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GTA: a história e a evolução de Grand Theft Auto – parte final

A franquia Grand Theft Auto nasceu no fim da década de 1990 e, ao longo dos anos 2000, tornou-se uma das mais populares do planeta – e uma das mais polêmicas, também. Já falamos sobre o sucesso dos primeiros jogos e da revolução tridimensional. Agora, chegamos à era moderna.

Depois do sucesso de GTA III, uma onda de novos games da série chegou às prateleiras nos anos seguintes: o inovador Vice City em 2001 e o já clássico San Andreas em 2004. Ambos os games estabeleceram novos padrões para a série, com personagens mais carismáticos, enredos envolventes, cidades maiores e cada vez mais realismo.

Foi nesta época, também, que a Sony apresentou o PlayStation Portable, também conhecido como PSP. O portátil elevou a jogatina móvel a um novo nível, com um sistema poderoso, capaz de rodar games mais elaborados e com gráficos quase tão bons quanto os do PS2. Aproveitando a onda, a Rockstar lançou dois spin-offs de GTA em 2005 e 2006, respectivamente: Liberty City StoriesVice City Stories.

Como os nomes dizem, o primeiro é ambientado em Liberty City no ano 1998 e o segundo, em Vice City no ano de 1984. Ambos os games seguiam a mesma linha dos anteriores, porém traziam personagens e histórias completamente novos, ainda que não fizessem parte da série principal, e ambos foram lançados também para PlayStation 2 pouco tempo depois, tornando-se uma boa forma de passar o tempo até que a Rockstar aprontasse o verdadeiro sucessor de GTA III.

Também deve ter sido uma forma de ganhar tempo para GTA IV. O game foi lançado em 2008 para PS3 e XBox 360 (abril) e PC (dezembro), e mostrou que, de fato, Grand Theft Auto havia chegado a uma nova era.

Quer dizer, a verdade é que a franquia já encontrou a fórmula ideal há tempos, mas só com os novos recursos dos consoles e computadores, pôde explorá-la ao máximo.

Novamente o cenário era Liberty City mas, desta vez, ambientada naquele mesmo 2008, dando ao jogo uma aura de modernidade que ia além dos gráficos. Claro, logo de cara se nota a melhora absurda nos gráficos, mas as diferenças estavam nos detalhes.

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O sistema de combate foi refinado, permitindo uma precisão maior nos tiroteios e nos conflitos corpo a corpo, e também se esconder atrás de carros para evitar tiros. O visual do jogo ficou mais detalhado e realista, mas também mais escuro e cinemático. Liberty City, baseada em Nova York, foi construída com a ajuda de vídeos feitos pelos produtores, que circularam pela metrópole americana para capturar suas ruas e construções – e agora, era possível entrar em um número muito maior de prédios, possibilitando mais momentos em que ação acontecia em lugares fechados.

Além de ouvir rádio, também era possível assistir TV e ter uma casa para si. Niko pode fazer amigos que lhe são úteis no jogo (como um motorista de táxi que pode ser chamado a qualquer hora e te levar para qualquer lugar), e é possível até mesmo conseguir uma namorada, marcar corridas de rua e mandar e receber emails usando smartphones e cyber cafés.

Por cima de tudo isso, GTA IV ainda oferecia um modo online, que permitia que até 32 jogadores explorassem ao mesmo tempo a cidade de Liberty City. Isto levou muita gente a jogar GTA IV como um simples simulador da vida real, como se fosse um “The Sims” com armas e carros.

E foi justamente por causa de tanto realismo que a franquia causou mais polêmicas do que nunca: em GTA IV, você podia se alimentar para recuperar energia, e até tomar umas biritas para acompanhar a refeição. Se bebesse demais, Nico ficava embriagado, o que não impedia o jogador de roubar um carro e sair por aí – algo que, naturalmente, incomodou pais e autoridades no mundo todo. Não faltaram críticas (vindas, inclusive, de gente influente como Hillary Clinton), e o jogo chegou a ser censurado em mercados como a Nova Zelândia e a Austrália.

No fim das contas, como costuma acontecer, a “má reputação” de GTA IV acabou por aumentar ainda mais seu sucesso. E fez também com que, para GTA V, a Rockstar seguisse o mesmo caminho.

O lançamento de GTA V durou dois anos inteiros: em 2013, o game foi lançado para PS3 e XBox 360; em 2014, para PS4 e XBox One; e só chegou aos computadores no fim do ano passado. Cada um dos releases foi extremamente antecipado pelos jogadores, ansiosos para revisitar San Andreas.

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Sim, porque GTA V voltou à cidade de Carl Johnson. No entanto, a história agora se passa nos dias atuais, e é vivida pelo ponto de vista de três personagens diferentes, cujas histórias se interligam à medida em que o jogador cumpre missões. Novamente, extensivas pesquisas de campo foram usadas para reconstruir não apenas San Andreas, mas também para criar a cidade vizinha de Los Santos, inspirada em Los Angeles.]

A mecânica básica do jogo permaneceu praticamente inalterada, com exceção de algumas melhorias na precisão dos controles. Dito isto, os gráficos estavam mais deslumbrantes do que nunca, e o aspecto de simulação do jogo foi ainda mais refinado: se quiser, você pode até levar uma vida relativamente normal (até onde a vida de um criminoso pode ser considerada normal, claro), com sua casa, seus amigos e atividades como mergulho, saltos de para-quedas, empregos de meio período, jogos eletrônicos e até mesmo a possibilidade de enriquecer no mercado de ações.

E é claro que as polêmicas continuaram: em GTA V você pode até fazer sexo com prostitutas em primeira pessoa dentro de um carro. O vídeo acima é NSFW, claro.

Ainda não se sabe qual é o próximo passo da franquia. O próximo título ainda deve demorar para aparecer mas, se considerarmos o que tivemos até agora, só podemos esperar coisa boa.