FlatOut!
Image default
Projetos

Esse cara fez um Audi Sport Quattro sedã de duas portas que parece original de fábrica

Quer saber de uma coisa, uma coisa bem específica, que nunca vai deixar de fascinar entusiastas do mundo todo? Eu digo: carros icônicos em versões de carroceria que nunca existiram (ou que não eram oferecidas normalmente). Todos ficamos fascinados, por exemplo, com a ideia de um Volkswagen Corrado shooting brake ou de um Nissan Skyline GT-R perua – há algo tentador na ideia de “fruto proibido” que estes carros passam. Algo que as fabricantes poderiam ter feito, se quisessem, mas optaram, por qualquer motivo, em nos privar.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicoshistórias de carros e pilotosavaliações e muito mais!

 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Mesmo que existam razões lógicas para as coisas serem como são. Pegue o Audi Quattro, por exemplo: o carro que a Audi escolheu para competir no WRC em 1980, era um cupê fastback. Baseado no Audi 80 de segunda geração, ele poderia ter sido um sedã, mas a fabricante de Ingolstadt preferiu algo mais leve e aerodinâmico. E que, de quebra, tivesse mais apelo esportivo em sua versão de produção – algo que viria a ser necessário depois que, inevitavelmente, o Quattro se tornasse o novo soberano dos ralis.

Todos sabemos o que aconteceu: o Audi Quattro foi campeão em 1982 e 1984, em ambas as temporadas sob as regras do Grupo B.

Na temporada de 1984, o nome do carro era Audi Sport Quattro, e ele era uma versão diferente das anteriores – com entre-eixos mais curto, ele sofria menos com a inércia polar nas curvas e, com isto, mudava de direção mais rápido.

Mesmo sabendo de tudo isto, é natural que alguns entusiastas ainda se perguntem: mas… e se o Audi Quattro fosse um sedã?

Pois saiba que já tentaram responder a esta pergunta antes: o engenheiro alemão Günter Artz, fundador da preparadora que leva seu sobrenome.

A Artz é famosa por suas conversões extremas, como um Porsche 928 transformado em Golf Mk1 e um Corvette C4 transformado em Kadett, mas eles também transformaram o Audi Quattro em sedã e em perua – ou, melhor, em Limousine e Kombi. Na veradade, os carros eram exemplares do Audi 80 equipados com a mecânica do Audi Quattro e a carroceria adaptada com elementos do esportivo – e também de outros carros. No caso da perua, a traseira era construída com peças do Volkswagen Sirocco. Ambos estão na mini-galeria acima.

Talvez você até já conhecesse os carros da Artz. Mas você já viu esta criação feita por conta própria, por um entusiasta alemão? Ele usou como inspiração justamente o Sport Quattro, cujo entre-eixos curto de fato ajudava nas curvas, mas que também ficava meio desproporcional por conta disto. Quer dizer, desproporcional quando se pensa no conceito tradicional de beleza. Para quem sabe apreciar a beleza da função, a falta de harmonia até tem certo charme.

Mesmo depois de procurar bastante, não encontrei mais informações a respeito do criador ou detalhes técnicos a respeito da criatura. Todas as fotos vieram da página do projeto no Facebook – que foi criada em 2015 e não traz dados pessoais nem a localização do proprietário. Também não há muitas fotos detalhando a conversão. As poucas atualizações são esparsas, e a mais recente delas, publicada há dois dias, foi a primeira em mais de um ano – com duas fotos externas e um belo registro do motor.

1 Step closer to completion. Engine runs like a charm.

Posted by Audi 80 Sport quattro on Wednesday, July 17, 2019

 

É nesta publicação que o dono do carro dá algumas explicações a respeito do projeto. Ele conta que sempre foi fã do Audi Quattro, e que sempre gostou de sedãs – e então decidiu juntar as duas coisas.

Segundo o criador do carro, o ponto de partida foi um Audi 80 sedã fabricado em 1983, que vinha de fábrica com tração integral quattro. O carro foi totalmente desmontado e teve o entre-eixos encurtado em 15 centímetros. Então, foram instalados novos painéis na carroceria, incluindo os para-lamas dianteiros alargados e o capô, cedidos por um Sport Quattro original. Os para-lamas traseiros e as colunas C foram feitos sob medida. O para-choque dianteiro, a grade e todos os componentes de iluminação dianteiros são originais Audi, enquanto a face traseira, o para-choque traseiro e as lanternas são originais do Audi 80, porém adaptadas para que seu visual fique de acordo com o cupê.

Segundo a página, o artesão anônimo fez todo o trabalho de adaptação e soldagem da carroceria por conta própria ao longo de mais de duas décadas reunindo os componentes necessários para realizar a conversão completa. Até mesmo as rodas Speedline, de 15×7 polegadas, e os freios com discos ventilados de 280 mm na dianteira e 240 mm na traseira, foram empregados. Tudo nas especificações originais.

Caso fosse apenas um kit estético, o carro até mereceria a nossa admiração, mas o serviço foi completo: além da tração integral Quattro, o carro tem também um cinco-cilindros turbo, como deve ser: 2,2 litros, comando duplo no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e por volta de 200 cv.

Não sabemos se o responsável por este belo exercício de criatividade, engenharia e fabricação pretende decorar o carro com alguma pintura temática – atualmente descrito como “quase pronto”, ele está com a carroceria toda branca. Exatamente como os especiais de homologação eram entregues a seus proprietários na época.