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Você trocaria um Lamborghini Aventador novinho por este Diablo SV com menos de dois quilômetros rodados?

O Lamborghini Aventador já tem seus cinco anos de idade, mas ainda é um carro bem impressionante: a versão original tem um V12 de 6,5 litros e 700 cv, o SuperVeloce tem 50 cv a mais e 50 kg a menos e, talvez o mais importante, pode ser um dos últimos supercarros com motorzão aspirado em todos os tempos. Lá fora, ele custa cerca de US$ 450 mil, o que dá quase R$ 1,6 milhão, em conversão direta.

Sem dúvida é uma bela forma de se gastar seu milhão-e-meio. Mas sabe o que você pode comprar por um pouco mais de grana? Um Lamborghini Diablo praticamente zero quilômetro —  sim, o avô do Aventador, que também é movido por um motor V12 aspirado e ainda tem um câmbio manual com grelha!

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Não é uma beleza?

Sim, porque apesar de manter o motor old school, o Aventador tem borboletas atrás do volante (ainda que sua transmissão não seja de dupla embreagem, como é a norma entre os supercarros). Na época do Diablo, este tipo de coisa ainda estava reservado ao mais alto escalão do automobilismo — tanto que só o sobrinho do Sultão do Brunei poderia bancar uma Ferrari com câmbio semi-automático — por isso, ninguém sequer pensava na possibilidade de comorar um Lamborghini que não tivesse pedal de embreagem. O Murciélago, sucessor do Diablo, foi o último Lamborghini V12 com câmbio manual, saindo de linha em 2010. Bons tempos aqueles…

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Mas chega de lamentar: o fato é que há um Lamborghini Diablo SV 1999 com apenas 1,8 km (sim: 1.800 metros) rodados à venda em Québec, no Canadá. Já contamos a história do Diablo aqui: apresentado em 1990 (com dois anos de atraso), a Lamborghini apostou no design de Marcello Gandini e um V12 de 5,7 litros mais avançado do que nunca, com comando duplo nos cabeçotes, injeção multiponto e 500 cv, para substituir o lendário Countach.

O Diablo foi produzido por onze anos — suficiente para garantir que a Lamborghini finalmente tivesse algum lucro e fosse salva da falência — e passou por algumas evoluções ao longo do caminho, como o SE30 Jota, que tinha nada menos que 603 cv e era capaz de chegar aos 100 km/h em 3,9 segundos, com máxima de 340 km/h; e o VT, que tinha tração integral com diferencial de acoplamento viscoso e inaugurou a era dos Lamborghini com tração nas quatro rodas.

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O Diablo SV foi a última versão, apresentada em 1995. Tinha motor de 517 cv e uma asa traseira de fibra de carbono (que podia ser pintada da cor do carro ou apenas coberta com verniz transparente. Assim como o Jota, era capaz de acelerar até os 100 km/h em 3,9 segundos, porém sua velocidade máxima era de 328 km/h.

Em 1999, foi o SV que estreou a primeira reestilização do Diablo, que perdeu os faróis escamoteáveis e ganhou lentes fixas — que, como você talvez já saiba, foram emprestadas do Nissan 300ZX sob licença. O interior perdeu o painel tradicional dos esportivos italianos, com cluster destacado, e recebeu em seu lugar uma peça mais moderna, com linhas arredondadas e acabamento em vidro preto.

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Mecanicamente, os comandos de válvulas variáveis garantiam um aumento de potência para 536 cv, com 61,7 mkgf de torque. Também foram adotados freios ABS Kelsey-Hayes, com discos maiores.

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O exemplar à venda na concessionária Lamborghini Montreal faz parte desta leva, que foi extinta em 2001. Infelizmente a loja não dá detalhes sobre a história do carro, dizendo apenas que ele “nunca foi dirigido”. E, de fato, o hodômetro digital marca apenas 1,8 km, quilometragem que pode ser considerada “de entrega”.

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Não se vê qualquer imperfeição ou detalhe no carro — o couro dos bancos está em perfeita ordem, absolutamente todos os comandos do painel e acabamentos externos e internos estão impecáveis e o motor está um brinco. Tudo isto por US$ 499.990 — pouco mais de R$ 1,7 milhão, em conversão direta.

O Aventador, como a gente já observou, custa um pouquinho menos e anda mais, mas nem de longe é tão exclusivo quanto um Diablo SV zero-quilômetro. E não tem câmbio manual com grelha…