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Car Culture

Para inglês ver: estas são as diferenças entre o Ford Mustang nos EUA e na Europa

Enquanto a Chevrolet goza da exclusividade no segmento dos pony cars aqui no Brasil, a Ford até chegou a insinuar que traria a nova geração do Mustang para o Brasil, mas nunca mais deu notícias.

Dito isto, o Ford Mustang de sexta geração veio ao mundo com a missão de se tornar um carro global. Por isso, abandonou o visual retrô (porém sem perder a identidade) e trouxe de volta o motor quatro-cilindros turbo, que não era oferecido desde o início da década de 1990, a fim de adequar-se aos padrões modernos de emissões de poluentes.

Tem dado certo, e o Mustang anda vendendo muito bem no Velho Mundo – ainda que, por razões técnicas e legais, não seja exatamente igual ao americano, e até pior em alguns aspectos. Mas como, exatamente? É o que a gente vai ver agora.

 

O Mustang GT europeu é menos potente

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Tanto nos EUA quanto na Europa, a versão mais vendida é a GT. Nos EUA, o Mustang GT é equipado com motor V8 de cinco litros com comando duplo nos cabeçotes, 441 cv e 55,3 mkgf de torque. Na Europa, por sua vez, são 418 cv e 54 mkgf de torque.

A razão para a redução de potência tem a ver com a conversão dos carros para a mão inglesa (ou seja, com o volante à direita). O reposicionamento dos componentes da direção exigiu que se instalasse um coletor de admissão mais longo e de menor diâmetro. Com isto, a admissão de ar para o motor é ligeiramente pior, o que causa a perda de 23 cv e 1,3 mkgf de torque. Curiosamente, a potência não é menor apenas no Reino Unido ou em outros países com mão inglesa, como a Austrália e a África do Sul, mas também no resto da Europa.

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Uma curiosidade: na Índia, o Mustang GT tem ainda menos potência: 401 cv. De acordo com a imprensa automotiva local, o motivo tem a ver com a qualidade do combustível indiano, que exigiu uma recalibragem no motor e a consequente redução na potência.

 

O visual também muda um pouco

Com ou sem volante do lado direito, o Mustang europeu é identificável do lado de fora por alguns detalhes. Primeiro: por causa das leis para segurança de pedestres na Europa, o capô do Mustang GT não tem entradas de ar como o americano.

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Os faróis também são diferentes. No Mustang americano, as três barras dentro de cada um deles são as luzes diurnas (DRLs). Na Europa, as DLRs estão embutidas nos faróis de neblina no para-choque, e as barrinhas são apenas refletores. Quanto às lanternas: nos EUA, elas têm lentes vermelhas e piscas sequenciais…

… enquanto na Europa, as lanternas têm lentes transparentes (a luz é vermelha) e os piscas são mais convencionais: apenas uma das barrinhas pisca.

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Outra diferença são os retrovisores: nos EUA, eles são menores e mais elegantes, enquanto os carros europeus têm peças maiores e menos aerodinâmicas. Isto acontece porque as leis europeias exigem espelhos com uma superfície maior, simples assim.

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Há ainda, o detalhe do emblema na traseira. O modelo americano traz o emblema GT (ou o cavalinho, no caso do Ecoboost) colado diretamente na lata.

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Na Europa, há um adorno circular que imita um bocal de abastecimento à moda da década de 1970 – ainda, que, tanto nos EUA quanto na Europa, o mesmo fique no para-lama traseiro esquerdo.

 

Os pacotes de opcionais são diferentes

Existem alguns itens opcionais que os americanos podem escolher, e os europeus não. Para os pegas de semáforo, é possível equipar o Mustang GT com um diferencial de relação final mais curta, 3,73:1, priorizando a aceleração. Os europeus só podem comprar o muscle car com o diferencial mais longo, com relação 3,55:1. Dependendo de como você encara, isto pode ser bom ou ruim.

Primeiro, como explica o CarThrottle no vídeo acima, há o fato de o diferencial mais curto fazer com que os 100 km/h cheguem bem no final da segunda marcha, o que acaba prejudicando o desempenho no 0-100 km/h caso se troque a marcha no tempo errado. Só que, com o diferencial mais longo, a velocidade máxima do modelo europeu é superior quando o limitador é desativado: 290 km/h contra 286 km/h. Em teoria, claro.

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Além disso, apenas quem compra um Mustang com volante do lado esquerdo pode optar pelos bancos concha da Recaro. Nos mercados com mão inglesa, novos bancos teriam que ser projetados e homologados, e a Ford decidiu não fazê-lo.

Outro item ausente na Europa, ainda que não seja um opcional, é o motor V6 de 300 cv. O pessoal do outro lado do Atlântico só pode comprar um Mustang 2.3 Ecoboost ou um V8.

Este, aliás, é o modelo que mais vende, tanto nos EUA quanto na Europa. Na Europa, nada menos que 68% dos compradores opta pelo Mustang GT, enquanto 32% ficam com o Ecoboost. Nos EUA, onde existem mais opções, o V8 fica com a preferência de 40% dos clientes. Do restante, 34% compram o Ecoboost e 20% escolhem o Mustang V6. Os 6% restantes correspondem ao Shelby GT350.