FlatOut!
Image default
Project Cars Project Cars #141

Os primeiros upgrades do meu Jeep Willys 1966 “CJ-5”, o Project Cars #141

Olá, pessoal! Agora que já conhecem a minha história com meu Jeep e já contei pra vocês alguns desafios de se manter um carro antigo como se deve e para uso diário (agravado pelo fato de ser um veículo modificado), chegou a hora de falar sobre as modificações.

Antes de mais nada, depois da embreagem problemática, já se foram quase nove meses sem nenhum problema no Jeep. Já rodei 2.000 km com o novo kit e ficou perfeito!  Aproveitei e fiz uma manutenção preventiva, troquei linhas de combustível e freio, fluidos de câmbio e diferencial (coloquei Motul em todos), troquei algumas juntas, cabos e velas.

Agora vamos deixar de papo furado e começar a falar sobre as modificações que foram feitas. Então, para isso, vamos voltar no tempo, uns 10 anos pra ser exato. Toda a ideia de modificação começou após a viagem pra trazê-lo para casa após a compra. Ele ficava em uma cidade vizinha a 30km de distância, em um trecho sinuoso (ideal pra andar com um Porsche, não com um Jeep), onde tivemos a primeira impressão sobre o que é andar com um CJ-5 original: achar que vamos morrer a cada curva. É sério, andar a 80km/h com pneus de lama e freio a tambor nas quatro rodas é algo assustador. Muito assustador. Para piorar: chovia torrencialmente. Para dar mais um clima: o Jeep estava parado fazia quase um ano, os limpadores não funcionavam, amortecedores deveriam ter uns 20 anos e a gasolina deveria ser uma geléia dentro do tanque.

Após a primeira impressão, assustadora, fomos traçar nosso plano de guerra: O Jeep teria que andar bem, fazer curvas exemplarmente, frear pra caramba, ser confortável, além de confiável e não “deixar de ser” um autêntico Jeep.

Vamos falar dos freios, então.  Como os originais não estavam funcionando (ou estavam, e eram uma porcaria), começamos comprando lonas novas para os quatro tambores, além de toda uma revisão mais aprofundada com peças originais que custou quase um terço do valor do Jeep. Os freios continuaram insuficientes parao plano traçado.

Então começamos a traçar o “Plano B”. Compramos um kit de conversão de freios dianteiros para usar discos. O kit era composto de pinças da S10, discos de freio e hidro-vácuo da F1000, pastilhas, flexíveis, além dos suportes e demais itens. Após instalar o kit deparamos com um “pequeno” problema: os novos discos não cabiam nas rodas originais! Para resolver isso colocamos rodas de ferro de 16 polegadas originais da F1000 com pneus Michelin 245/70 de uso misto. Pronto, agora o CJ freava razoavelmente bem, além de ter ficado com um visual mais “invocado”.

Foto 2

Porém, o combinado não era frear “razoavelmente”, mas sim “pra caramba”, então, pouco tempo depois tratamos de encomendar um kit de conversão de freios traseiros, composto por pinças do Kadett, discos e demais itens. Para acompanhar os novos freios, vieram o kit de pedaleira suspensa (os pedais originais saem do chão.

Foto 03

Agora sim o velho guerreiro parava muito bem. Não foi uma adaptação barata (como todas as outras…) mas já me salvou de umas dez situações em que teria feito um belo estrago em outros carros. Só pra ilustrar uma dessas situações, uma vez um BMW X6 ainda sem placas parou subitamente na faixa, logo na saída de uma rotatória, na chuva, para os pedestres passarem. Resultado: cravei o pé no freio e parei a alguns centímetros do Bimmer.  Só por essa experiência, os dois kits de freio “se pagaram”.

Satisfeitos com os freios, começamos a enfrentar os efeitos “negativos” da mudança: Com rodas bem maiores que as originais, virar a direção mecânica virou um sacrifício. Então, resolvemos instalar um kit de direção mecânica da Volkswagen. Gastamos uma boa grana nesse upgrade e o resultado foi desagradável. Melhorou uns 20%, e como o plano não era ter um Jeep “meia boca”, arrancamos todo o sistema de direção recém instalada e colocamos um belo kit de direção hidráulica e bomba do Santana em uma coluna de direção reguláve, da GM. Agora sim manobrar ficou fácil. A direção ficou tão leve quanto dos carros modernos, muito similar a direção da minha S10 2008. Agora sim se encaixando no “plano de metas”.

Após essa adaptação, tomamos gosto pelo “conforto”, então resolvemos atacar o interior. Compramos um par de bancos do fiat Stilo (que era lançamento na época) e o adaptamos. Para variar, a falta de experiência mandou lembranças, e os bancos ficaram muito altos, inviabilizando seu uso. Assim, como em todas as adaptações feitas até o momento, arrancamos tudo feito, e resolvemos fazer “do jeito certo”. Forramos todo o interior com um tapete próprio, forramos as caixas de roda com couro, fizemos um banco traseiro, sob medida, rebatível e também forrado em couro, além de um jogo de bancos dianteiros do Vectra 2005, em couro preto (mesmo couro que foi colocado em todo o resto do interior, que é o padrão da S10 executive daquele ano). Também instalamos um velocímetro original N.O.S (“new old stock”, ou “novo de estoque antigo”). Aproveitando que estávamos mexendo nessa parte e compramos um quadro de para-brisa maior e mais largo que o original, vendido como acessório em algumas lojas de 4×4, com vidros verdes e três limpadores elétricos (os originais auxiliares são a manivela). Nessa foto da pra ver melhor:

Foto 04

Aproveitando que estávamos mexendo nisso, resolvemos colocar uma capota nova, conversível, e uma gaiola interna. Cintos de segurança também não poderiam faltar. Para a trilha sonora, providenciamos um DVD Pioneer.

Foto 05

Agora o Jeep já estava, no mínimo, melhor que a maioria dos CJ brasileiros. Estávamos bem satisfeitos, mas o “vírus” da modificação já tinha me infectado, e os sonhos malucos não paravam de me perturbar. No próximo post contarei mais sobre eles. Até lá!

final

PS: Sempre que for comprar um Jeep, tenha certeza que ele já esteja castrado, pois eles se reproduzem!

Por William Filho, Project Cars #141

0pcdisclaimer2