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Project Cars Project Cars #399

Subaru Impreza GC8 4×4: a história do Project Cars #399

Olá, caros leitores do FlatOut e do Project Cars. Me chamo André Melo, tenho 35 anos e sou fotógrafo desde 2000 e louco por carro desde que me lembro. Como todo jovem de periferia da década de 90, minhas maiores referencias eram os AP turbo e Opala aspirados, além de ter vivido um pouco da era Senna.

Minha história com um Project car começou um pouco tarde, há apenas dois anos. Muita gente não sabe, mas a carreira de fotografo é longa e penosa. Ela nos toma muito tempo e dinheiro. Meu primeiro carro foi um Uno carburado que era bege mas todos achavam que era branco. Mais tarde acabei trocando de carro já pensando em um project car: pensei em um Marea Turbo, mas acabei pegando um Citren Xsara coupé… automático. Pena não?

Foi aí que tomei o primeiro baque: depois de uma série de superaquecimentos o bloco de alumínio veio a rachar. Foi a primeira vez que precisei da ajuda dos meus pais na vida! Arrumamos o carro e vendemos. Daí eu peguei um Fiesta Supercharger, um carro do qual eu gostava muito. Acho que ele cumpriu seu proposito da época. Uma boa potência pra um carro 1.0 com possibilidade de melhora e um ótimo acerto de suspensão. Após dormir no volante e bater o carro ele nunca mais foi o mesmo! Por isso uma dica: se estiver com sono, fique onde você está.

Na época minha mãe ia trocar de carro e ela tinha um Fit 08 EX. Tive uma ideia maluca de comprar o carro dela e depois usar como moeda de troca em um Project Car. Ainda não tinha o carro em mente e ficava saltitando de marca em marca. Eu já conhecia a Subaru, sua historia e seus carros, mas não conhecia ninguém que tinha um e tinha um certo receido de comprar outro carro e ter prejuízo.

O que eu sabia era que tinha que ser 2.0, manual e 4×4. Decidi encarar o desafio, entrei no fórum. Pesquisei, conversei com membros, procurei carros até que em maio de 2014 encontrei dois modelos a venda em Curitiba! Como o destino ajuda os loucos, meu primo estava indo de ferias com a namorada pra Curitiba e temos um amigo que mora lá. Me ofereci pra ir de vela e ele aceitou.

O primeiro deles foi um GF (perua) 1998 turbo. Uma decepção! Turbina vazando, o carro morria, interior mal cuidado. Parti para ver o GC (sedã) branco. Uma tarde chuvosa de Curitiba e lá fomos eu, meu primo e a namorada. Ao chegar, lá estava ele em uma garagem coberta.

Ele já tinha as rodas do WRX bugeye pintadas de branco, aerofólio e scoop do GT. Olhei o motor e detectei um vazamento comum na cebolinha do óleo. Ele também não tinha o cabo do velocímetro. Peguei o carro para uma volta rápida pelo quarteirão, mas eu já tinha decidido comprar antes de entrar! Esse é um ponto chave na escolha de um carro.

Eu estava tão alucinado com o carro que não percebi uma série de coisas que o carro tinha pra fazer e que eu poderia ter usado como argumento na negociação. Então quando for comprar um carro conheça muito bem do carro em questão e cuidado para a animação não se sobrepor à razão.

Na mesma hora eu fiz uma transação pela internet com um empréstimo pra levar o carro. Só que não pude levá-lo porque o banco restringe transferências altas para contas não cadastradas e eu teria que ir na minha agência em São Paulo fazer essa transação.
Voltei pra São Paulo, fiz o trâmite, depositei um sinal e marquei uma viagem de avião para Curitiba afim de buscar o carro! Fomos eu, um mecânico e um amigo.

Pegamos o carro fomos pro cartório e passamos pro meu nome! Agora não tinha mais volta, ele era meu! Completamos o óleo, enchemos o tanque e partimos pra São Paulo.

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No caminho foi onde pude perceber o mau estado da suspensão. O carro parecia o Titanic na estrada. Viemos devagar, mas não deixamos de dar aquelas aceleradas as vezes. Chegamos em São Paulo com um quarto de tanque. Achei ótimo!

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Primeira foto do carro em casa

Na segunda-feira anunciei o Fit e em três dias ele foi vendido. Paguei o banco e me sobrou um dinheiro pra investir nos pontos de mais atenção do carro que era a suspensão.

Troquei todas as buchas dianteiras por P.U encontradas na AJ Buchas, também os terminais, axiais, um pivô e quatro amortecedores KYB novos. O carro já tinha molas Eibach que foram mantidas. Foi o único serviço feito em oficina.

Como as coisas não acontecem por acaso, eu tomei um bolo do vendedor do pivô no Mercado Livre. Ele não entregou a peça e não pude terminar o carro que ficou na oficina. Comecei ingenuamente a procurar nas lojas de auto peças da região quando, de repente, encontrei um oásis com paredes amarelas escrito “funilaria e pintura”, onde tinha nada mais nada menos que três Subaru: um GT e dois GF. Foi ali que fiz minhas primeiras amizades por causa do carro: Caio Levy (GT), Kleber e Sergio Brandão (os dois GF).

Resolvi o problema com um pivô original de reposição e tirei o carro da oficina! Comprei também o cabo do velocímetro e a cebolinha do óleo, que eu mesmo troquei. Nessa altura eu já tinha comprado minha caixa de ferramentas e decidido fazer o máximo possível por mim mesmo e claro, agora com a ajuda de amigos.

Com o carro bom pra andar fiz o primeiro upgrade que foram os freios dianteiros de WRX. Foi aí que conheci minha segunda amizade Subarista. O Mark morava do lado de casa e tinha um GC branco 1998 e se prontificou a me ajudar. Fui pra casa daquele cara que eu nem conhecia e montamos e sangramos o freio!

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Nesse momento eu já podia curtir o que o carro poderia vir a oferecer. Com amigos e um carro relativamente confiável iámos para encontros e passeios sem rumo com as máquinas.

Como todos sabem as rodas do Bug WRX são feitas de uma liga fraca para os padrões brasileiros e trincaram. Uma no meu caso!
Cotei um serviço especializado para arrumar, mas encontrei um jogo de três rodas quase pelo mesmo preço do conserto da outra. Comprei as rodas que eram pretas e botei duas brancas na frente e duas pretas atrás, pois elas tinham pneus diferentes que já não fabricavam mais e a procura de um faltante iria demorar.

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Quando encontrei comprei o pneu e pintei uma das rodas brancas na oficina dos meus então novos amigos e o carro ficou assim.

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Depois de curtir bastante com o carro e já no meio subarista, começaram a chuva de idéias para o carro, que de primeira era partir para um full swap de WRX.

Eu preferia essa ideia em vez de um swap de GC STi do Paraguai porque o WRX é um carro mais novo com mais tecnologia e menor quilometragem. Isso me deixava uma certa tranquilidade no investimento. Também estava mais inclinado para uma estética de pista, onde a funcionalidade vem antes da estética propriamente dita.

Mas as coisas seguem seus próprios caminhos. Comprei um kit de coilover da Cusco e fui até a oficina dos meus amigos, sim aquele oásis amarelo do começo, e montamos as dianteiras em um sábado de sol.

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Ao terminar de montar fomos para o teste! Quando liguei o carro e engatei a marcha à ré, ouvi um barulho estranho, meio metálico. Era a embreagem que tinha ido pro saco!

Fiz uma volta na rua com a embreagem patinando só pra sentir e guardei o carro. Naquele momento percebi que seria o momento de aproveitar para uma revisão geral do coração do garoto.

Mas isso é assunto para o próximo post onde vou contar a minha saga de desmontar o primeiro motor, a correria por peças e algumas adaptações que surgiram no caminho!

Até lá, gearheads!

Por André Silva de Melo, Project Cars #399

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