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V12 e 515 cv a céu aberto: esta é a única Ferrari 575 GTS do mundo

Lançada em 1996, a 550 Maranello era o grand tourer da Ferrari na época, segmento que hoje é representado pela F12 Berlinetta. Seu motor era impressionante há duas décadas — um V12 aspirado com comando duplo nos cabeçotes, coletor de admissão variável e 485 cv a 7.000 rpm, além de 59,7 mkgf de torque a 5.000 rpm. Em 2000, foi lançada a 550 Barchetta Pininfarina que, como o nome sugere, não trazia qualquer tipo de teto, nem rígido, nem de lona.

Em 2002, a Ferrari atualizou a 550 Maranello e a transformou na 575M Maranello. O “M” era de Modificata, que é como a Ferrari chama os facelifts mais abrangentes realizados em seus superesportivos. O V12 da 575M deslocava 5,7 litros graças a um aumento no diâmetro dos pistões e no curso dos cilindros (de 88×75 para 89×77 mm) e entregava 515 cv a 7.250 rpm e 59,9 mkgf de torque; enquanto o visual foi levemente atualizado para adequar-se à nova década. A Ferrari não atualizou a Barchetta, em vez disso, decidiu introduzir a 575M Superamerica, com um teto de vidro que, quando aberto, ficava sobre o porta-malas — na prática, era como um teto targa.

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E por que estamos falando tudo isto? Porque um belo dia alguém decidiu que isto não estava certo, e que a 575M merecia uma barchetta também. É curioso como, nestes tempos onde se acha absolutamente tudo na internet, a informação a respeito de quando isto foi feito não esteja em lugar algum. O fato é que alguém na preparadora alemã Edo Competition achou injusto que a 575M não tivesse a sua própria Barchetta e decidiu fazer uma.

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Para isso, eles usaram uma 550 Barchetta e modificaram o quadro do para-brisa e o deck traseiro. Para transformá-la em uma 575 de fato, os caras da Edo Competition deram ao carro todo o conjunto mecânico da 575M, algo que poderia molto bene ter sido feito pela própria Ferrari — que provavelmente não ficou muito contente com as modificações.

Alguns podem não gostar de alguns detalhes da modificação, como os grafismos nas soleiras ou as rodas (nós mesmos não temos tanta certeza do que pensar a respeito destes elementos), mas os para-lamas alargados, o body kit mais corpulento e o difusor traseiro tiveram um efeito bem bacana — especialmente pelas referências aos carros do passado: os respiros nos para-lamas dianteiros são uma referência direta à clássica 250 GTO.

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O capô também recebeu saídas de ar do tipo persiana, cujo formato provavelmente foi inspirado pela 512M de 1971 — ainda que a 512M os trouxesse nos para-lamas. É uma modificação bem-vinda se considerarmos o que há ali embaixo.

Quanto à posição das saídas, nos parece uma referência à Ferrari 365 GTB/4 Competizione, versão de competição (sério?) da Ferrari Daytona, grand tourer vendido entre 1968 e 1963.

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A Edo Competition não revela dados de desempenho, mas podemos presumir: a 550 Maranello (assim como a Barchetta) chegava aos 100 km/h em 4,2 segundos e tinha velocidade máxima de 320 cv. A 575M continuava chegando aos 100 km/h em 4,2 segundos, mas a velocidade máxima era de 325 km/h — não é o que podemos chamar exatamente de uma revolução.

Houve, porém uma mudança maior: a 575M foi a primeira da linhagem a empregar a transmissão semiautomática de seis marchas conhecida como “F1”, que tinha atuação eletro-hidráulica e borboletas atrás do volante — esta sim trouxe uma revolução, e abriu caminho para a popularização das transmissões com dupla embreagem, que hoje são capazes de trocar marchas em alguns milissegundos.

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Hoje a 550 a 575M representam um passado que muitos fãs da Ferrari recordam com saudade: um tempo de linhas limpas e elegantes, com capô longo e baixo, traseira curta e uma “face” que transmitia esportividade sem ser agressiva. A gente gosta dos sorrisos maléficos das Ferrari modernas, mas para muitos visual dos carros atuais perde para os anteriores. A 550 e a 575M não são contemporâneas, obviamente, mas também não são datadas — esta 575 GTS é um belo exemplo do que estamos falando.

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Entre outros componentes aftermarket, a Edo Competition desenvolve e comercializa body kits como este para diversos superesportivos — incluindo, obviamente, as Ferrari. Isto significa que, se você tem uma 550 ou 575M, as chances de estas modificações serem disponibilizadas futuramente são boas. Que tal?