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Um Mini clássico com o motor do Honda Integra Type-R é garantia de diversão das grandes – a 9.000 rpm!

O Mini é um daqueles carros que inspiram paixões em entusiastas sem precisar de centenas e centenas de cavalos para isso. Além de, em 1959, ter estabelecido o layout de motor transversal e tração dianteira como o mais prático para carros compactos (todo hatchback moderno deve sua existência ao Mini clássico, mesmo que ele não fosse um hatchback), sua combinação de baixo peso, entre-eixos curto e dinâmica acertada são suficientes para divertir qualquer um que tenha pelo menos uma gota de gasolina nas veias.

Contudo, há quem prefira algo mais nervoso — e, bem, não dá para culpá-los. Como os caras da alemã GRacing, que desde 2006 se dedica a transformar o Mini em um verdadeiro foguete de bolso. E o método deles não é nenhum segredo: colocar no Mini o motor B18C do Honda Integra Type-R, levemente apimentado para entregar 210 cv… em um carro que pesa meros 750 kg. Antes de falar mais a respeito, vamos ver do que um bichinho desses é capaz:

O criador deste monstrinho é o alemão Andreas Schröter, fundador da GRacing. E ele tem bons motivos para investir nesta combinação: seu primeiro carro na vida foi um Mini clássico, e seu primeiro emprego no ramo automotivo foi em uma concessionária Honda. Em 2006, ele fundou a GRacing, nos arredores de Stuttgart, e desde o início especializou-se na preparação de mecânica Honda e na instalação do motor japonês no cofre do pequeno britânico.

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Não é preciso pensar muito no motivo para a escolha do motor B18C para a tarefa: representante da mítica família B de motores da Honda, com comando duplo variável VTEC no cabeçote, capacidade para girar até 9.000 rpm e altíssima potência específica (mais de 110 cv/litro, sem qualquer tipo de indução forçada), são motores resistentes, giradores e muito cultuados pelos fãs da marca. A opção pelo motor do Integra Type R se deu por questões práticas: além de mais potente, com 210 cv de fábrica, o B18 é mais fácil de encontrar do que o B16 do Civic Type R, que tem 185 cv.

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O transplante do B18 para o cofre do Mini envolve a reconstrução de toda a dianteira, que recebe uma estrutura tubular reforçada feita sob medida — afinal, o quatro-cilindros Honda é fisicamente bem maior que os pequenos quatro-cilindros de 0,8 a 1,3 litros usados originalmente no Mini. O motor é basicamente original, bem como a transmissão de cinco marchas da Honda.

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As modificações ficam por conta do radiador de alumínio, cuidadosamente escolhido para caber no cofre, dos semieixos reforçados e do sistema de escape feito sob medida, com dutos de 2,5” de diâmetro e uma válvula atuada manualmente que se abre para que o motor possa produzir sua música mecânica a 9.000 rpm sem restrições. É o suficiente para chegar aos 100 km/h em cinco segundos e percorrer o quarto-de-milha em 12,1 segundos, com máxima de 240 km/h — limitada eletronicamente a 170 km/h. O limitador, contudo, pode ser removido conforme o cliente desejar.

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Agora, como nem só de velocidade em linha reta vivem os entusiastas, a GRacing faz questão de melhorar o comportamento dinâmico. A suspensão é independente por braços sobrepostos nas quatro rodas, com amortecedores ajustáveis Eibach e a possibilidade de ajustar altura e ângulos de cambagem e convergência/divergência (toe-in/toe-out). Os freios dianteiros são da Wilwood, com discos ventilados de 242 mm de diâmetro e pinças de quatro pistões. Na traseira permanecem os freios a tambor originais.

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Agora, estas são as especificações padrão dos Mini preparados pela GRacing — cor, acabamento, detalhes estéticos e interior podem ser especificados pelo cliente. Há a opção por bancos de couro, carpete de veludo, sistema de som de alta fidelidade com tela multimídia, vidros e travas elétricos e até um aviso sonoro para quando você esquecer os faróis acesos — mais itens de luxo do que qualquer Mini clássico original de fábrica, sem dúvida. Mas você também pode comprar um Mini VTEC depenado, com bancos concha, cintos de competição e mais nada, pronto para track days e outros eventos de pista.

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A GRacing diz que seus Mini são “totalmente legalizados para rodar nas ruas da Alemanha, e provavelmente em muitos outros lugares do mundo”. Se você se interessou, saiba que é preciso entrar em contato com a empresa para conversar sobre valores — mas eles já adiantam que não é exatamente barato. Adoraríamos descobrir na prática se o investimento vale a pena. Você não?

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