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O Alpine A110 está de volta e promete ser um dos esportivos mais legais dos últimos tempos

No início, ninguém acreditava muito que o conceito Alpine A110, apresentado pela Renault em 2012, fosse parar nas ruas. O carro, uma homenagem aos 50 anos do A110 (lançado em 2012), tinha visual bem interessante, era leve, compacto e parecia bom demais para ser verdade.

Só que o conceito evoluiu, ganhou uma cara mais retrô e aqui estamos, em 2017, comemorando a volta do Alpine A110. E temos bons motivos para isso.

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Para começar, só o fato de ele existir já é algo extraordinário. O Alpine A110 original foi um dos mais emblemáticos esportivos europeus, tendo vencido a primeira de todas as edições do Campeonato Mundial de Rali, lá em 1973, e conquistado os entusiastas também nas ruas. E os entusiastas brasileiros também nutrem um carinho especial pelos Alpine: seu antecessor, o A108, foi fabricado e vendido no Brasil pela Willys na década de 1960, e foi um grande rival para o VW Karmann Ghia. Portanto, a Renault acertou na mosca ao escolhê-lo para um revival moderno.

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Então, há o carro em si, cuja receita nos soa deliciosa. O A110 o é um cupê de dois lugares com motor central-traseiro (o original tinha motor lá atrás do eixo traseiro, o que o tornava muito arisco – talvez até mais que o 911 clássico), carroceria compacta, estilo que une perfeitamente influências do passado e proporções contemporâneas, e um conjunto mecânico que nos agrada bastante. A dianteira remete imediatamente ao visual do original, bem como o formato das janelas e silhueta como um todo.

Os detalhes aerodinâmicos são bem sacados, especialmente as tomadas ocultas nas colunas posteriores. O assoalho plano e o difusor traseiro ajudam a estabilizar o fluxo de ar sob o carro, enquanto a dianteira baixa e o para-brisa bastante inclinado contribuem para o coeficiente aerodinâmico 0,32.

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Mirando no Porsche Cayman, no Audi TT e até no Lotus Elise, o Alpine A110 é equipado com um quatro-cilindros de 1,8 litro turbo com comando duplo no cabeçote, desenvolvido em parceria com a Nissan e preparado pelos engenheiros da Alpine. A potência é alta para um motor de deslocamento tão pequeno: são 255 cv a 6.000 rpm, com torque de 36,2 mkgf de torque.

Um câmbio manual de seis marchas seria perfeito, mas não ficamos insatisfeitos com a opção por uma caixa de dupla embreagem e sete marchas, produzida pela Getrag e calibrada especificamente para o A110.

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O baixo peso foi a maior preocupação da Alpine, que por isso adotou o alumínio como material para a carroceria – além de ser um material muito mais tradicional e adequado à proposta de um esportivo retrô, o alumínio é mais barato e mais fácil de manipular e moldar. O resultado: 1.080 kg em ordem de marcha, sendo que os mesmos estão distribuídos em 44% na dianteira e 56% na traseira. A relação potência é de excelentes 4,23 kg/cv.

Dá para dizer até que o Alpine A110 é mais que um rival para Porsche Cayman e Lotus Elise: ele é uma mistura dos dois. Como nos carros da companhia de Colin Chapman, sua carroceria é colada e rebitada à estrutura, que também é de alumínio e traz uma única solda – no subchassi traseiro, obrigado a lidar com o calor do conjunto mecânico o tempo todo. No entanto, seu conjunto mecânico e seu provável posicionamento no mercado estão mais próximos do Cayman.

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O design e o acabamento do interior, por sua vez, são mais sofisticados que no Elise, porém mais simples que no Porsche. E ousamos dizer que, em termos de design, o esportivo francês é mais elegante que ambos.

Seu desempenho é interessante: segundo os franceses, o A110 precisa de 4,5 segundos para chegar aos 100 km/h, e a velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h. Só que a própria Alpine diz que o foco principal foi o comportamento dinâmico, especialmente em percursos cheios de curvas como as estradas nas montanhas europeias. Por isto, o carro tem suspensão independente por braços triangulares sobrepostos nas quatro rodas. A Alpine diz que buscou equilibrar um comportamento dinâmico afiado com conforto para o dia-a-dia. Dito isto, o entre-eixos curtíssimo (2,42 m) certamente tornará o carro extremamente ágil ao mudar de direção.

As rodas são forjadas, de 18 polegadas, e calçadas com pneus de medidas 205/40 na dianteira e 235/40 na traseira. Elas abrigam freios de alumínio que também são da Brembo, com pinças de quatro pistões na dianteira e flutuantes, de um pistão, na traseira. Os discos são de 320 mm nas quatro rodas.

Apesar das dimensões compactas (4,18 m de comprimento, 1,8 m de largura e 1,25 m de altura), o Alpine A110 promete amplo espaço interno e capacidade para levar dois adultos altos sem aperto – que vão sentados em bancos Sabelt desenvolvidos especialmente para o A110, que pesam apenas 13 kg cada. O porta-malas comporta 100 litros – não é muito, mas deverá ser o suficiente para a bagagem de um casal em viagem pela Europa…

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O carro apresentado em Genebra é o modelo de produção, na vesão especial Premiére Edition. Trata-se de uma série de 1.955 unidades, nas cores azul Alpine, preto Profond e branco Solaire. O número não é aleatório: 1955 foi o ano de lançamento do primeiro de todos os Alpine, o A106. Embora não seja um número exatamente baixo, todos eles já foram vendidos. E isso não nos surpreende.

A Renault merece os parabéns por trazer de volta a Alpine, uma marca com profunda veia entusiasta, e mais ainda por utilizá-la em um segmento tão interessante. Adoraríamos conferir o Alpine A110 de perto.

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