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Salão de Frankfurt 2015

M6 GT3, novos Série 7, o futuro X1 nacional e Mini Clubman: as novidades da BMW no Salão de Frankfurt

Sendo uma das três grandes fabricantes alemãs, é natural que a BMW tenha escolhido o Salão de Frankfurt para mostrar duas novidades importantes. A maior delas (ao menos para nós, entusiastas) sem dúvida é a versão de competição do BMW M6 para a categoria GT3 da FIA — que, obviamente, é chamado de M6 GT3. A segunda é a nova geração do über-luxuoso Série 7.

Mas estes não foram os únicos lançamentos: Frankfurt também foi palco da primeira aparição pública da nova perua Mini Clubman. Vamos dar uma olhada melhor em todos eles?

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Vamos começar já chutando a porta: olha só este carro! O BMW M6 é, sem dúvida, um cupê extremamente atraente, com linhas imponentes, elegantes e bem proporcionadas. O que a versão GT3 fez, esteticamente, foi adicionar todos aqueles ingredientes que a gente adora nos carros de corrida: aparatos aerodinâmicos funcionais, para-lamas alargados e (ao menos no carro da equipe de fábrica), o belo esquema de pintura com as tradicionais cores da divisão M.

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A missão do M6 GT3 será a de substituir o consagrado Z4 GT3 nas categorias de turismo da FIA — e a BMW diz ter usado toda sua experiência com o Z4 GT3, que estreou em 2010, para desenvolver o novo bólido. De acordo com a marca, a prioridade foi melhorar a dirigibilidade e a economia de combustível do carro de corrida.

Para isto, a BMW decidiu-se por um motor turbinado — baseado no mesmo V8 de 4,4 litros que equipa a versão de rua, porém modificado para uso em pista. Naturalmente, a BMW não detalhou todas as modificações, limitando-se a citar o sistema de lubrificação por cárter seco. No entanto, a marca revelou que a potência máxima fica nos 585 cv, limite imposto pela FIA para a categoria.

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A transmissão acoplada ao eixo traseiro é uma caixa sequencial de seis marchas, com trocas sequenciais por borboletas atrás do volante. A adoção de um transeixo permite que os cerca de 1.300 kg do carro (para se ter uma ideia, o cupê de rua pesa mais de 1.900 kg) de forma muito mais equilibrada. O entre-eixos mais longo também cumpre seu papel, tornando o carro menos arisco  do que o Z4 — de acordo com a BMW, sem prejuízos à sua agilidade.

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Por fora, o conjunto de para-lamas alargados, o capô com entradas de ar funcionais e o conjunto aerodinâmico que inclui novos spoiler frontal, difusor traseiro e aerofólio, garantem o visual invocado. Por dentro, o aspecto racer é a maior característica, com a ausência completa de forrações e acabamentos encontrados no carro de rua, bancos e cintos de competição, painel digital e volante de cubo rápido — além, é claro, de uma gaiola de proteção integral. Detalhe: como nos protótipos de Le Mans, o piloto se senta no meio Ou seja: nada de pegar aquela carona…

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O BMW M6 GT3 já tem até preço anunciado para aqueles que podem investir uma bela grana em um verdadeiro carro de corrida: € 379 mil, ou o equivalente a R$ 1,65 milhão em conversão direta. Além do carro, o feliz proprietário tem direito a peças de reposição e apoio de engenheiros especializados da divisão M na beira da pista. Nos parece um bom negócio.

Agora, você deve saber (se não, fique sabendo) que o McLaren F1 — que, coincidentemente, tinha seu V12 de 6,1 litros feito pela BMW — de rua era mais potente que sua versão de corrida. Enquanto o primeiro tinha 627 cv, o segundo entregava “apenas” 600 cv, por exigência do regulamento. Agora, quase mais de duas décadas depois, a situação se repete: a BMW também revelou em Frankfurt o M6 Competition Edition, que pode ser encarado como a versão de rua do M6 GT3.

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Além da pintura branca ou amarela decorada com faixas nas cores da divisão M, o M6 Competition Edition (experimente dizer em voz alta) é baseado no Competition Package. Isto significa que, em vez dos 568 cv originais, o V8 4.4 biturbo entrega exatos 600 cv e 71,4 mkgf de torque, que são levados até as rodas traseiras através de uma caixa de dupla embreagem de sete marchas. É o bastante para chegar aos 305 km/h.

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Por fora, o M6 Competition traz novos elementos aerodinâmicos (spoiler frontal, difusor traseiro e um pequeno lip na tampa do porta-malas)  de fibra de carbono, além de rodas de 20 polegadas com pintura preta. A fibra de carbono também aparece por dentro, no console central e nas soleiras e revestimentos das portas. Os bancos de couro trazem costuras personalizadas, e há a opção por dois sistemas de som: um Bang & Olufsen ou um Harman Kardon, ambos com 16 alto-falantes e 1.200 watts.

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O preço do M6 Competition Edition parte de US$ 165.850, ou cerca de R$ 641 mil em conversão direta. Além do carro, os futuros proprietários terão direito a uma tarde inteira na BMW Driving School, a fim de aperfeiçoar suas técnicas de direção e aprender a curtir melhor o novo brinquedo.

A outra grande estreia foi a do BMW Série 7 de nova geração, a G11 (G12, caso da versão de entre-eixos longo). Nós fizemos um dossiê completo que pode ser conferido aqui, mas não custa recapitular, não é?

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O Série 7 G11 utiliza a nova plataforma chamada Carbon Core, que incorpora elementos de fibra de carbono, aço de alta resistência e alumínio na plataforma e, especialmente, na célula de sobrevivência.

Esteticamente, o Série  7 finalmente deixou de ser um “Série 5 grandão” e adquiriu identidade própria, com faróis mais estreitos diretamente ligados à avantajada grade “duplo rim”, para uma face mais refinada e intimidadora. As linhas gerais da carroceria, no entanto, são relativamente conservadoras — bem como o interior, onde predominam as linhas retas.

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Contudo, o carro também vem recheado de novas tecnologias (como a adoção, pela primeira vez, de telas sensíveis ao toque) e motores atualizados — um seis-em-linha de três litros com turbo twin-scroll e 326 cv para o 740i, e uma versão de 450 cv do V8 biturbo no 750i.

A terceira grande estreia da BMW em Frankfurt foi a nova perua Mini Clubman. Maior modelo da família Mini, o Clubman ganhou a identidade visual da nova geração e maior variedade de motors.

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O que chama a atenção logo de cara é a transformação visual: além de adotar a nova dianteira dos Mini, a perua ganhou quatro portas tradicionais — a geração anterior trazia portas traseiras menores, do tipo “suicida”. No entanto, a característica tampa do porta-malas bipartida (que agora incorpora as largas lanternas traseiras) foi mantida.

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Para se ter uma ideia, o Clubman é 27 centímetros mais longo e 9 cm mais largo do que o Mini hatch de quatro portas. Além disso, tem entre-eixos 10 cm mais longo. O resultado é um carro capaz de levar cinco pessoas, mais 360 litros de bagagem no porta-malas. Precisa levar mais coisas? Com o banco traseiro rebatido, a capacidade de carga aumenta para 1.250 litros. Uma perua digna, para dizer o mínimo.

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O interior passou pela mesma mudança que foi promovida no hatch, com linhas mais tradicionais, porém continua com a identidade visual da Mini. Debaixo do capô também houve mudanças: agora, a versão básica é equipada com o mesmo três-cilindros turbo do hatchback — de 1,2 litro e 102 cv ou 1,5 litro e 136 cv. Na versão Cooper S Clubman, o motor turbinado de quatro cilindros e dois litros entrega 192 cv.

Falando nisso, o motor 1.5 turbo também estará na nova geração do BMW X1. Além de assumir de vez a identidade de SUV — até então, ele estava mais para uma perua crossover —, ele ficou 1,5 cm mais curto, porém ganhou 5,3 cm de altura e uma posição de dirigir 3,6 cm mais alta.

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A utilização da nova plataforma de tração dianteira (a mesma do Série 2 Active Tourer), com motor transversal, também permitiu um aumento considerável no espaço interno. O X1 agora tem 3,7 cm a mais de espaço para as pernas no banco traseiro, e pode levar 85 litros de bagagem a mais do que a geração anterior — 505 só no porta-malas, ou 1.505 litros com o banco traseiro rebatido.

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O novo X1 chega ao Brasil no fim do ano, ainda importado. A produção na fábrica em Araquari, em Santa Catarina, deve ter início no primeiro trimestre de 2016.

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O motor confirmado, por enquanto, é o 2.0 turbo de 192 cv (xDrive20i), mas fala-se também na possível adoção do modelo 1.5 turbo para o mercado brasileiro. De qualquer forma, a concorrência é conhecida: Audi Q3, Mercedes-Benz GLA e VW Tiguan.