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Mercedes-AMG GT R: um monstro verde de 585 cv que veio para devorar o Porsche 911 GT3 RS

Ele veio aparecendo aos poucos — primeiro foram os flagras, depois os teasers e, finalmente, as fotos “vazadas”. Agora, não deu mais para adiar: a Mercedes-AMG acabou de revelar todas as imagens e informações oficiais de seu mais novo monstro: o AMG GT R, versão mais nervosa de todas do topo de linha das três pontas. E ele tem um alvo certo: o Porsche 911 GT3 RS.

Quer dizer, em momento algum a Mercedes-AMG disse isto, mas ninguém precisa ser um gênio para saber que o AMG GT foi feito sob medida para brigar com o ícone de Stuttgart, ainda que utilize uma fórmula diferente. Como o GT3 RS é o mais extremo dos 911, é ele que o AMG GT R quer peitar. Além disso, há o fato de ele aproveitar diversos elementos do Mercedes-AMG GT3 — tanto na estética quanto na parte técnica. Já falaremos disso.

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Primeiro, vamos dar uma pausa para admirar seu visual. O Mercedes-AMG GT sempre foi um carro bonito a nosso ver — um sucessor digno para o respeitável SLS AMG, ainda que menor e mais barato. Suas proporções são old school (capô longo, traseira curta), há curvas sensuais suficientes e agressividade na medida certa. Com o AMG GT R, esta última recebeu um reforço e, bem, a gente curtiu demais.

A principal modificação visual aconteceu na grade — a nova peça, batizada como Panamericana, é uma referência direta ao Mercedes-Benz W194, vencedor da Carrera Panamericana e das 24 Horas de Le Mans de 1952 que deu origem ao icônico 300SL Gullwing. De acordo com a AMG, este é apenas o primeiro modelo de rua da divisão a empregar a grade Panamericana — lembrando que o AMG GT3 de competição já a exibe na dianteira desde o ano passado.

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A gente gosta do contraste entre o estilo clássico da grade e a agressividade dos elementos aerodinâmicos de fibra de carbono: um splitter frontal ativo, que se eleva em 40 mm a partir dos 80 km/h e promete reduzir o lift da dianteira em até 40% acima de 250 km/h; e uma asa traseira, também de fibra de carbono, projetada para produzir 155 kg de downforce a 320 km/h.

Agora, não tem como não falar a respeito desta cor? É um verde matte que, além de ser bonito por si só, contrasta muito bem com a fibra de carbono no kit aerodinâmico e do teto. Ela se chama Green Hell Magno e é uma homenagem ao Nürburgring Nordschleife. Como você deve saber, o circuito na Alemanha é conhecido como “Inferno Verde” — apelido dado pelo tricampeão Jackie Stewart — e boa parte do desenvolvimento do AMG GT R correspondeu a testes no Nürburgring. Não vai demorar para que a Mercedes o leve para lá a fim de tentar quebrar alguns recordes…

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Potência para isto ele tem: o motor V8 de quatro litros que, no AMG GT S, entrega 510 cv a 6.250 rpm e 66,1 mkgf entre 1.750 e 4.750 rpm, recebeu novos turbocompressores, reprogramação eletrônica e um aumento na taxa de compressão. Com isto, ele passa a entregar 585 cv e 71,3 mkgf. A transmissão é a mesma do AMG GT S, com dupla embreagem e sete marchas, mas com a primeira marcha mais longa e a última mais curta. A relação final do diferencial também foi encurtada, mas a AMG não diz o quanto.

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De qualquer forma, de acordo com a Mercedes-Benz, é o suficiente para chegar aos 100 km/h em 3,6 segundos. Isto é 0,2 s a menos que o GT S e 0,3 s a mais que o Porsche 911 GT3 RS. A velocidade máxima é de 320 km/h — 30 km/h maior que a do AMG GT S.

Agora, nem só de potência bruta é feito um 911 killer. A grade não é a única coisa que a versão de GT3 cedeu ao AMG GT R: a suspensão toda é derivada do carro de corrida, com braços sobrepostos e mangas de eixo de alumínio forjado — mais leve resistente. As juntas do eixo traseiro são do tipo uniball, e permitem um melhor controle do ângulo de cambagem.

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Aliás, o AMG GT R é o primeiro Mercedes-AMG com eixo traseiro é auto-esterçante: atuado por dois motores elétricos, o sistema esterça as rodas de trás em até 1,5°. É pouco, mas faz diferença: até os 100 km/h, as rodas traseiras se esterçam na direção oposta às dianteiras para garantir mais agilidade em manobras. Acima dos 100 km/h, elas passam a virar no mesmo sentido das dianteiras, melhorando as respostas da direção e a estabilidade do carro em alta velocidade. A gente explicou melhor como isto funciona neste post.

O AMG GT R ainda recebeu diversos componentes de fibra de carbono no monobloco: o crossmember abaixo do sistema de escape, o eixo cardã e uma strut brace no cofre. De acordo com a Mercedes-Benz, tudo isto aumentou a rigidez à torção do carro em até 7,5%. Aliás, toda esta fibra de carbono também contribui para reduzir o peso do carro — bem como a ausência de alguns itens de conforto, as rodas de 20” de alumínio forjado (calçadas com pneus Michelin Pilot Sport Cup 2) e a menor quantidade de isolamento acústico. Segundo a fabricante, a distribuição de peso do carro é de 47/53%, frente/traseira.

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Os freios usam discos ventilados e perfurados de aço, de 390 mm na dianteira e 360 mm na traseira. No entanto, há freios opcionais de carbono-cerâmica com discos de 406 mm na dianteira e 360 mm na traseira.

Ainda faltam alguns detalhes a respeito do carro, como o peso total e o preço. Estas informações deverão surgir nos próximos dias. Temos tempo: o Mercedes-AMG GT R só será lançado em 2018. Até lá, acompanhe sua apresentação ao vivo no Goodwood diz aí: o que você achou dele?

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