FlatOut!
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Project Cars Project Cars #211

Project Cars #211: meu Citroën DS3 nas pistas e a conclusão do projeto

Chegamos à última e derradeira parte deste Project Car que já não está mais entre nós. Sim, o vendi. Sim, o novo dono é gearhead. Sim, ele vai continuar o projeto! E, sim, eu já tenho outro em andamento. Bom dia a todos. Meu nome é Luiz Fernando, e este é meu ex-Project Car, o Citröen DS3.

Desde o último post nosso, várias idéias se passaram pela minha cabeça, algumas loucuras foram feitas, dois track days foram agraciados com a ilustre presença deste pequeno notável, vários donos de carros maiores e mais potentes ficaram chateados com seus bólidos ao ver o Hamtaro passá-los, e uma oportunidade surgiu em um momento crucial. E é sobre tudo isso que falaremos neste último post sobre o PC #211.

 

As novidades e os track days

Assim que terminamos a preparação repassada no último post, eu precisava provar o carro e, nada melhor que um track Day para isso. Pouco antes da prova, arrancamos toda a interna do carro. Bancos traseiros, carpet do porta malas, estepe, macaco e todos os itens de segurança deram lugar a uma imensidão branca e barulhenta (sim, é uma loucura ouvir seu carro de rua, com isolamento bem travadinho, batendo como um carro velho e mal cuidado), mas cerca de 60kg mais leve. Para baixar ainda mais o peso da criança, fomos dar uma verificada no escape e… arrancamos ele também! Adeus 8kg, paz, silêncio e limite da turbina! Como, para retirar o escape, era necessário mexer no protetor de cárter, também o arrancamos! Foram-se mais 7kg, e a responsabilidade de saber que não poderia decolar com o carro dali em diante!

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O carro ficou sensacional. Ao ligá-lo, o ronco da turbina assoviando pela curta boca que saia do Downpipe era música para os ouvidos. O carro parecia ter sido retirado de uma Especial do WRC. Ao ir para a rua, aterrorizar pobres senhoras, arrancar olhares incrédulos dos cidadãos e dedos apontados pelas crianças, senti que ele estava diferente… mais forte, mas acreditei ser somente um placebo pelo fato do ronco estar alucinante. Após um dia de preparação nos veículos, subimos o Hamtaro no dinamômetro para verificar a quantas andava aquela potência. O carro simplesmente passou de 182wHP (+-250cv no motor) para 203wHP (cerca de 270cv no motor), além de ganhar quase 2 mkgf nas rodas. O pico da turbina, que trabalhava em 1,3bar, chegou a valores de 1.5bar, empurrando liso até praticamente o corte de giros, que era próximo a 7.000rpm.

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No dia seguinte, e já dentro de pista, pudemos ver o comportamento do carro quando levado ao limite. Traseira solta, motor forte e freios ancorando. O autódromo de Londrina foi palco de um saudável 1:31,121, abrindo, no mesmo traçado, cerca de 3s em cima de um veículo do estadual de marcas e pilotos, além de cravar, no dia, o melhor tempo de tração dianteira. Infelizmente, a alegria durou somente até às 16h. O pneu frontal dianteiro não agüentou à pressão e pediu baixa. Assim sendo, perdi qualquer oportunidade de chegar a meu objetivo no fim do dia, que era baixar de 1:30.

Retornamos à preparadora, pedimos um novo jogo de pneus, de mesma medida, mas agora da marca Maxxis, de modelo MAZ1, e continuei rodando assim, como um pequeno aloprado, sem escape ou interna. Toda ação tem uma conseqüência, e a minha maior cobrança foi quanto ao conforto. No começo, é tudo lindo e engraçado. Depois de alguns dias, você sente raiva de todos aqueles barulhos. Remontei a interna, mas não queria perder o ganho de potência com a retirada do escape, nem tampouco fazer um escape dimensionado para o projeto, pois continuaria com um carro barulhento, fato que não poderia ocorrer, pois viajo bastante. Assim sendo, decidi pela compra de um difusor de escapamento, que só seria instalado após o segundo Track Day.

A segunda participação foi mais light. Os pneus me surpreenderam, negativamente, pois grudavam menos e faziam a traseira escapar mais, sendo que não raras as vezes, tinha de contraesterçar para compensar. Ainda assim, virei 1:31,400, juntamente com outro participante da Atomic Motorsports, que acelerou com seu Camaro Nitro, um absurdo de carro que acelera lado a lado com carros do calibre da SL63 AMG, mas que cobra o preço de seu excessivo peso e de seu câmbio automático em uma pista técnica como a de Londrina. Ainda sendo, ambos saímos felizes, comemorando mais um bom dia de pista.

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“Mesmo o pior dia de pista ainda é melhor que o mais produtivo dia de trabalho”

Saindo do evento, encostamos o carro para a montagem do difusor, comprado da empresa SuperEdition, em aço inox e com saídas de 2,5”. Assim, resolveu meu problema do barulho x potência. No dia a dia, andava com ele fechado, fazendo os gases passarem pelo sistema de escape original. Na hora que precisava da maldade, ou queria assustar os desavisados, ao toque de um botão, abria-se uma borboleta, deixando os gases provenientes da queima saírem diretamente por outro caminho, “varrendo” o chão a cada acelerada.

Difusor

 

A mudança

Apesar de não externar neste site a nossa vida pessoal, acredito que tal fato valha a pena ser comentado. O herdeiro estava a caminho!

Assim sendo, sabia que meu projeto automotivo estava chegando ao fim, pois prometi a mim mesmo, quando soube da gravidez, que terminaria o carro antes que o garotão viesse ao mundo. Trato feito, trato cumprido. Anunciei a fera em minhas redes sociais, somente para ver a repercussão. Em menos de uma semana, um amigo de meu irmão, e acompanhante do projeto, arrematou a jóia com uma proposta firme, e bem no fim de semana de outro Track Day, que já havia me inscrito para participar e tentar baixar da barreira dos 1:40 na plana pista curitibana.

Levei o carro à capital paranaense, ensinei todos os macetes, mostrei o porta-malas forrado com todas as peças originais, que ainda estavam guardadas, para o caso de querer desmontar tudo, assinei o documento e o vi indo embora para sua nova casa. Antes que desse tempo de ficar triste e lamentar, veio a notícia do rompimento da bolsa! Sim, no mesmo fim de semana, assim, inesperado!

 

O novo projeto

Agora, como um bom pai, terei de ser mais responsável com os gastos, mas agradeço imensamente a oportunidade que tive ao montar este carro, pois aprendi muito de preparação, mecânica e limites, mas ganhei muito mais em amizades e novas pessoas em minha vida. Discuti, briguei, ponderei, ri e curti muito por conta deste projeto, mas agora, foco minha vida a um novo projeto… o Project Son #1, o Luiz Gustavo!

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P.S.: Ele será o futuro orgulho nacional no automobilismo, ok!? Esperem, e verão!

Obrigado, e até a próxima!

Por Luiz Fernando Lopes, Project Cars #211

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Uma mensagem do FlatOut

Luiz Fernando, muito legal que você conseguiu concluir o projeto como gostaria e que pôde aproveitá-lo bem nas pistas antes de partir para aquele que, provavelmente, será o projeto mais importante da sua vida. A preparação ficou de primeira e os resultados matadores. Parabéns pelo carro e pelo herdeiro!