Quando foi lançado, em outubro de 1996, no Salão de Paris, o Peugeot 406 Coupé retomou uma tradição antiga da marca. Desde 1898, com o Type 21, ela sempre havia tido um cupê para chamar de seu, mas isso foi interrompido a partir de 1978. Foi naquele ano que a marca adquiriu unidades da Chrysler na Europa, como a Simca.
As dificuldades financeiras que vieram depois disso culminariam com sua saída do mercado dos EUA, em 1991. Nem o 505 nem o 405 tiveram suas versões cupê. Mas quando ela voltou a aparecer, contudo, foi um desbunde. O 406 Coupé foi eleito o carro mais bonito do mundo diversas vezes enquanto foi produzido. E é uma unidade das mais bem conservadas que já vimos que está hoje em nosso Achados Meio Perdidos.
Construído sobre a mesma plataforma do 406, que também era a mesma do Citroën Xantia, ainda que sem a suspensão hidropneumática, todo o restante de suas peças é diferente. Isso porque ele não foi apenas concebido pelo estúdio de design Pininfarina. Também foi construído pela empresa italiana. O contrato inicial da Peugeot com o estúdio era para 70 mil unidades, mas elas foram exatas 107.631, quase 40 mil a mais do que o inicialmente planejado.
O 406 Coupé tinha 4,62 m de comprimento, 1,78 m de largura, 1,35 m de altura e um excelente entre-eixos de 2,70 m, o que explica a cabine extremamente espaçosa para sua proposta. O carro tinha apenas quatro lugares. O porta-malas, de 390 litros, também não era nada desprezível.
Oferecido em duas opções de motor, um 2.0 16V, o XU10J4R, de 137 cv e um 3.0 V6, o ES9J4, com bloco de alumínio e 194 cv, posteriormente melhorados para 210 cv. Em 2001, ele recebeu uma versão turbodiesel, a 2.2 HDI. Sua tração era dianteira. Ao Brasil, só a versão V6 foi importada.
Seu interior era extremamente elogiado, em especial pelo revestimento de couro de alta qualidade. Apesar de trazerem a assinatura Pininfarina, os bancos são Recaro, com comandos elétricos e uma memória de posição. O painel de instrumentos, porém, era motivo de crítica. Ele era exatamente igual ao do sedã, apenas com aros cromados em torno dos instrumentos como diferença.
Os freios dianteiros do cupê eram Brembo, com pinças de quatro pistões e discos ventilados de 305 mm. Atrás, os discos eram comuns, de 290 mm de diâmetro. A suspensão dianteira era McPherson, com multibraços na traseira.
Sua carreira terminou em 2004. O sucessor do cupê, o 407, seria apresentado quase um ano depois, no Salão de Frankfurt de 2005, em setembro. Apesar de mais raro, o 407 Coupé não teria conseguido superar a beleza de seu antecessor. Talvez exatamente por isso.
A unidade que encontramos à venda está com apenas 45 mil km. Quando Felipe Riera o comprou, ele tinha perto de 15 mil km. Felipe é o segundo dono do 406 Coupé. Tratado com carinho, o cupê tem trocas de óleo por tempo em vez de por quilometragem, já que ele era usado quase sempre para viagens de final de semana.
O modelo nunca bateu nem foi repintado. Felipe se orgulha de ele não ter nem mesmo as batidinhas de porta comuns em quem tem de disputar espaço em vagas apertadas. A suspensão está impecável, sem barulhos e até o spoiler dianteiro, que poderia estar arranhado, pela pouca altura do cupê, está em perfeito estado. Os pneus são praticamente novos, trocados há 2 mil km.
A documentação está toda em dia, sem qualquer tipo de débito. Segundo Felipe, o único trabalho do comprador será pegar as chaves para sair curtindo o carro. O único detalhe não original do carro é a antena do rádio, substituída por uma menor, mas a original acompanhá o veículo. Todos os demais equipamentos são originais e funcionam perfeitamente.
Felipe está pedindo R$ 39 mil pela preciosidade, que é de 1998, modelo 1999. Por essa mesma grana, você hoje compra um 1.0 com ar-condicionado. Qual você vai preferir?
[ WebMotors ]
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