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Tração integral ou traseira? Qual versão do Porsche 911 Carrera S será mais rápida (e mais divertida) na pista?

Já se foi o tempo em que o Porsche 911 era um carro desequilibrado por seu motor pendurado na traseira. Eu sei, você ouviu Jeremy Clarkson repetir esse mantra dezenas de vezes, mas eu e você sabemos que é pura implicância debochada. Nas gerações mais recentes — 997 e 991, mais especificamente — o 911 se tornou um carro dinamicamente bastante equilibrado. Mesmo na versão de tração traseira os excessos do 911 são bastante controlados, com sobre-esterços e sub-esterços na medida certa para preservar sua vida e proporcionar horas de diversão ao volante.

Mas, como você sabe, o 911 é oferecido com tração integral há mais de 20 anos — começou na versão Carrera e depois tornou-se o padrão do modelo Turbo — e isso deixa muita gente em dúvida na hora de escolher seu 911. Os fóruns gringos estão cheios de posts discutindo as diferenças, as qualidades, os prós e contras de cada tipo e as opiniões são sempre divididas — o que significa que não vai adiantar pedir ajuda às comunidades virtuais.

A melhor solução, obviamente, é pegar as duas versões e compará-las lado a lado na pista ou onde você puder. E foi exatamente isso o que os caras da revista Evo fizeram. Eles levaram ao Palmer Motorsports Park um 911 4S com câmbio manual de sete marchas e um 2S com câmbio PDK e suspensão ativa. Ambos têm freios de carbono cerâmica e 436 cv e vão ser levados ao limite na pista molhada do circuito britânico. Qual deles é mais rápido? Qual é mais divertido? Façam suas apostas:

Começando com o 4S, você jamais imaginaria que o Porsche azul do vídeo tem tração integral se o editor Dickie Meaden não tivesse descrito o carro antes de ver o carro deslizando em sobre-esterços pelas curvas do circuito. Como Dickie menciona no vídeo, o grande trunfo do 4S é manter a distribuição de peso do modelo de tração traseira (42/58 no C4 e 41/59 no C2), porém com um pouco mais de tração, o que deixa o carro bem mais equilibrado para cravar 1:31.1 em sua volta rápida.

Surpreendentemente, quando Dickie assume o volante do 2S (que oficialmente se chama Carrera S), logo na primeira curva (aos 6:25 do vídeo) é possível notar o comportamento que a maioria esperaria de um carro de tração integral: sub-esterços ao retomar a aceleração na saída das curvas, e ao tentar corrigir, você pode dar início a um imenso sobre-esterço, que vai exigir bem mais trabalho para segurar do que no 4S. Na volta rápida é visível como o Carrera S exige uma tocada suave e reage violentamente a qualquer movimento mais brusco — do volante ou no acelerador. O resultado foi um tempo de volta significativamente mais alto que o do 4S, com 1:37.9.

Agora, se você leu nosso post sobre pilotagem na chuva, já sacou o que aconteceu neste comparativo. Além do câmbio PDK, que reduzia as marchas sempre que Dickie passava da metade do curso do acelerador ao tentar retomar o carro, o piso molhado diminui a aderência dos pneus, limitando a transferência de peso para trás. Com esta limitação a área de contato dos pneus traseiros não aumenta e o carro tende a destracionar mais, perdendo tempo nas saídas de curva e aumentando seu tempo de volta.