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O Lada Niva mudou e continua igual, só que melhor

Certas coisas são tão perfeitas que não precisam ser modificadas. Você sabe há quanto tempo o utilitário russo Lada Niva não muda quase nada? Desde 1977, quando começou a ser produzido. São 37 anos, cara. E agora ele mudou. Na verdade ele continua quase a mesma coisa (o que é muito bom), só que melhor. Como isto é possível?

Veja bem, o Lada Niva é um utilitário que compartilha boa parte de seus componentes mecânicos com o nosso adorado Laika, que por sua vez é baseado no Fiat 124, lançado na Europa em 1966. Contudo, sua carroceria, sistema de tração integral e suspensão dianteira foram desenvolvidos pela própria AutoVAZ — e, sem querer, os soviéticos acabaram criando a base para o que chamamos hoje de SUVs, ou utilitários esportivos.

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“Como?”, você pergunta. Simples: o Niva foi o primeiro utilitário produzido em massa a usar estrutura monobloco em vez de carroceria sobre chassis, suspensão dianteira independente e molas helicoidais em vez de feixes de molas — o princípio básico de quase todo SUV e crossover moderno.

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Dá para acreditar que o Niva vermelho é de 1977 e o prata, de 20 anos depois?

São produzidas várias versões desde 1977 — entre-eixos longo, entre-eixos curto, picape, furgão —, mas a mais conhecida é a de entre-eixos curto e duas portas. O carro passou por modificações estéticas bem discretas e atualizações mecânicas, como a substituição do motor 1.6 carburado por um 1.7 com injeção monoponto nos anos 90 e, a partir de 2004, a adoção da injeção multiponto e… basicamente é isto. E por isso mesmo ele é incrível. Ele é uma espécie em extinção, como o Mercedes Classe G, o Jeep Wrangler ou o Land Rover Defender. Com que outro carro, por exemplo, os caras do Fifth Gear poderiam atravessar o Reino Unido praticamente sem usar estradas?

Só que agora a AutoVAZ resolveu inovar. Além de ter sido rebatizado recentemente como Taiga, o Niva (vamos continuar chamando ele assim) recebeu sua maior atualização desde 1977: novos para-choques, que agora são envolventes e pintados na cor da carroceria, rodas de 17 polegadas (medida inédita no modelo) e ar-condicionado, vidros elétricos e travas elétricas em todas as versões.

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O motor é o mesmo quatro-cilindros de 1,7 litro com injeção multiponto, que entrega 80 cv e é capaz de levar o Lada Niva de 0 a 100 km/h em 16 segundos, com máxima de 137 km/h.

Agora sim dá para dizer que o Niva é o utilitário perfeito.

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A ideia com a nova reestilização é atrair clientes no meio urbano, e não apenas quem está interessado em ir até o fim do mundo e voltar — por isto existe até uma versão com o sobrenome “Urban 4×4”. Já a mudança de nome se deu porque desde 1998 a Chevrolet produz sua própria versão em uma joint venture com a AutoVAZ an Rússia — pense em uma Autolatina soviética.

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O Chevrolet Niva usa a mesma plataforma, mas uma carroceria mais moderna, e é vendido nos países da Comunidade dos Estados Independentes, como a própria Rússia, Cazaquistão e Ucrânia.

Mas a gente prefere mesmo o bom e velho Lada Niva. Não é, camaradas?