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Este Mini Cooper clássico com motor de superbike Suzuki e tração traseira corre como um supercarro

Entre os carros de tração dianteira mais respeitados por entusiastas no mundo todo está o Mini clássico, feito entre 1959 e 2000. Apesar dos motores pequenos e não exatamente potentes, seu baixo peso e equilíbrio dinâmico encantam fãs de diversão ao volante há décadas — sem falar das vitórias no Rali Monte Carlo que o pequeno tem no currículo. Contudo, para um gearhead um carro sempre, sempre pode melhorar. E, no caso do Mini, aparentemente a receita perfeita é um motor de supermoto atrás dos bancos dianteiros.

Isto implica, obviamente, na perda da tração dianteira. Na verdade, na perda quase tudo do Mini, com exceção da carroceria. Mas isto está longe de ser um defeito.

A responsável pela transformação é a preparadora Z-Cars Performance Engineering (pronuncia-se “zed cars”), de Aldbrough, na costa leste da Inglaterra. A Z-Cars já está neste ramo desde 1998 e, se há dezenas de Mini com motor de moto rodando pelas ruas e arrepiando em track days pela Europa, é por causa deles.

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Um carro devidamente convertido precisa de cerca de £ 8.000 (aproximandamente R$ 41.000 em conversão direta) em novos componentes, enquanto o serviço completo custa, em média, £ 40.000 (pouco menos de R$ 208.000). Não é barato nem mesmo para os padrões do Reino Unido, mas a Z-Cars tem um garoto propaganda e tanto: o carro do britânico Andy Farmer, conhecido como “Mini Busa” ou “Minus”, dependendo de onde você ler sobre ele.

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O carro de Andy é o exemplo perfeito do que a Z-Cars faz. A carroceria é modificada usando painéis de fibra de vidro, como para-lamas, capô, tampa do porta-malas e portas. Feitos sob medida, os componentes tornam o carro de sete centímetros mais baixo do que o original, e dezenas de quilos mais leve. A carroceria repousa sob uma estrutura tubular de aço inox, também feita sob medida.

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Não é difícil compreender a razão por trás de uma modificação tão extrema: ao trocar o posicionamento do conjunto mecânico, é bem mais fácil (ou menos complicado) trabalhar sobre uma estrutura totalmente nova, pronta para receber um motor central-traseiro, do que adaptar o monobloco original.

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A nova estrutura também facilita a instalação de um sistema de suspensão completamente reformulado. No lugar das barras de torção na dianteira, e do eixo rígido com feixes de molas semielípticas na traseira, entram braços triangulares sobrepostos e amortecedores ajustáveis do tipo coilover nas quatro rodas.

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O motor foi fornecido pela própria Z-Cars. Trata-se do quatro-cilindros com comando duplo no cabeçote da Suzuki GSX-R1000. Deslocando exatamente 998 cm³, é maior que o motor original, e bem mais potente: são 160 cv a 9.500 rpm. Acoplado à caixa sequencial de seis marchas, o motor é capaz de levar o carro — que pesa menos de 600 kg — aos 100 km/h em quatro segundos. Para parar o monstrinho foram empregados freios a disco da Wilwood com pinças de quatro pistões na dianteira, enquanto a traseira aproveita os discos de um Volvo e as pinças de  um Ford Sierra.

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E ele também faz curvas muito bem, em parte, graças aos pneus Yokohama A048R que calçam as clássicas Minilites de 13×7 polegadas. No vídeo abaixo, outro Mini da Z-Cars completa uma volta no circuito de testes da revista Autocar em 1m15s — tão veloz quanto um Porsche 911 Carrera S da geração atual, a 991 — esportivo com um boxer de seis cilindros, 3,8 litros e 400 cv.

Por fora, o que salta aos olhos são as proporções curiosas por causa da carroceria rebaixada e os para-lamas alargados com molduras de fibra de carbono. Por dentro, são o painel feito sob medida com mostradores aftermarket, os bancos concha com cintos de competição e a gaiola à vista. Além, é claro, do ronco de um motor girando a mais de 10.000 rpm a centímetros das orelhas dos ocupantes.

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A Z-Cars também prepara os motores de moto para entregar até 240 cv, se o cliente assim desejar. No vídeo abaixo, um Mini equipado com um destes motores anda junto com um 911 GT3 RS da geração passada — e dá trabalho para o alemão!

Imaginamos que um Mini já seja um carro bastante divertido em sua configuração original. Além disso, o Mini que venceu em Monte Carlo nos anos 60 era praticamente original, com motor e tração na dianteira. Contudo, estaríamos mentindo se disséssemos não fantasiar fortemente sobre a sensação de pilotar um Mini da Z-Cars. Estes são praticamente a definição do termo “foguete de bolso”.