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Dodge Viper ACR: a sigla que conquistou o recorde de Nürburgring está de volta

Em 2008, um trio de letras no sobrenome do Dodge Viper causou um pequeno terremoto nas florestas e colinas de Nürburg: o Viper ACR (American Club Racing) se tornou o novo rei de Nürburgring entre os carros de rua de produção em série (descontando aqui os Radical e Gumpert Apollo, de produção limitada e street legal apenas em alguns países), deixando para trás todo tipo de Porsche, Ferrari e Lamborghini e ignorando o todo-poderoso Nissan GT-R. O tempo de 7:22,1 foi ainda reduzido para 7:12,13 em setembro de 2011 após alguns aperfeiçoamentos técnicos, recorde que só foi enterrado de vez com a nova safra dos hipercarros de cerca de 1.000 cv – os insanos McLaren P1, LaFerrari e Porsche 918.

A sigla está de volta, coroando o Dodge Viper 2016. Aliviado, apimentado e aperfeiçoado na aerodinâmica, como manda sua curta e marcante tradição.

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Da mesma forma que o ACR anterior (veja o recorde de 2011 no vídeo acima), o motor se manteve tecnicamente igual ao modelo de produção, mantendo o V10 8.4 de 654 cv a 6.200 rpm e 83 mkgf de torque a 5.000 rpm, assim como o câmbio manual de seis marchas Tremec TR6060. Diferentemente da maioria das versões especiais de superesportivos, a pimenta do Viper ACR fica no conjunto dinâmico e na balança.

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Uma das maiores curiosidades do novo ACR está em seus pisantes: ele abandonou os famosos Michelin Pilot Sport Cup – que equipam carros como o BMW M3, Porsche GT3 RS e Mercedes-Benz SLS Black Series – para adotar os coreanos Kumho Ecsta V720, marca muito adotada por pilotos de track day e competidores do SCCA nos EUA e praticantes de drift de forma geral. As medidas são monstruosas: 295/25 R19 na dianteira (!) e 355/30 R 19 na traseira. Veja como eles aparecem em closes quase pornográficos neste vídeo. Aliás, o carro todo.

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Estes Kumho foram projetados especificamente para o ACR – tanto a carcaça quanto a banda de rodagem e o composto –, lembrando a relação da Dunlop com o desenvolvimento do Nissan GT-R. Para coroar esta parceria, os pneus trazem o emblema grafado nos flancos (laterais). Note como os sulcos são rasos e como são massivos os blocos da banda de rodagem.

A Dodge afirma que estes pneus permitem que o carro seja até 1,5 segundo mais rápido por volta que se usasse slicks de competição, supostamente no Virginia International Raceway. Nós achamos que essa declaração foi um pouco exagerada, mas sem dúvida ele estará próximo, pois está escancarado que estes Kumho são semi-slicks de composto R.

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Os freios receberam atenção especial. O pacote inclui discos carbocerâmicos do tipo two piece (cubo parafusado aos rotores) com massivos 390 mm, os maiores já usados por um Viper. As pinças, Brembo, são de seis pistões. Isso no eixo dianteiro, que também conta com dutos removíveis, para seus pilotos conseguirem a melhor refrigeração nos track days. Diz a Dodge que o ACR é o carro com mais resistência a fading em produção. Atrás os rotores possuem 360 mm, mordidos por pinças de quatro pistões.

Eles trabalham em conjunto com o ABS, com EBD especificamente ajustado para a dinâmica mais esportiva do modelo, e com o controle de estabilidade de cinco ajustes: Full, Sport, Track, Rain (algo bastante interessante) e Off.

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Os amortecedores Bilstein tipo coil-over de alumínio foram projetados especialmente para o ACR. Eles oferecem dez níveis de ajuste tanto para compressão quanto para retorno. Os dianteiros têm uma pressão de 600 psi e os traseiros, de 1.300 psi, mais do que o dobro da dureza de suspensão de um Viper com pacote TA (Time Attack). Mais: a geometria está bem mais agressiva, com 1,4º de cambagem mais negativa que o SRT de produção e ele ainda possui regulagem de altura, podendo ser rebaixado em até 76 mm para uso em pista. Com isso, além do centro de gravidade mais baixo, a aerodinâmica do assoalho do Viper fica mais eficaz.

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O pacote aerodinâmico do carro, chamado ACR Extreme Aero Package, rende exatamente 1.000 kg (sim, uma tonelada) de downforce a 285 km/h. Os principais elementos para isso são o gigantesco aerofólio traseiro (1,88 m de largura) de dois elementos e feito de CFRP, o splitter frontal com aletas (dive planes), que reduzem o fluxo de ar sob o assoalho e direcionam melhor o ar sobre a carroceria, e, claro, o assoalho todo redesenhado, que culmina com um difusor traseiro nada menos que pornográfico.

Note que seu desenho é agressivo demais para ser usado nas ruas (em qualquer subida de rampa rasparia no chão) e é justamente por isso que eles são removíveis, exatamente como o splitter dianteiro. Track day toy, baby!

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O capô é especial, com persianas removíveis sobre os pneus dianteiros, que permitem o escoamento aerodinâmico de ar dentro das caixas de rodas e reduzem a resistência aerodinâmica.

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Tudo isso junto dá ao ACR uma capacidade de aceleração lateral de até 1,5 g – uma estupidez completa para um carro de “rua”, daquelas que mais gostamos! Como a Dodge fala, é de grudar o modelo no chão.

Apesar de todo esse pacote monstruoso, achamos pouco provável que ele volte a conquistar a majestade entre os recordistas do Nordschleife neste novo cenário de hipercarros de 1.000 cv e tempos sub seven, lembrando que a víbora rende 654 cv. Se o futuro nos provar errados, certamente iremos sorrir.

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Como o carro também se presta a rodar no dia a dia, o interior é todo revestido de Alcantara, com o emblema ACR estampado no console e costurado nos bancos. De todo modo, o sistema de som tem apenas três alto-falantes e os bancos têm ajustes manuais, tudo para o carro ter menos peso e manter a distribuição de massa de 50%/50%. Carpete? Apenas uma fina camada. Isolamento termoacústico? O mínimo necessário.

“O ACR sempre foi mais um carro de corrida capaz de ser emplacado do que um carro de rua bom de pista. Pois o ACR 2016 é o Viper de corrida capaz de rodar em vias públicas mais rápido da história. Nosso objetivo foi dar aos entusiastas um Viper capaz de dominar circuitos por todo o mundo”, diz Tim Kuniskis, CEO da Dodge e da SRT. Veja-o falando das especificações técnicas do carro.

A cereja do bolo é o pacote de personalização “one of one”. Cada cliente tem à disposição 25 milhões de combinações diferentes possíveis, com 8 mil cores de carroceria, 24 mil cores de costura, 11 opções de rodas, 16 de interior, sete pacotes aerodinâmicos, três de freios e quatro de suspensão. Tudo para que um ACR não seja igual ao outro.

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Fabricado a mão em Detroit, na fábrica de Conner Avenue, o ACR começará a ser vendido nos EUA no terceiro trimestre de 2015. E já estamos quase lá! Veja abaixo mais fotos do novo ACR.

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©2015 Richard Prince richard@rprincephoto.com 631-427-0460 (USA) www.rprincephoto.com

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