FlatOut!
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Car Culture Zero a 300

O incrível Toyota Supra de 625 cv de Max Orido, piloto e apresentador de Hot Version

Não há dúvida de que o Toyota Supra é um carro emblemático. Em dose dupla, diríamos: além de ser um dos ícones máximos da cultura automotiva japonesa dos anos 90 e 2000, o Supra também é um símbolo do tuning da época. E não estamos falando apenas da cena import de Los Angeles retratada em “Velozes e Furiosos”, mas também da preparação para corridas de rua e competições de drift nas montanhas. E, claro, para corridas em autódromos de verdade.

Existem alguns Supra emblemáticos sobre os quais já falamos aqui no FlatOut: o Supra de Smokey Nagata, da preparadora Top Secret, que rendeu a seu dono o banimento permanente do Reino Unido depois que ele passou dos 300 km/h nas rodovias do país; o Supra branco, verde e vermelho que competiu em provas de turismo no Japão; o Supra laranja do primeiro V&F.

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Mas ainda não tínhamos falado do Toyota Supra de Manabu “Max” Orido, piloto japonês que compete na Super GT japonesa desde 1996 que, apesar de sua longa carreira nas pistas, é ainda mais famoso por ser um dos três apresentadores principais do Hot Version, programa dedicado a carros preparados da Best Motoring International ao lado de Nobuteru Taniguchi e do “Drift King” Keiichi Tsuchiya. Orido é entusiasta quando está trabalhando e quando não está: em seus momentos de folga, ele participa de diversos eventos de pista com seu Supra JZA80, que o próprio já descreveu como não sendo “nem um carro de corrida, nem um carro de drift, nem um carro de arrancada… é meu carro de rua.”

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Um “carro de rua” que já apareceu em um segmento do Hot Version disputando um time attack em uma touge, guiado sem dó nem piedade por Tsuchiya e o próprio Orido. Porque se você faz um carro de 550 cv (na época) com suspensão milimetricamente ajustada para uma estrada cheia de curvas no Japão, você tem que extrair o máximo dele. Keiichi diz que o carro é absurdamente divertido, e que a suspensão é bastante macia e confortável para um automóvel de tamanho nível de potência.

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Foto: Area Agnes

Orido compete com o Toyota Supra desde 1996 – foi, inclusive, um dos pilotos do lendário Supra Denso da equipe SARD, que conquistou apenas um 12º lugar como sua melhor posição mas foi um dos carros imortalizados na série Gran Turismo. Atualmente Orido, aos 49 anos, compete na categoria GT300 com um Lamborghini Huracán GT3.

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Foto: Area Agnes

O Supra, contudo, é seu carro favorito, e por isso ele decidiu que também guiaria um em seu tempo livre. O vídeo da Hot Version que colocamos acima foi gravado em 2008, e dez anos depois a essência do carro permanece a mesma: preparação de responsa no seis-em-linha 2JZ, sempre com dois turbos; um body kit com personalidade, desenvolvido pela empresa do próprio Orido, a Ridox; e carroceria vermelha com pintura sempre impecável… ao menos quando o carro está posando para fotos. A cor, aliás, se chama “Max Red” e foi criada sob encomenda para o projeto.

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O Supra funciona como uma espécie de vitrine sobre rodas para a Ridox, e rouba a cena logo de cara justamente pelo body kit, que é visivelmente inspirado pelos carros de corridas japoneses – repare nos winglets nas extremidades do para-choque dianteiro e nas saias laterais. Ao mesmo tempo, os para-lamas traseiros presos por rebites são um aceno duplo para a cultura de rua japonesa e para os carros de turismo dos anos 70. Há alguns toques modernos, como o teto com fibra de carbono exposta, os faróis com projetores e máscara negra e as setas com lentes lisas. Uma das mudanças mais notáveis no carro para 2018 foi a adoção de um spoiler traseiro mais discreto, do tipo duck tail, no lugar na enorme asa que era utilizada até então.

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Foto: Speedhunters/Dino Dalle Carbonare

Atualmente as rodas são um jogo de RAYS Volk Racing TE37, que abrigam freios a disco com pinças de seis pistões Project µ, enquanto. Os pneus são Yokohama Advan.

Trata-se de um project car pessoal de max Orido, o que significa que as informações a respeito de suas especificações técnicas não são muito precisas porque as mesmas mudam com frequência. Em 2013, o carro era movido por duas turbinas Saard KKK 3470, e tinha coletores feitos sob medida pelo próprio Max, mas atualmente o 2JZ (que não teve o deslocamento ampliado e continua sendo um 3.0) respira com a ajuda de um par de turbos HKS GTIII. A potência foi aferida recentemente em 625 cv nas rodas traseiras, que recebem a força do motor através de um diferencial com deslizamento limitado.

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Foto: Area Agnes

O Supra tem a transmissão manual de seis marchas original, reconhecidamente superdimensionada – é sabido que existem projetos com potência bem superior a 600 cv usando as engrenagens originais do câmbio. Já o monobloco recebeu uma gaiola de proteção integral que não faz questão nenhuma de se esconder, deixando barras visíveis a qualquer um que abra a porta.

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Aliás, falando nisso, o interior também passou por customização, ainda que discreta: o painel de instrumentos, por exemplo, é original, mas recebeu alguns mostradores extras. Os painéis de porta têm o mesmo desenhos de fábrica, mas são feitos de fibra de carbono. E os tapetes são vermelhos para combinar com o lado de fora do carro. Os bancos do tipo concha revestidos de couro preto com detalhes vermelhos são da linha Edirb da Bride, mais voltada ao conforto do que geralmente se vê em bancos concha a marca.

É possível encontrar fotos e vídeos de outros Supra vermelhos preparados inspirados pelo carro de Orido, que aproveita para divulgar os kits da Ridox usando seu carro. Não conhecemos publicidade melhor do que esta.