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FlatOut Mercado e Indústria Zero a 300

Os cinco carros zero km que eu compraria em 2017

Você sabe como é: uma das responsabilidades que a paixão por carros traz no banco do carona é a de ser o consultor automotivo da família. Sempre que algum parente vai trocar de carro, o primeiro número discado é o seu, e não o da concessionária. Por um lado isso é legal, afinal, você poderá influenciar o parente em questão a comprar um carro legal.

Mas há o outro lado: sendo um fã de carros, os fatores que você leva em conta em uma compra são diferentes dos fatores que sua tia ou seu avô levaria. Aí você corre o risco de indicar um baita carro legal, mas que tem potencial para ser um pesadelo para esse ente querido.

Você não se preocupa com desvalorização, mas seu tio que renova a garagem a cada cinco anos se importa muito com isso. Você também não se importa em comprar um carro usado, procurar peças na internet, esperar uma semana com o carro na garagem e, às vezes, até consertar o carro sozinho. Mas não espere que sua prima faça o mesmo.

Volta e meia vocês se perguntam nos comentários quem compra carro zero-quilômetro com os preços que os carros estão custando. Bem… procure a resposta na garagem de seus familiares que tratam os carros como uma ferramenta de trabalho e instrumento de lazer.

Não por falta de conhecimento, mas porque para a maioria das pessoas (incluindo gearheads que usam o carro diariamente com a família) um carro zero, com garantia de fábrica e um plano de revisões programadas é realmente a melhor opção. Ainda que isso custe muito caro, como sempre foi no Brasil.

Por isso, quando alguém te pede ajuda para escolher um carro zero, você precisa deixar um pouco de lado aqueles usados incríveis pelo preço de carros novos e tentar ser um pouco racional. E foi o que eu tentei fazer na última vez que me perguntaram que carro comprar.

Pensei em cada um dos modelos novos vendidos no Brasil até a faixa dos R$ 115.000 — que é onde estacionaram os sedãs médio-grandes atualmente — e coloquei no papel quais carros eu compraria ou recomendaria atualmente.

 

Até R$ 45.000: Hyundai HB20 Comfort 1.0

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Comecei a lista pela faixa dos R$ 45.000 porque (não sei se você notou) não temos mais carros populares no Brasil. Os modelos de entrada agora partem da região mais alta dos R$ 30.000 quando equipados com o mínimo para se dirigir com dignidade em um país que faz 25º C no inverno.

Escolhi o Hyundai HB20 por uma série de motivos, começando pelo preço. Segundo o site da Hyundai Brasil você sai da loja a bordo de um desses hatches por R$ 42.500 — R$ 1.790 a menos que o Ford Ka e R$ 480 a menos que o Fiat Uno. Perto deles acho o Hyundai HB20 mais bem-acabado e melhor construído, além de ter uma suspensão bem equilibrada entre dinâmica e conforto.

O motor Kappa 1.0, de 80 cv, me agradou pelo consumo, suavidade e desempenho para o porte do carro. Além disso, ele já vem com o básico desejável (ar-condicionado, rádio com Bluetooth, vidros, travas elétricas e até Isofix), teve um bom desempenho nos testes de segurança da Latin NCAP e seu espaço é suficiente para uma família de quatro pessoas ou para um casal sem filhos. Por combinar bom espaço, preço e equipamentos, portanto, ele seria minha escolha nessa faixa.

Quer mais barato? Se não precisar de quatro portas e não conseguir de jeito algum os R$ 42.500 do Hyundai, minha opção é o Gol 1.0 Trendline duas-portas. Sai por R$ 39.640 com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas e tem o motor 1.0 de três cilindros de 82 cv, que roda 10 km/l na cidade e até 15 km/l na estrada com gasolina, ou 8,6 km/l na cidade e 13 km/l na estrada com etanol.

 

Até R$ 55.000: Volkswagen up! TSI

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No início de 2016 cogitei comprar um up! TSI. Na ocasião ele ainda era novidade, mas mesmo assim encontrei unidades a venda abaixo do preço da tabela, na faixa dos R$ 41.000. Nesta segunda fase do modelo, ele ficou mais caro e devolveu ao Gol o posto de modelo de entrada, mas assim mesmo seria minha escolha. O motor 1.0 TSI é o fator decisivo: ele é o que temos de mais próximo do que pode ser considerado atual nesta reta final da década de 2010.

Ah sim, a Ford e a Hyundai também oferecem motores turbo, mas o da Ford é bem mais caro (R$ 74.000) e o da Hyundai (R$ 49.830) não tem injeção direta. Resta o up! TSI, que agora parte de R$ 52.800.

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É um valor grande para um carro assim pequeno, mas a motivação da compra é o desempenho do motor, com fôlego de sobra para encarar estradas de serra e ultrapassagens (e empolgar o motorista em uma estradinha sinuosa e vazia), combinado a uma excelente economia de combustível (o programa de etiquetagem do Inmetro obteve 11,1 km/l com etanol em percurso rodoviário e 16,1 km/l com gasolina).

Em termos de desempenho, a única coisa que não me agrada tanto é a maciez da suspensão. Se ele fosse mais firme como o Golf ou o antigo Polo ficaria na medida para meu gosto. Ah, e o controle de tração também entra em ação muito facilmente. Ele poderia ser um pouco mais permissivo ou menos invasivo.

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O espaço no banco traseiro é somente ok, e você provavelmente não terá muito conforto se quiser viajar com mais três adultos, mas pode funcionar bem para famílias de três pessoas ou casais com filhos que ainda não chegaram à adolescência.

Quer mais espaço? Por pouco menos que o up! TSI, minha escolha com porta-malas maior e espaço para filhos crescidos ou mais adultos seria o Logan Expression 1.6 ScE. O modelo pode ser encontrado na faixa dos R$ 52.000 e vem equipado com o novo motor 1.6 16v ScE, de 118 cv, comando duplo variável e start-stop, que o leva aos 100 km/h na casa dos 10 segundos enquanto retorna até 13 km/l na estrada.

 

Até R$ 70.000: Renault Sandero RS

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Eu falei em ser racional? Em motores modernos de injeção direta? Er… bem, preciso deixar isso de lado por um momento, porque pela primeira vez em muito tempo temos um bom esportivo de verdade a venda por um preço razoavelmente acessível. Melhor ainda: com a grife Renaultsport.

O público que há décadas espera um novo Gol GTI, encontrará no Sandero RS o sucessor espiritual do esportivo. Muita gente torceu o nariz por não ser um Renault de verdade (ele nasceu como um Dacia, vale lembrar), por não ter um motor turbo ou com um salto enorme de potência, mas ele usa uma receita tradicional simples e eficiente: você pega o motor de um carro maior/mais pesado e instala em um carro menor/mais leve. Era assim com o primeiro Gol GT, e com o primeiro Gol GTI, não?

Sandero R. S. 2.0 Racing Spirit. Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem / Renault

Por R$ 64.400 é exatamente isso o que o Sandero RS oferece a você: 150 cv a 5.750 rpm, 20,9 mkgf a 4.000 rpm, capacidade de chegar aos 100 km/h em 8 segundos e de passar tranquilamente dos 200 km/h. A potência extra talvez não justifique o preço, mas o Sandero RS é um legítimo Renaultsport, o que significa que ele ganhou o tratamento completo da divisão esportiva, com suspensão recalibrada, freios mais competentes e um acerto dinâmico exemplar que é exatamente o que se espera de um hot hatch.

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Minha escolha, contudo, custaria R$ 2.000 a mais: o Sandero RS Racing Spirit, que inclui os pneus Michelin Pilot Sport 4 — os mesmos usados pela AMG nos modelos A45 e CLA 45 — que custam bem mais que estes R$ 2.000 extras.

Quer algo mais racional? Não que um soft-roader seja racional, mas se você quer algo mais familiar que um Sandero RS, o crossover Duster e seu porta-malas de 475 litros pode ser uma alternativa. Pelos mesmos R$ 66.000 dá para comprar um exemplar da versão Expression com o motor 1.6 16v ScE de 120 cv, capaz de rodar até 11 km/l com gasolina em percurso urbano.

 

Até R$ 85.000: Volkswagen Golf Comfortline 1.0 TSI

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Sim, eu gosto do motor 1.0 TSI da Volkswagen, mesmo que aqui ele custe R$ 77.250. É pouco mais que o Fiesta Titanium EcoBoost, porém com o porte e nível de equipamentos do Focus. Por esse preço o hatch tem espaço suficiente para uma família de quatro pessoas — com filhos adultos, inclusive —, controle de tração e estabilidade, sete airbags, sistema multimídia com touchscreen de 6,5 polegadas.

O motor aqui tem 125 cv, vale lembrar, e embora seja 10 cv mais fraco que o 1.6 Sigma do Focus, trata-se de um motor turbo com injeção direta, com 20 mkgf de torque a 2.000 rpm — o que o ajuda a chegar aos 100 km/h em 9,9 segundos enquanto roda até 12 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina (com etanol os números são 8,4 km/l e 10,1 km/l, respectivamente). Além disso, o Focus custa somente R$ 50 reais mais barato e traz apenas os airbags frontais obrigatórios.

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Outra opção nessa faixa de preço seria o Citroën C4 Lounge THP, mais potente e com o mesmo nível de equipamentos, porém a “cesta básica” de peças é mais cara e sua desvalorização é maior.

 

Até R$ 115.000: Audi A3 Sedan 1.4 TFSI Attraction

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Honda Civic e Toyota Corolla são os queridinhos nessa faixa de preço, mas eu troco alguns centímetros por um conjunto mecânico mais moderno. Claro, sua versão básica parte de onde as versões de topo dos demais terminam, R$ 115.190, e seu entre-eixos é quase 10 cm menor que o da dupla japonesa. Mas seu porta-malas tem bons 425 litros, seu acabamento é muito superior e o motor 1.4 TFSI flex é mais moderno que os 2.0 usados no Corolla e no Civic, e por isso oferece o mesmo nível de potência (150 cv) sem pedir muita gasolina em troca — são 11,7 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada com gasolina.

Audi A3-33

O câmbio não é dos mais modernos (é o velho Tiptronic de seis marchas), mas ao menos não é um tedioso CVT, e o pacote de segurança inclui os controles de tração e estabilidade, além de airbag de joelho para o motorista e airbags tipo cortina.

Audi A3-56

Sendo mais equipado, mais elegante e mais moderno, nem é preciso pensar muito para escolher um A3 Sedan em vez dos modelos de topo da Honda e Toyota.