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Será que o Porsche 918 Spyder é o 959 do século 21?

Estamos na era dos hipercarros, e o Porsche 918 Spyder é um dos três grandes representantes do segmento, ao lado da LaFerrari e do McLaren P1. Arriscamos dizer que, embora seja recheado de tecnologia de ponta, dos três ele é o que mais parece um “carro normal”. Será que o futuro dos esportivos está no 918? Para responder a esta pergunta, talvez seja uma boa ideia olhar para o passado — mais precisamente para 1985.

Foi o ano em que a Porsche lançou o lendário 959. Apesar de usar como base o 911 — o que ficava claro ao olhar a área envidraçada — o 959 era bem mais avançado, e tinha recursos que ninguém havia imaginado para um carro de rua até então. Quem diria que tudo aquilo um dia se tornaria o padrão dos supercarros  — e até de modelos futuros de outros segmentos?

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O programa Ignition, da Motor Trend, colocou um 959 e um 918 lado a lado e estabeleceu exatamente este paralelo entre eles. O 959 era exatamente desse jeito: o monocoque era feito de alumínio e compósito de Aramida/Kevlar com fundo de Nomex, ele usava tração integral com diferencial eletrônico, distribuição de torque variável entre 50/50 e 80/20 (traseira/dianteira), suspensão com oito amortecedores e sistema hidráulico que ajustava automaticamente a altura, e até sensor de pressão nos pneus.

O motor boxer de seis cilindros e 2,8 litros, com dois turbos sequenciais e 450 cv, era capaz de fazer o carro chegar aos 100 km/h em 3,6 segundos e seguir acelerando até os 314 km/h — em 1985.

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Voltando para o presente, temos o 918, um carro de 887 cv — sendo 615 cv produzidos por um V8 de 4,6 litros e o restante fornecido por dois motores elétricos, um em cada eixo — capaz de acelerar até os 100 km/h em 2,5 segundos e chegar aos 346 km/h. Os motores elétricos são carregados pela energia das frenagens — o famoso Kinetic Energy Recovery System, ou só KERS — e dão a ele capacidade de rodar 32 km usando apenas eletricidade, em total silêncio. Contudo, na hora de acelerar, ele berra como todo bom supercarro.

O vídeo tem legendas em inglês, que podem ser traduzidas automaticamente pelo Google

O 959, nas palavras do apresentador do vídeo, Carlos Lago, desenhou o mapa que os esportivos seguiriam nas próximas décadas, com a adoção de tecnologias que hoje podem ser encontradas em boa parte dos carros vendidos atualmente. Pense em quantos supercarros modernos usam metais leves e compósitos em sua estrutura e carroceria, quantos têm motores turbo e tração integral com diferencial eletrônico?

Será que o 918 herdou esta capacidade de seu avô? Será que ele é um indício de que, nos próximos anos, você poderá comprar um carro popular híbrido com KERS, enquanto os supercarros terão tecnologias ainda mais avançadas? E mais: será que o 918 será lembrado como o 959 daqui a 30 anos?

Esta é uma pergunta que só poderemos responder quando chegarmos lá. O que você acha?