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Project Cars Project Cars #144

Project Cars (ou bikes?) #144: a restauração da Kawasaki Ninja ZX-11 de Lucas Aprigliano

Meu nome é Lucas Vicentini Aprigliano, tenho 22 anos e sou quase Engenheiro Mecânico. Desde os primeiros meses de idade sou louco por carros. Quando pequeno, comecei a falar minhas primeiras palavras, e contam que uma delas foi “roda”, deixando clara minha forte tendência de seguir no ramo automobilístico.

Como não lembrar da minha primeira miniatura, uma F40 em escala 1:24 num pacote azul, dada pelo meu pai? Foi a primeira de muitas, lembro até do pacote…

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Mas enfim, a essa altura vocês devem estar se perguntando, “Mas e aí? Não é um Project Bike?”

Pois é, a paixão pelas duas rodas veio bem depois, lá em 2011 quando comecei meu estágio na Moto Honda da Amazônia. Meu nível de conhecimento de motos era zero, e no decorrer do estágio fui aprendendo e entrando cada vez mais fundo nesse mundo.

A família obviamente não curtiu muito, mas meu pai começou a gostar da idéia passou a ler mais revistas especializadas do que eu. Até o dia em que, voltando do trabalho, deparo com uma Triumph Tiger 800XC, a moto mais falada pelo meu “véio”, na garagem do prédio. Tinha certeza que era dele! E não é que era mesmo? A partir daí, as coisas começaram a mudar e a idéia de ter uma segunda moto na casa começou a crescer.

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O projeto

Na minha festa de aniversário, recebi um presente que todos vocês já devem imaginar o que é. Sim, uma moto.

Meu primo Henrique resolveu me dar uma Kawasaki Ninja ZX-11. Só precisava buscar a Ninja na casa dele, arrumá-la e acertar os documentos. Até parece simples falando dessa maneira, mas definitivamente eu iria ter muito trabalho pela frente. No primeiro contato com a fera, ela estava assim:

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Carenagem completamente solta e quebrada de um lado até o outro, pneu quadrado, fios soltos, enfim, uma tristeza. Levei-a pra casa de um grande amigo meu, o Felipe, onde a deixei por três semanas até encontrar um mecânico.

Quando achei, a moto ficou três semanas parada, esperando a boa vontade do tal mecânico. Por ironia do destino, conheci na faculdade um cara que trabalhava com um mecânico muito bom e me disse para levar a moto para ele. É claro que decidi fazer isso na hora. Em duas semanas a fera estava com o motor girando!

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O motor estava girando — primeira etapa concluída. Mas o que eu ia fazer com aquela lata? Afinal, tinha liberdade total de fazer qualquer coisa com ela — original, naked, café racer etc. Todas as idéias me passaram pela cabeça, mas minha decisão final foi manter a sua originalidade e restaurá-la por completo.

Então veio a parte fácil: comprar as peças e arranjar outra carenagem. Depois de um diagnóstico completo, fui à busca daquilo que faltava. Por incrível que pareça, a primeira coisa que achei foi a carenagem original. Dei uma sorte de achá-las na internet de uma pessoa que possuía uma ZX 11 do mesmo ano, porém com o motor travado que desistiu de gastar R$8.000 pra arrumar. A carenagem estava novinha… e bem suja.

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Sinceramente, eu já teria arrancado os adesivos preto fosco e deixado preto brilhante original. Porém, o tanque está pintado de amarelo e preto e para eu conseguir pintá-lo inteiro de preto há o fator dinheiro. Por isso calma! Vamos por partes. A ideia é envelopar o tanque por enquanto, e na primeira oportunidade passo a tinta preta nele.

Liguei em várias lojas que achei pela internet, e em pelo menos cinco delas me indicaram outro lugar, onde encontraria as peças, óleos etc. Fui até lá e comprei boa parte do que faltava: quatro litros de óleo, filtro de óleo, três litros de fluido de arrefecimento, corrente, coroa, pinhão, velas, retentores das bengalas e pastilhas.

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Levei tudo pro meu mecânico, onde ela está agora. Novas juntas para o carburador já foram encomendadas e talvez uma nova bolha, mas ainda havia muito trabalho. Tirar a frente inteira, limpar e lubrificar a caixa de direção e bengalas, jatear o escape que não é original (e que faz um ronco maravilhoso, por isso pretendo mantê-lo) comprar pneus novos, pintar o quadro e o tanque e refazer o chicote completo.

No decorrer de três semanas dei um trato no pneu, mandei o escape para polimento, instalei a coroa e fiz parcialmente o chicote elétrico. Infelizmente tive que mandar retificar o alternador que não estava carregando a bateria adequadamente, e o “burrinho” do freio traseiro estourou, espalhando um pouco de óleo na balança. Mas eu já deveria estar preparado para esse tipo de surpresa.

O passo seguinte foi acertar o documento, algo que acabou me proporcionando algumas surpresas. Mas vou deixar esta história para a segunda parte do projeto. Espero que até lá ela esteja exatamente como nesta foto abaixo. Até logo!

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Por Lucas Aprigliano, Project Cars #144

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