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Project Cars Project Cars #15

O Chevette 2.2 de Danilo Mottin: a história do Project Cars #15

Meu nome é Danilo Mottin. Moro em Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba), trabalho como Supervisor de TI numa fábrica que presta serviços de automação para algumas montadoras (Fiat, VW, GM, Renault…) e atualmente estou no último semestre do curso Técnico em Manutenção Automotiva, no SENAI.

Bem, estou aqui para contar a minha história com o meu Chevette 1974, cujo projeto será detalhado no Project Cars. Como gosto de dar nomes aos carros, como no filme “60 Segundos”, acabei o chamando de Bruce, uma homenagem ao Tubarão do filme Procurando Nemo – mas cheguei também a pensar no Tutubarão, aquele desenho dos anos 90. Meus amigos votaram mais no Bruce, e confesso que eu também gostei mais da ideia.

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Minha vontade, desde os 12 anos de idade, era de comprar um Chevette e personalizá-lo. A razão? Ele sempre esteve presente na minha infância e faz parte de quase todas as memórias. Minha mãe teve um 1982 branco, e em 1987 meu pai teve um praticamente zero km, cuja placa amarela eu me recordo até hoje. Este foi o carro que mais me marcou, e apesar de ter aprendido a dirigir em um Escort azul, eu apaixonei mesmo foi pelo GM!

Já com 15 anos e aprendendo a mexer em computadores e na internet, gastava o meu tempo livre pesquisando nos diretórios do Cadê e do Yahoo! as categorias Automóvel, Veículos e afins. Sempre fui curioso quanto à mecânica e quando vi no Best Cars Website um swap para o motor de Blazer 4.3 V6, decidi que este seria meu sonho a realizar!

Com 19 anos eu fazia Curso Técnico de Informática e acabei trabalhando em uma loja que vendia e fazia manutenção de computadores. Foi nesta época que tive um contato maior com o meio automobilístico, pois um dos donos da loja corria na arrancada em Curitiba com um Gol da categoria Turbo B. Também foi meu primeiro contato com carros turbinados e peças de performance, então eu comecei a frequentar o autódromo assiduamente, me apaixonando cada vez mais pela arrancada.

Em 2001, numa destas provas, conheci o clube Chevetteiros de Curitiba e, mesmo sem ter um carro, comecei a comparecer aos encontros. E sempre à procura de um Chevette entre 1982 e 1987. Como voltei a estudar em 2002, acabei perdendo o contato com o Clube e também parei de participar dos eventos. Em 2003, entrei na faculdade e aí perdi contato de vez com o meio automobilístico…

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Só fui conseguir comprar meu primeiro carro em 2007, um Corsa GL 1.nada que foi meu parceiro do dia a dia até junho de 2013, e que foi o responsável a me ajudar na compra do tão sonhado Chevette – já explico como.

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Todos os meus amigos mais próximos já sabiam desta paixão, assim como minha família. Minha mãe sempre brincava: “se você chegar com um Chevette em casa eu vou embora!” – e numa dessas, um amigo me avisou de um Chevette que estava à venda e que se tornaria o meu carro.

Eu trabalhava como professor em um curso profissionalizante no centro de São José dos Pinhais. Como meu salário era baixo e eu não conseguia empréstimo no banco pra comprar o carro, refinanciei o Corsa em 24 vezes para ter os recursos para comprar o Chevette!

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Correria, cartório, banco, documentação, suor e enfim o recibo assinado no meu nome. Contei as horas para o fim da sexta-feira, 17 de julho de 2009. O cheiro do couro e do estofado me remeteram à infância. Me senti novamente com 5 anos de idade, de pé no banco traseiro do carro e olhando as faixas da rua passando pelo vigia – imaginando como que o carro da minha mãe fazia aquilo. Seria um pincel que subia e descia pra fazer as faixas alternadas? Como que não faltava tinta? A imaginação ia longe…

Voltando à realidade, peguei uma das três chaves que vieram no molho e tentei uma por uma na ignição, até achar a que encaixasse. Dei partida no motor 1.6 a gasolina, lenta estável, escape original, quase não fazia barulho. Depois de um passeio, fui para casa – onde comecei a desmontagem, já no primeiro dia.

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As modificações no Bruce começaram em 2009 mesmo, quando mandei as rodas originais para ser reformadas, refiz toda a parte elétrica e bati cabeça procurando a maldita infiltração de água no pé esquerdo. Ao menos a infiltração de água do porta-luvas já tinha sido resolvida, e o compartimento não era mais um aquário formado após uma viagem ou chuva de verão…

Também foi em 2009 que comecei a comprar as peças de acabamento, pois meu sonho de instalar um 4.3 V6 tinha evaporado logo após eu ver o preço do motor e da caixa em uma loja perto de casa: R$ 8.000! Para quem precisou refinanciar um carro em 24 vezes pra comprar um velhinho, estava muito além do alcance…

Nos próximos posts irei detalhar a receita de preparação, as modificações que já fiz e falar sobre o meu segundo contato com o clube Chevetteiros de Curitiba.

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Por Danilo Mottin, Project Cars #15

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