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Quantos aplausos este BMW M3 E30 com motor V10 da M5 merece?

O mais legal do BMW M3 E30 é que, mesmo com um quatro-cilindros e sem exagero de potência, ele é um dos carros mais desejados por qualquer entusiasta. O mais legal do BMW M5 E60 é o fato que que ele tem um V10 de cinco litros  e 507 cv — um sedã com motor de supercarro. E o que acontece quando você mistura os dois? Dica: não é um M5 com quatro cilindros.

Este carro foi feito por um sueco e, sinceramente, nos deixa pensando como diabos nunca tínhamos visto algo parecido. Afinal o M3 E30 tem um dos melhores acertos de chassi de todos os tempos e já faz um belo estrago com os 195 cv originais de seu motor 2.3 (embora chegasse até 238 cv em versões posteriores, com motor 2.5). Apesar de, em princípio, parecer exagero ter quase o dobro disto, não é preciso muito esforço para ligar os pontos e perceber que esta é uma ideia genial.

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Olhando por fora, não há nada que indique que este M3 tem dez cilindros debaixo do capô — talvez as rodas de 19 polegadas, mas esta é uma modificação comum e, em boa parte das vezes, nenhum upgrade na mecânica é feito para acompanhar as novas rodas, o que definitivamente não é o caso aqui.

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O carro é um M3 1987, um ano antes de ser lançada a versão Evo, mais potente e rápida. Contudo, o para-choque dianteiro traz o spoiler do Evo (prática comum entre os donos do M3 E30). A grade foi escurecida, bem como os faróis e lanternas, e a carroceria exibe um bonito tom de grafite, complementado pelas janelas sem película. Com a mecânica original, este já seria um belo M3 customizado.

Mas chega de enrolação e vamos abrir o capô. De cara o que salta aos olhos é a gigantesca caixa plástica dupla sobre os coletores de admissão, característica marcante do V10 S85 do M5 E60. O motor foi o primeiro V10 de fábrica da BMW, e sua inspiração veio do envolvimento da marca com a Fórmula 1. A fabricante bávara tinha uma parceria com a Williams entre 2000 e 2005, quando foi lançado o M5 E60.

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Bloco, cabeçotes, pistões e bielas são de alumínio, enquanto o virabrequim é de aço forjado. Capaz de girar bem alto, o V10 de cinco litros desenvolve 507 cv a 7.750 rpm, com corte de giro a 8.250 rpm. O torque máximo de 53 mkgf aparece aos 6.100 rpm. Com estes números, o M5 acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos, com máxima limitada a 250 km/h (305 km/h com o M Driver’s Package opcional). Imagine, então, o que o S85 é capaz de fazer em um carro menor e mais leve como o M3 E30.

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Obviamente, um engine swap não é uma tarefa fácil. Pelas fotos, o V10 coube no cofre do E30 sem problemas, especialmente no comprimento — até porque existiram versões de seis cilindros do E30 —, embora a largura possa ter exigido alguns cortes na lata. Segundo a página do projeto no site Garaget.org, o carro também recebeu o câmbio manual de seis marchas do M5 e um módulo de controle aftermarket para manter tudo funcionando — como dissemos neste post, a parte eletrônica é um dos maiores problemas ao se lidar com motores modernos em um swap, e um sistema paralelo pode ser uma boa solução para economizar dinheiro e trabalho, além de permitir uma calibragem mais fina do motor.

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A suspensão usa um sistema ajustável coilover, e o interior é praticamente original — com exceção dos pedais, que receberam capas de alumínio. Se não fossem as modificações estéticas, este seria o sleeper perfeito. Dá só uma olhada (e uma ouvida) neste vídeo:

Cara, é praticamente um M3 com ronco de Fórmula 1. Fica mais impressionante se pensarmos no tamanho do E30 — comparável ao de um Voyage de primeira geração, talvez um pouco maior.

Até pouco tempo atrás o carro estava à venda em um site alemão, mas o anúncio não está mais lá. A oferta, segundo o Bring a Trailer, era de € 40 mil, ou cerca de R$ 123 mil. Será que alguém comprou o carro ou o dono desistiu de vendê-lo? A gente apostaria na segunda opção.

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