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Este deve ser o leilão de clássicos mais fodástico de todos os tempos

Leilões de clássicos são um evento relativamente comum. Todos os anos você topa com uma “Ferrari mais cara da história”, ou um Porsche de corridas disputado por colecionadores, ou ainda um muscle car raríssimo que decidiu trocar de mãos. O que não se vê todos os dias, contudo, é um leilão de clássicos que tenha tudo isso — e em dobro.

A tradicional casa de leilões britânica Bonhams está preparando para o Pebble Beach Concours D’Elegance aquele que talvez seja o maior leilão já feito. Isso por que ele não tem apenas uma Ferrari clássica, e sim quatro (!), incluindo a F40 LM e a 312 de Fórmula 1 dos anos 70. Ah, o seu negócio são os Porsche? Pois o lote tem três deles: dois de pista e um de rua. Se isso não é suficiente para te convencer, vamos dar uma olhada detalhada nos principais destaques desse leilão para ver se você muda de ideia.

 

Ferrari 250 GTO 1962

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Como de costume, a Ferrari 250 GTO é a grande atração do leilão. O exemplar anunciado no leilão da Bonhams é o chassi 3851, a 19ª 250 GTO a sair de Maranello. Esse carro disputou o Tour de France Automobile de 1962 e terminou em segundo lugar. Mais tarde, ele disputaria outra corrida em Montlhery, na França, onde sofreu um acidente.

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Depois de ser consertada, a 250 GTO e seu V12 3.0 de 300 cv foram usados em eventos italianos de subida de montanha na Itália. Em 1965 ela foi vendida a Fabrizio Violati, que ficou com o carro por 45 anos. Segundo o italiano, o carro ficou todo esse tempo sem ser visto porque ele o dirigia somente à noite, para não ser visto ao volante da preciosidade. Boa sacada.

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Os especialistas estimam que esta 250 GTO pode ser vendida por cerca de US$ 58,5 milhões.

 

Ferrari 250 MM Berlinetta 1953

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Esta foi a 17ª de 31 Ferrari 250 MM construídas, e usa um V12 de três litros com 240 cv, que a leva de zero a 100 km/h em 5,1 segundos — um número que fica ainda mais impressionante se você considerar que este é um carro de 61 anos.

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Como muitas Ferrari dos anos 1950, seu histórico de proprietários tem o nome de alguns pilotos como Bill Devin, seu primeiro proprietário, e Phil Hill, o primeiro americano campeão da Fórmula 1. Como também é comum com essas Ferrari clássicas, ela sofreu um acidente em seus primeiros anos de vida. Ao ser transportada para a Califórnia, ela foi erguida por uma empilhadeira e acabou caindo do garfo, batendo sua frente no chão.

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Felizmente, os danos foram superficiais, e depois disso ela “morou” no Texas, Turim, Holanda e voltou para Roma, onde ficou na coleção de Fabrizio Violati (o mesmo cara que ficou 45 anos com a 250 GTO acima!). Sem um histórico tão brilhante nas pistas, ela vale um pouco menos: espera-se que ela seja vendida por US$ 12 milhões.

 

Ferrari F40 LM 1993

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Já falamos praticamente tudo o que há para ser dito sobre a Ferrari F40. Esta é uma LM, a versão de pista, e seu V8 de três litros produz 700 cv que passam pelo câmbio de cinco marchas antes de chegar às rodas.

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Ela é a 18ª de apenas 19 LM fabricadas — o que a torna uma das Ferrari mais raras de todos os tempos. Isso contudo não afeta seu preço (ainda): o preço de arremate fica entre US$ 2,2 e 2,7 milhões.

 

Ferrari 312 T3 1978

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Por último, mas não menos importante, a Ferrari 312 T3 usada por Carlos Reutemann em sua vitória no GP da Inglaterra de 1978 e no terceiro lugar em Spa, na mesma temporada. Ela ainda foi usada pelo lendário Gilles Villeneuve na Corrida dos Campeões de 1978.

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Ela infelizmente não está em plenas condições de rodagem, e a Bonhams aconselha assessoria de especialistas antes de tentar ligá-la. Mesmo assim, por cerca de US$ 2 milhões (o dobro de uma FF zero km no Brasil) você tem uma legítima Ferrari de Fórmula 1 usada por dois dos maiores pilotos da categoria e movida por um flat-12 de três litros e mais de 500 cv. Só isso já vale cada centavo pago.

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Porsche 911 RSR 1974

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Este é um verdadeiro veterano das pistas: o 911 RSR correu no México, Mid-Ohio, Mid-America, Sebring, Daytona e Laguna Seca. Somente as principais pistas norte-americanas.

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Isso não significa que ele venceu todas essas corridas, mas é suficiente para dar a ele um status mais elevado que praticamente todos os outros desta lista. Contudo, ele ainda é “apenas” um 919 RSR, produzido aos milhares com um flat-six de três litros e 330 cv. Por isso, ele não está entre os mais valiosos, e deve ser arrematado por algo entre US$ 1,1 e U$ 1,5 milhões.

 

Porsche 908/03 Spyder 1970

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Este é um dos únicos 13 Porsche 908 fabricados. Ele usa um flat-8 de três litros com 370 cv, suspensão independente nas quatro rodas e carroceria ultra-leve com curvas que lembram às do Batmóvel. Ele tinha apenas 500 kg, peso de um Ariel Atom, que nem carroceria tem.

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Essas características ajudaram esse exemplar a formar a trinca de vencedores nos 1000 Km de Nürburgring de 1970. A carroceria já não é mais original (somente um dos 13 908/03 ainda não teve sua carroceria modificada), mas foi reconstruída com alta fidelidade à original. Com pedigree das pistas, espera-se que ele seja vendido por entre US$ 1,8 e US$ 2,3 milhões.

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1958 Porsche 356A

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O 356A é um dos Porsche de rua mais valiosos e valorizados de todos. Mas se você é da turma do frisinho, vai torcer o nariz para este exemplar. Ele é um 356A de 1958 mas teve seu motor original modificado com componentes do boxer-4 de um 912 1970.

Além do bloco, bielas e virabrequim do 912, este 356 recebeu o câmbio de cinco marchas de um 911 1967, que também cedeu a ele a suspensão traseira.

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Caso você não se importe em ter um 356A “restomod” dos anos 1970, você terá à sua disposição um esportivo clássico de 125 cv capaz de ir de zero a 100 km/h em 8,8 segundos. Por US$ 200.000, esse exemplar é a grande barganha do dia. Tão barato que é capaz de sequer ser vendido. Que bilionário gostaria de ser visto comprando um carro impuro e tão barato?

 

Mercedes 300SL Gullwing 1954

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Como não poderia faltar em um leilão fodástico, aqui está o Mercedes mais legal já feito e um dos esportivos mais icônicos da história, o 300SL Gullwing. Este exemplar foi comprado novo pelo cantor Pat Boone e só teve dois proprietários em seus 60 anos de vida. Ele é equipado com um seis-em-linha de três litros e 240 cv e tem as icônicas portas asa-de-gaivota.

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Será oferecido por entre US$ 900.000 e US$ 1,3 milhão, e a renda será revertida para crianças de rua do Oregon, nos EUA.

 

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Este exemplar do BT33 foi usado pelo próprio Jack Brabham no GP de Mônaco e no GP da Inglaterra de 1970. Em Mônaco, Brabham segurou o futuro campeão mundial Jochen Rindt na segunda posição até a última curva da última volta daquela corrida, mas acabou derrapando na hairpin, cedendo a vitória a Rindt.

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Ele voltou a repetir a liderança sobre Rindt no GP da Inglaterra, mas novamente, na última volta perdeu a liderança para o austríaco. Desta vez por pane seca. O carro será oferecido por entre US$ 1 e US$ 1,4 milhões.

 

Shelby Cobra 289 1963

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Carroll Shelby considerava o Cobra 289 a mais equilibrada das versões de sua criação. Este exemplar anunciado é o chassi CSX2119, equipado com o motor 289 de 275 cv e câmbio manual de quatro marchas. Ele foi usado como modelo de exibição da Ford, e pertenceu ao mesmo proprietário por 47 anos e por isso tem menos de 11.300 milhas originais no hodômetro.

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A pintura ainda é original e exibe as marcas do tempo, enquanto o motor passou por uma revisão preventiva que trocou algumas peças desgastadas pelo tempo. O preço? Entre US$ 1,3 e US$ 1,5 milhões.

 

O leilão de Quail Lodge da Bonhams acontece a partir da próxima quinta-feira em Carmel, nos EUA. Veja mais detalhes no site da Bonhams.

[ Fotos: Bonhams Auctions ]