chris Harris ensina neste vídeo — depois de muito treino e experiência, claro.