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Os patrocinadores mais curiosos e bizarros da Fórmula 1

Talvez tanto quanto os pilotos campeões e seus títulos, os patrocinadores dos carros de Fórmula 1 costumam ficar no imaginário coletivo entusiasta quando se destacam por alguma razão. Alguns patrocinadores se tornam icônicos por ajudar a criar um carro de visual icônico — como as McLaren Marlboro dos anos 80 —, mas outros se tornam lembrados por serem meio inusitados.

Para prestar homenagem a estes patrocinadores curiosos, engraçados ou só bizarros mesmo, selecionamos alguns deles na lista que você confere a seguir!

 

Durex

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No Brasil, “durex” é sinônimo de fita adesiva transparente. Nos EUA, em Portugal e vários outros países, Durex é uma das mais conhecidas marcas de preservativos, e está para as camisinhas como Omo está para o sabão em pó e Bombril para a palha de aço. Sendo assim, quando Alan Jones, da Surtees — equipe fundada por John Surtees que teve, entre seus pilotos, José Carlos Pace —, apareceu em 1976 com um carro com o enorme logo da marca de camisinhas estampando a carroceria, a frase “pilotar com segurança” tomou um sentido totalmente novo, se é que vocês nos etendem…

 

Penthouse

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Se por aqui a revista Playboy é um ícone entre o público masculino, no Reino Unido e nos EUA a Penthouse, sua maior concorrente, também é muito “lida” — e, nos anos 70, chegou até a investir na Fórmula 1, patrocinando a Hesketh Racing. Nada mais justo: em sua curta existência (de 1974 a 1978) a Hesketh conseguiu uma reputação curiosa entre os fãs da Fórmula 1: era uma equipe de playboys, que dava aos pilotos Rolls-Royces para chegar aos autódromos e teve James Hunt como piloto principal.

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O macacão com a famosa frase “Sexo, o café da manhã dos campeões” foi usado por Hunt na Hesketh

De qualquer forma, não foi com Hunt na equipe que a Hesketh foi patrocinada pela Penthouse. A revista colocou o desenho de uma garota sensual na carroceria do 308E em 1976 e 1977 (Hunt deixou a equipe em 1975) e, com isto, transformou um carro mediano em uma estrela no grid — com direito a garotas de verdade ao lado dos carros na linha de largada.

 

Onoranze Funebri

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Em 1977, o ex-piloto da Scuderia Ferrari, da Williams e da Copersucar Arturo Merzario fundou sua própria equipe, que levava seu sobrenome e foi uma das poucas na história a ter o próprio fundador como piloto. Na temporada de 1979 — mais precisamente, no Grande Prêmio de Monza —, o March 761B de Arturo Merzario levou na asa traseira um patrocinador discreto e um tanto mórbido: a companhia funerária Onoranze Funebri. Fica ainda mais estranho se levarmos em conta que, nos anos 70, a Fórmula 1 era extremamente perigosa e as chances de um piloto precisar dos serviços de uma funerária eram bastante altas…

 

Xena, a Princesa Guerreira

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De todas as séries de TV da década de 90, talvez “Xena, a Princesa Guerreira” seja a que a gente menos esperasse aparecer estampando um carro de Fórmula 1. Como o mundo é um lugar irônico às vezes, foi exatamente a série que patrocinou a Tyrrell em 1997.

Naquele ano, a Tyrrell estava passando por dificuldades financeiras e toparia qualquer coisa para conseguir engordar o orçamento. Assim, quando o canal de TV Channel 5 começou a operar no Reino Unido, a equipe conseguiu um acordo para colocar um de seus principais programas na carroceria do Tyrrell 025. E é por isso que Xena, a Princesa Guerreira, aparece empunhando sua espada no monoposto pilotado por Jos Verstappen e Mika Salo.

 

Mickey e Pateta

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Como já dissemos no especial sobre as pinturas de testes mais legais da Fórmula 1, em 1984 a equipe Spirit-Hart colocou Mickey e Pateta para estampar seus carros durante a pré-temporada, nos testes em Jacarepaguá. Emerson Fittipaldi usou um carro branco com a cara do Mickey e o italiano Fulvio Ballabio, um carro vermelho com a cara do Pateta.

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A explicação é simples: Ballabio era herdeiro da editora Mondadori, que publicava os quadrinhos da Disney na Itália. Seu dinheiro ajudou a Spirit a se manter de pé por mais algum tempo, mas sua pilotagem não era das melhores e por isso ele não conseguiu se classificar. Emmo, obviamente, conseguiu, mas preferiu correr na Fórmula Indy.

 

Sega

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Já mencionamos aqui algumas vezes, mas não há como não citar a Sega nesta lista. Em 1993, a desenvolvedora de games patrocinou a Williams, que na época tinha o melhor carro e um dos melhores pilotos: o FW15C sob o comando de Alain Prost. Nada mais apropriado, então, que colocar o veloz mascote da empresa, o porco-espinho azul Sonic, para estampar os capacetes e os carros dos pilotos.

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Será que os pés do Sonic no acelerador ajudaram Alain Prost a vencer seu quarto e último título? Gostamos de imaginar que sim!

 

Death

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Mais do que bizarro, o envolvimento da marca de cigarros Death com a Fórmula 1 foi mórbido – e breve. Era 1994, o ano dos desastres no GP de San Marino que tiraram a vida de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger no mesmo fim de semana, e definitivamente um carro estampado com uma caveira não seria bem visto por ninguém. Assim, o pré-contrato que a Death tinha com a Pacific Racing foi encerrado o mais rápido possível. Pouca gente lembra disso porque a Pacific Racing competiu na F1 por apenas dois anos (1994 e 1995) sem resultados expressivos.

 

ABBA

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Acredite: o nome supergrupo de pop sueco Abba já estampou um carro de Fórmula 1. Aconteceu em 1981, quando o piloto sueco Slim Borgudd conseguiu uma vaga na equipe ATS. Borgudd também era baterista e, de tempos em tempos, tocava com o Abba em estúdio. Sendo próximo dos músicos, ele colocou o logo da banda nas laterais de seu carro na esperança de atrair mais investidores, o que acabou não acontecendo. Sem Money, Money, Money entrando no caixa, logo a ideia foi abandonada.

 

Marlboro Lights

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Não, esta não é uma foto desbotada e nem uma aventura no Photoshop: em 1986, no GP de Portugal, o vermelho-e-branco da Marlboro — uma das combinações de cores mais conhecidas do planeta e a “cara” da McLaren na época — foi trocado por um estranho amarelo-e-branco. Por que?

Porque a versão Light dos cigarros Marlboro era a mais popular entre os lusitanos — e o pacote era amarelo em vez de vermelho. A McLaren achou que seria bom para a publicidade trocar as cores do MP4/2. A ausência do vermelho deu sorte a Alain Prost, que foi o segundo colocado, mas azar a Keke Rosberg, que deixou a corrida por causa de uma pane elétrica.

 

555/Lucky Strike

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Para a temporada de 1999, a BAR (British American Racing) apresentou seu carro de estreia na Fórmula 1, o BAR 01, com duas pinturas diferentes: uma azul, da marca de cigarros 555 (a mesmíssima que estampou os Subaru Impreza que venceram no WRC) e uma vermelha e branca, da Lucky Strike. Ambas as marcas pertenciam à mesma companhia, a British American Tobacco, que também era dona da BAR.

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A ideia da equipe era dar a Jacques Villeneuve o carro da Lucky Strike e a Ricardo Zonta, o carro da 555, porém a FIA deixava claro que as equipes deveriam usar carros com pinturas iguais, mudando apenas detalhes pequenos como o número e os nomes dos pilotos. A solução encontrada foi criativa: os dois carros tinham pinturas divididas — de um lado, a 555 e do outro, a Lucky Strike, com um zíper no meio. Não é tão bizarro assim, mas o resultado estético ficou bem interessante!

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Até os macacões dos pilotos eram divididos ao meio

 

Daft Punk

O Abba não foi o único grupo musical a aparecer em um carro de Fórmula 1. Em 2013, a volta do lendário duo de música eletrônica Daft Punk, composto pela dupla de franceses Thomas Bangalter e  Guy-Manuel de Homem-Christo, foi promovida com a ajuda da Lotus. Os dois misteriosos artistas apareceram em uma sacada assistindo ao GP de Mônaco — a teceira aparição em público em mais de 20 anos de carreira.

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Os macacões eram exclusivos e foram desenhados pela Alpinestars

Depois, os carros da Lotus — pilotados por Kimi Räikkönen e Romain Grosjean — ostentaram a logo da dupla durante a corrida. O buzz gerado em cima do Daft Punk foi positivo, mas a corrida, nem tanto: o Renault de Grosjean perdeu o controle e colidiu com uma Toro Rosso e precisou abandonar a prova.

 

Star Wars

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Primeiro, vamos te situar no tempo: faz dez anos que o mais recente filme da saga “Guerra nas Estrelas” foi lançado — o sexto a ser rodado e o terceiro em ordem cronológica. Pronto? Ok: em 2005, a Red Bull Racing e a Lusas Film entraram em um acordo para promover o “Episódio III: a Vingança dos Sith”, e o ponto alto da campanha foi o GP de Monaco daquele ano.

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Além de David Coulthard e Vitantonio Liuzzi no comando de carros decorados com Darth Vader e o título do filme, os mecânicos da equipe se vestiram de Stormtroopers, e o mecânico-chefe, claro, fantasiou-se de Darth Vader. O fato de o filme ter sido um fracasso de público não torna a campanha menos sensacional, concorda?