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Ladrões estão usando softwares para roubar carros com sistema keyless

Sistemas keyless são eficientes, você se aproxima do carro, ele destrava ao detectar a chave em seu bolso. Lá dentro, a chave ainda está no seu bolso, mas você só precisa apertar um botão no painel para dar a partida. Além da comodidade, o sistema traz segurança, afinal, estamos falando de um código eletrônico aleatório que só a sua chave pode informar à ECU do carro.

É um sistema que até agora era considerado inviolável, afinal, mesmo se você perder a chave, somente o serviço autorizado poderá lhe fornecer outro mediante uma série de comprovações, obviamente. Então você encomenda a chave, a autorizada a reprograma para a sua ECU e tudo está resolvido. Mas não seria desastroso se alguém mal intencionado tivesse acesso a essa reprogramação?

É exatamente isso o que está acontecendo na Inglaterra. Em 2014, quadrilhas de ladrões hi-tech roubaram nada menos do que 6.000 carros de luxo debaixo do nariz da polícia britânica — 42% deles eram carros com sistema keyless. O método é simples: os ladrões quebram um vidro do carro, conectam seu computador do mal na porta OBD-II e reprogramam uma chave virgem. A nova chave desbloqueia a ECU, bastando apertar o botão de partida e sair por aí com seu novo carro roubado.

Se você está se perguntando como eles conseguem esses equipamentos, é simples: qualquer oficina consegue acesso a esses computadores de diagnóstico e reparo e a chave, bem, é apenas um circuito eletrônico provavelmente fabricado na China — e você sabe que cópias ilegais são algo que os chineses têm feito muito bem nos últimos anos.

Por falar em China, é de lá que vem outro dispositivo usado pelos ladrões britânicos mais sofisticados. Lembra do Chapolin, sobre o qual falamos há alguns meses? Pois é… o negócio acabou vendido na Inglaterra também, então às vezes nem é preciso quebrar o vidro, basta sentar-se em um banco fingindo estar no Facebook com uma gata, interromper o travamento da porta com o Chapolin (que lá deve se chamar “Lord Chapolin”) e fazer o serviço tranquilamente, as pessoas vão achar que o ladrão está apenas usando um hotspot wi-fi dos estabelecimentos nos arredores.

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Segundo a polícia metropolitana de Londres, são roubados em média 17 carros por dia usando esse sistema. Eles até criaram uma seção especial em seu site oficial para orientar os motoristas londrinos a proteger o carro desses criminosos. Os conselhos são, basicamente, os mesmos que passamos quando explicamos o funcionamento do Chapolin: travar o carro e verificar se ele realmente foi trancado, procurar sempre estacionamentos particulares, evitar lugares isolados, investir em um sistema de travamento mais moderno e, claro, não deixar nada de valor dentro do carro.

[ Sugestão do leitor Thiago Zaiden ]