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Car Culture

Estes caras mantém viva a cultura JDM no coração de Nova York

Ao pensar em Nova York, imediatamente nossa mente nos leva à Times Square – lugar onde se grava filmes e clipes de música, onde os nova-iorquinos se reúnem para a contagem regressiva do ano novo, onde turistas se fotografam, onde aparecem as cotações da bolsa no mundo todo em um telão… e, aparentemente, onde você pode ver um belo desfile de carros japoneses modificados, preparados e até tunados. É como se, por um instante, você fosse teleportado para a Shibuya Crossing em Tóquio.

Isto aconteceu há algumas semanas, quando o pessoal da equipe Prime realizou o Street Icons, um encontro de carros japoneses com foco na cena tuning do fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. A cena que ganhou o mundo com “Velozes e Furiosos” (The Fast and the Furious, lá de 2001) e Need for Speed: Underground e hoje, para a maioria de nós, agora é sinônimo de nostalgia.

Acontece que, enquanto alguns podem dizer que “evoluíram” e que acham os carros modificados naquela época exagerados demais, estes caras (e mais um monte de gente, na verdade) deixam que certas tendências daquela época se encaixem nos dias de hoje.

Para eles, o desafio maior não é montar um carro. É encontrar outras pessoas que façam o mesmo que você e conseguir organizar um encontro na “cidade onde ninguém dirige”. Dizem que, para andar de carro em Nova York, você precisa estar em um táxi, um carro de polícia ou uma limousine.

Uma foto publicada por PRIME (@primenyc.co) em

É claro que isto é exagero: muita gente tem carros em Nova York, e há uma cena de car culture bastante movimentada. Ela só não é muito conhecida, diferentemente do que acontece em Los Angeles e no restante da Califórnia, por exemplo.

E qual é a cara da cultura automotiva nova-iorquina? São carros com cores vibrantes, muitos componentes importados do Japão, e um estilo que não copia, mas se inspira nos carros dos caras que disputavam rachas nas ruas da cidade (não só de Nova York, mas de qualquer cidade). Eles inspiram-se, inclusive, no aspecto ilegal da coisa.

Cerca de 15 minutos de corridas de rua capturados durante uma noite qualquer em Nova York

Street racers ou não, os caras se dedicam de verdade a seus carros, que ainda podem ser chamativos demais para o gosto da maioria mas, em alguns casos, conseguem um visual bastante interessante. E, em boa parte das vezes, dedicando atenção especial à preparação mecânica, com motores fortes, suspensão com acerto de pista, alívio de peso e tudo o mais.

Uma foto publicada por Andy (@resuper7) em

Uma foto publicada por Brian Chin (@chinzophoto) em

E a seleção de carros é impecável: Lancer Evo, Subaru WRX e todo o time dos sonhos de Gran Turismo e Forza marcam presença: Mazda RX-7, Toyota Supra, Nissan Skyline, Honda NSX… há uma quantidade considerável de todos eles. Já rolou até um RX-7 Day organizado pela Prime, saca só:

Os encontros são realizados em locais divulgados apenas para quem já faz parte da cena, ou tem contatos dentro dela. Isto porque, sem nos surpreender, a polícia costuma descobrir onde ficam estes locais e apreender carros em situação irregular ou que participam de rachas.

E existem, é claro, outras crews que fazem parte da mesma cena – a prime é só uma delas. Equipes de outros estados também costumam aparecer nos encontros, às vezes por uma única noite. Nem todos estão lá para correr: alguns só querem exibir seus carros e ver os carros dos outros.

O mais estranho é pensar em tudo isto acontecendo nos EUA, em Nova York, em 2017, e não em Tóquio ou Los Angeles do início dos anos 2000. Mas quando você lembra que o modo como um entusiasta enxerga os carros é diferente de pessoa para pessoa, as coisas fazem mais sentido.

Na nossa praia podem estar os carros com modificações funcionais que conseguem equilibrá-las com um visual bacana, mas há quem coloque um peso muito maior na estética e enxergam o carro como uma forma de expressar seu estilo – nesse caso, influenciados diretamente pela cultura de rua do início da década passada.