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Project Cars Project Cars #235

Project Cars #235: trazendo o motor do meu Uno 1.6 R de volta à vida

Voltamos, galerinha. Vamos dar sequência a essa segunda parte onde tudo fica mais maldoso no motor.

Tendo o ”problema da mecânica” resolvido,  comecei a procurar os itens que faltavam nele e que, para mim, não podem faltar no carro. Voltei ao Mercado Livre e procurei, procurei e achei molduras paralelas de fibra de vidro. Também achei um volante original ainda bem conservado, e parcialmente o kit do farol de milha Cibiè Serra II.

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Quando tudo chegou, a primeira coisa que fiz foi tirar o volante de Palio e colocar logo o original. Que maravilha! Aí minha meta era colocar a moldura logo e deixar com mais cara do modelo R, mas quem disse que consegui ? O sonho virou pesadelo: as molduras originais tinham presilhas próprias para isso. Além de não ter essas presilhas não tinha a moldura original para ajudar e aí começou a novela. Como prender?

Tentei de tudo: colas, silicone, dupla face e até super bonder, mas nada ficava legal. Consegui fazer ficar preso com a combinação de silicone e dupla face, mas não ficou legal — as molduras eram pesadas e ficou terrivelmente desalinhado. Ao menos era um bom passo para um R da roça.

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Pensei: “agora e só conseguir um para-choque original e pronto, to com os faróis de neblina”. Só que um para-choque novo, íntegro e original é bem difícil de achar. Sem contar o preço. Desisti e deixei como estava, por enquanto. Decidi colocar um jogo de roda legal no carro para já dar uma modificada e pegar minha identidade. Na época rodas alargadas de ferro não eram muito comum, mas achei um rapaz em SP graças ao OLX, e hoje em dia somos até bons amigos. O nome dele é Douglas, e ele faz esse serviço de alargar rodas. Ele me deu opções de modelos e acabei escolhendo as do Palio, de 14 polegadas com tala 7. Esperei quase dois meses, mas elas chegaram do jeito que eu queria.

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Achei que branco combinaria mais com o carro e de um jeito bem caseiro mesmo montei elas com pneus 185/55 e pintei com o bom e velho spray. Ao meu ver ficou muito bom. No dia seguinte ja montei no carro e mesmo alto gostei do resultado.

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Naquela semana fiquei sondando um jeito de baixar um pouco a suspensão. Conseguir um par de molas esportivas em uma borracharia perto de casa, e para o feixe de molas a melhor opção foi desarquear as lâminas. Um trampo de 30 min em uma loja que trabalha com isso.  Andei nele e ficou demais, porém o volante trepidando me incomodou de novo. Percebi também que eu sozinho era uma beleza, mas quando colocava uma segunda pessoa a roda pegava no carro e não ficou legal. Deitei em baixo do carro e vi que a bandeja tinha uma saliência para acomodar o movimento do batente traseiro. Então coloquei um batente maior, de Strada, e pronto!

Nesse meio tempo um amigo me avisou sobre um Uno 1.6R que estava sendo desmontado no Rio Grande do Sul.  Entrei em contato e achei as molduras originais Muller. Não pensei duas vezes. Casou como uma luva!

Minha meta agora era arrumar o estofado e deixá-lo com mas cara de R ainda e com isso fui frustado novamente (virou rotina) com um problema de saúde decorrente do meu acidente, que me fez gastar mais dinheiro e assim foi tudo se acumulando. Decidi vender as rodas brancas para levantar uma grana e mexer em coisas mais essenciais. Dois dias depois o Google coloca na minha mão um anúncio de um rapaz de Curitiba vendendo um jogo de RP da roda Equip 03. Corri atrás do contato, achei o Facebook dele e tive a triste noticia que já tinha vendido, mas depois disso ele me chamou e falou que o cara que comprou não queria mais as rodas e me passou o contato. Fui eu negociar e por uma bagatela comprei as rodas. Pensei “vou montar essas rodas e virar o rei italiano JDM”.

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No passo seguinte, decidi mexer no motor do carro. Tirar o GNV e fazer um aspro ”meio” forte, pois o uno 1.6R tem apenas 84 cv usando um carburador de fabrica TLDF. Minha vontade era colocar um 4×1 , ”fuçar” o cabeçote e pôr um ignição melhor. Mas, como sempre, tudo tomou um rumo diferente: dando uma olhada no motor, vi que logo logo ele ia precisar de uma retífica. O que fazer? A retífica do Sevel é BEM cara. Então procurei um Uno 1.6 R 1991 idêntico ao meu. Arrematei por R$ 1.500 e em três dias ele foi entregue na minha casa. O carro estava bem integro, pena ser baixado e não ter os bancos nem para-choque soriginais. Mesmo assim foi um ótimo achado, pois o motor dele estava novo: tinha sido retificado e estava com apenas 30.000 km. Sem contar que tinha ar-condicionado.

Comecei a vender as peças que não me interessavam e mandei trocar os motores. Coloquei também os cintos traseiros de três pontos, pois meu carro originalmente não tinha. Troquei os discos por um par de discos ventilados de 240mm, coloquei buchas de PU nele todo, e fiz o que sempre quis: comprei um coletor 4×1.

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Nesse meio tempo internado na oficina consegui achar algo bem raro para o motor Sevel: um comando Indeco 286° de segunda mão, porém muito novo e com preço bem convidativo. Faltava trabalhar o cabeçote/bloco e tomar a grande decisão: manter carburado ou injetar? Enquanto pensava, coloquei o comando e descobri que com as molas de válvula originais elas flutuavam a 5.000 rpm. Tive que comprar outras já preparadas para o comando e com mais carga.

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Depois de me informar bem com amigos e os ”hermanos”, vi que no caso do motor Sevel é mais vantagem tirar alguns milímetros do bloco para conseguir mais taxa —  ele aguenta bem mais que o cabeçote. Resultado: 10,2:1 de taxa. E a alimentação? Um amigo tinha uma Weber 40 niquelada muito nova e abracei junto com um rack de teto original, que saiu de fábrica nos R.

Peguei aquele coletor que sobrou da sucata e eu mesmo risquei e vi o que dava para ser feito. Achei a flange em alumínio, medi e mandei soldar. O coletor ficou demais, mas ainda não montei nada pois queria finalizar meu ”kit”. Comprei um 3step para dar uma controlada no giro e não mandar meu motor para Marte, e uma ignição MSD para melhorar o ponto do carro.

Em resumo a receita ficou: comando 286°, coletor 4×1, bloco taxado, bobina e cabos MSD, 3step e um Weber 40.

Pronto, eu tinha um carro parcialmente restaurado, com um motor bem forte com cerca de 130 cv. Para um carro com apenas 800 kg é muita coisa e suficiente para mim, que mal tinha braço (literalmente) para segurar.

No próximo post vou contar sobre o interior do carro e a funilaria. Fiquem ligados!

Por Dhyego Machado, Project Cars #235

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