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Car Culture

Vicious Mustang: visual de Hot Wheels e um V8 dual-charged de 1.000 cv

Os Hot Wheels foram lançados pela Mattel em 1968, como contamos neste post, e desde o início eram considerados uma versão mais divertida dos Matchbox. Traduzindo: enquanto os Matchbox eram miniaturas mais fiéis aos originais, os Hot Wheels sempre foram carros preparados, modificados, decorados e coloridos.

Quando o visual de um carro customizado é considerado exagerado, ousado demais, não é incomum que ele seja comparado a um Hot Wheels da vida real. É mais ou menos o caso deste Ford Mustang, mas ele tem um trunfo a seu favor: o motor, um V8 Aluminator crate engine que, com dois turbos MAIS um compressor mecânico, é capaz de entregar mais de 1.000 cv.

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Além disso, compará-lo com um Hot Wheels chega a ser maldade: o Vicious Mustang (belo nome, hein?) foi criado para o SEMA Show 2016. E, no maior encontro de carros modificados do planeta, é preciso mesmo chamar a atenção pela embalagem. Além disso, o trabalho feito na carroceria é admirável, goste-se ou não do resultado estético.

Tudo começou com um Ford Mustang 1965 do qual restaram apenas o assoalho e as colunas, que teve quaisquer sinais de corrosão reparados e recebeu uma nova carroceria – uma daquelas fabricadas pela Dynacorn, que fornece carrocerias para a própria Ford com seu programa de restauração de clássicos. Neste caso em específico, trata-se de uma carroceria fastback 1965 com algumas modificações, como a pequena janela na coluna C.

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O carro também teve os para-lamas alargados sem moderação – cinco centímetros a mais de cada lado, a fim de acomodar as enormes rodas e os pneus. Tudo de lata, nada de massa ou fibra. Por baixo dela, foi instalado um chassi MaxG da Art Morrison Enterprises, muito popular em projetos pro-touring, completo com o sistema de suspensão do Chevrolet Corvette C7 na dianteira (mas que ousadia!), modificado com amortecedores ajustáveis Ridetech e um arranjo multilink da própria Art Morrison – o mesmo usado pelo Camaro de segunda geração de Mary Pozzi.

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Os freios foram fornecidos pela Brembo – um discos de 15,5 polegadas, feitos de carbono-cerâmica, na dianteira e na traseira, mordidos por pinças de seis pistões na dianteira e quatro pistões na traseira. Eles são abrigados por rodas Forgeline GT3C de cubo rápido e 19 polegadas, calçadas com pneus Kumho V720. São os mesmos pneus do Dodge Viper ACR, com medidas 305/30 na dianteira e 355/30 (!) na traseira.

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Tudo isto para garantir que a força do motor seja aproveitada da melhor forma possível. E é muita força: estamos diante de um V8 Aluminator construído pela Modular Motorsports com base no crate engine da Ford que, original, já entrega 440 cv e 55 mkgf de torque. Com deslocamento ampliado para 5,1 litros, o motor tem o bloco do Mustang GT350, cabeçotes usinados, molas de válvula Manley, retentores de titânio do Mustang Boss 302, pistões forjados e cárter seco.

A sobrealimentação fica por conta de um compressor Magnuson MP2300 TVS, mais dois turbocompressores Precision 64/66. O painel dianteiro feito sob medida, com um enorme radiador e dois radiadores, já é impressionante por si só.

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O motor é controlado por um módulo Motec e acoplado a uma caixa sequencial de seis marchas EMCO Gears CG46. As trocas são feitas por borboletas atrás do volante.

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Falando em volante, ele é todo vermelho, tal qual todo o resto do interior – bancos, revestimentos das portas e teto, gaiola de proteção integral, painel (minimalista, com apenas um cluster digital na frente do motorista), tapetes, bancos, tudo é vermelho. É como se tivessem jogado um balde de tinta e, no fim das contas, o visual é quase tão controverso quanto do lado de fora mas, com 1.000 cv e 140 mkgf de torque, isto também acaba sendo só um detalhe.

Com este ronco, também não:

O vídeo acima mostra o primeiro shakedown do carro – quando foi apresentado no SEMA, ainda faltavam os ajustes finais. É impressionante.

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